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Qual será A Regra do Jogo da Globo para reconquistar o público perdido?

A emissora aposta em João Emanuel Carneiro, autor de Avenida Brasil.

Por: Jeferson Cardoso

A minha expectativa por A Regra do Jogo é grande. Não sei se será a melhor novela de João Emanuel Carneiro, mas tem todos os ingredientes para ser. Calma, por enquanto estou falando da história. Ainda não estou referindo-me aos números de audiência, até mesmo porque alcançar os números de Avenida Brasil é, para os dias de hoje, sem medo nenhuma de errar, impossível. Enfim, daqui a pouco falo sobre ibope. Voltando à sinopse...

Desde a primeira vez que João Emanuel Carneiro explicou a ideia central de A Regra do Jogo, pensei: que Gênio!. Segue, algumas declarações:

"A Regra do Jogo será em torno de um bandido [Homero] que 'se apaixona pela ideia de ser santo'. Vou mostrar a redenção desse cara. Ele se envolve com duas mulheres (Giovanna Antonelli e Vanessa Giácomo)", revelou ao jornal O Globo

“A Regra do Jogo é qual o limite de cada um arbitrar o que seria intolerável, o que seria imoral, o que seria mau caratismo. Quem vai pro inferno ou pro paraíso? Tem um lado um pouco Você Decide nessa novela. O espectador vai arbitrar um pouco se essa pessoa merece uma chance ou vai pro inferno.”, revelou ao jornal O Estado de S.Paulo.

Sobre o medo de fracassar: "Acho que nenhum escritor pode ter medo do conflito, de temas fortes, de tintas fortes, que é isso que faz a dramaturgia. Tirar essas coisas de uma história que eventualmente não deu certo é acabar de matar a história", explicou em entrevista à jornalista Cristina Padiglione [O Estado de S.Paulo].

"Na verdade, faço a novela muito para mim. Eu sou o primeiro espectador. Nunca penso que estou fazendo a novela para agradar alguém. A novela é para me agradar. É claro que tem que ter bom senso. Não posso fazer uma história de freiras lésbicas assassinas para a família brasileira, alguma autocensura tem que ter."

Uau! Gente, não tem como não ser fã de um autor assim. É como qualquer outro, repete-se, tem vícios, mas sempre de boas ideias. A Regra do Jogo é um folhetim muito clássico, só que com um grande diferencial: a assinatura de JEC, com seu estilo exagerado, dramático e mexicano. Parece uma crítica, mas não é. Adoro as narrativas das obras de João Emanuel Carneiro. É uma das mais completas, com drama, suspense, comédia, e desta vez, com abordagem policial e política.

Foto: Reprodução/Globo

O elenco de A Regra do Jogo é formidável. É enxuto, o que possibilita uma história centrada no protagonista, e de pouquíssimos núcleos. Isso é pra glorificar de pé.

O que esperar de A Regra do Jogo? Uma nova Avenida Brasil? Se Santa Clara abençoar, não. JEC precisa se reinventar para emplacar um novo sucesso. Avenida Brasil é passado e o autor não pode ficar se repetindo com intensidade. Alguns autores tentaram fazer isso recentemente e penaram. A Regra do Jogo, pra mim, no papel [sinopse], apresenta ser muito mais interessante do que A Favorita [a melhor novela do autor] e Avenida Brasil.

JEC não tem a obrigação de alcançar os índices de audiência do passado, mas tem de se inovar. A ideia de A Regra do Jogo é uma prova de seu talento, de que não está acomodado.

Confiante na história, acredito que A Regra do Jogo recuperará, facilmente, o público perdido da Globo na faixa das 21h. De início, não será uma tarefa fácil. No fim, o resultado será satisfatório. Pode não atingir os índices que alguns sonham, mas será considerada um sucesso.

Para o capítulo de estreia, apostarei em 31/32 pontos de média. O importante mesmo é pegar e convencer o telespectador a assistir aos próximos capítulos. Em resumo: não basta estrear bem, o importante é manter.

Para os que julgarão 31/32 pontos como um fracasso, lembro que a antecessora deixou o horário com 25,4 pontos. Portanto, se A Regra do Jogo conseguir, na primeira semana, algo próximo da casa dos 30 pontos, já elevará a faixa em cinco pontos. Na situação em que a Globo se encontra - a ponto de fazer chamada na tela durante a exibição do último capítulo de Babilônia - qualquer ponto para cima é um milagre. #Deboche

Algumas chamadas são fracas, mas no geral são legais. O importante mesmo é o capítulo no ar. Vamos ver se o primeiro capítulo agrada. Espero que a abertura seja muito bem produzida, porque a música escolhida é de chorar.

Acabou!

Como prometido, evitei falar sobre Babilônia. Não posso fazer uma análise da novela porque não assisti, mas preciso fazer um breve comentário do último capítulo.

Um capítulo compactado, muito corrido, mas bom. Não achei tão horroroso como muitos julgaram. E olha que não acompanhei a novela. As vilãs - pra mim o maior erro desta obra - terminaram do jeito que começaram: mortas. A direção deveria ter tido um melhor cuidado na finalização da cena do penhasco. O close no rosto de Gloria Pires e Adriana Esteves acabou com o tesão e deu aquela sensação de frustração.

Achei interessante a narrativa dos dois últimos capítulos desta novela. Foram ágeis e de ótimas cenas. Em alguns momentos, até parecia ser escrita, de fato, por Gilberto Braga. Não sei o nomes dos personagens, então citarei os intérpretes. Arlete Salles protagonizou momentos hilários; achei emocionante, e de bom gosto, a cena que Marcello Melo Jr. ganha medalha de ouro no paratletismo; no penúltimo capítulo, destaco o escândalo armado por Bruno Gissoni durante o casamento do pai. Apesar da péssima interpretação de Gissoni, gostei da mensagem.

Algumas cenas foram mal dirigidas, mas não ridículas como alguns profissionais as chamaram. Não tinha como esperar um milagre desta novela. Os personagens e a história não convenceram. O final, obviamente, para a maioria, seria sem graça. O que não se pode é tratar um produto como "lixo" porque não lhe agrada ou porque se falar mal vai vender, já que o público não tem interesse algum. Não quero defender os autores, mas é preciso ter respeito, principalmente com Gilberto Braga. A maior culpada do fracasso de Babilônia é a própria TV Globo, que aprovou a sinopse e que não soube lidar com rejeição da fraquíssima história apresentada.  

Se Babilônia não fosse um fracasso histórico de audiência e repercussão, aqueles que dizem que é uma novela para esquecer, diriam que valeu a pena a ousadia dos autores. Enfim, não gostei de Babilônia, desde o capítulo de estreia. Antes até, ainda nas chamadas já previa a infantilidade das vilãs. Só não imaginava que a rejeição fosse grande. O motivo do insucesso desta novela (em nível nacional) não sabemos com convicção. É fácil dizer que é culpa da fraca sinopse e da "forte" concorrência. Penso que o público não tem paciência para mesmices. As novelas tem se repetido muito - com temas, elenco, trilha sonora, situações - e está ficando cansativo. É algo a se pensar.

Sobre a audiência final de Babilônia [25,4 pontos], é algo assustador. Fico até com vergonha de comentar. Mas não irei condená-la pelos números, e sim pela fraquíssima sinopse apresentada. Em se tratando de ibope, o fracasso de hoje é o sucesso de amanhã. Lembram de Em Família? Maneco está vingando. E quem garante que daqui a uns 2 anos, Gilberto Braga não estará?

A ordem das 21h

Definida a ordem das próximas novelas das 21h da Globo. Após A Regra do Jogo virá Sagrada Família, de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari; na sequência Gloria Perez; e, por fim, a dupla Thelma Guedes e Duca Rachid.  

Queria entender de quem foi a ideia de tirar Thelma e Duca das 18h. São boas profissionais, mas ainda deveriam ser testadas, talvez às 19h, antes de assumirem a faixa das nove. Ainda bem que Gloria Perez vem antes delas.

No aguardo do sobe e desce de audiência. Rsrsrs.

É fraco

A produção de Xuxa demorou seis meses para produzir bobagem. O programa é inferior a todos aqueles produzidos pela Record. O da Sabrina Sato, por exemplo, é melhor da casa.

Na semana passada, Xuxa estava estranha, principalmente na abertura do programa e durante a entrevista com Zezé di Camargo e Luciano. A apresentadora só foi se sentir à vontade com o bate-papo com Sabrina Sato.

O quadro sobre sexo foi vergonhoso, desde a pergunta de Sabrina a um convidado da plateia às declarações - desnecessárias - da apresentadora.  

Se não melhorar o formato do programa, não vou ter como defender.

É isso. Por que Babilônia fracassou tanto? O final da novela foi ruim? Quais as expectativas de audiência para a estreia de A Regra do Jogo? Gostaram da ordem de autores na faixa das 21h? E Xuxa, aguenta a pressão?

Obrigado pela atenção, e até o nosso próximo encontro.


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