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O Sétimo Guardião é bem escrita, mas tem ritmo defasado para os dias atuais

Há dois meses no ar, tramas paralelas ainda não saíram do lugar.

Por: Jeferson Cardoso

A vilã Valentina (Lília Cabral). Foto: Globo

Já se passaram dois meses da estreia de O Sétimo Guardião e a sensação é de que nada aconteceu. Trata-se de uma obra bem escrita, mas com ritmo de novela da década dos anos 90. Aguinaldo Silva, no meu ponto de vista, não cumpre a promessa de: uma trama ágil, com ritmo de série, como foi Império. Até Duas Caras é superior à atual trama das nove.

Passei quase um mês sem acompanhar O Sétimo Guardião e resolvi espiar algumas cenas avulsas no GloboPlay – pulando as cenas da insuportável Valentina (Lília Cabral). Também acompanhei o capítulo de terça-feira, 15/01, à espera da estreia do Big Brother Brasil. Perdi meu tempo. Infelizmente, o universo desta novela não me agrada. Absolutamente nada. Não posso afirmar que é ruim, mas não faz o meu tipo. 

O Sétimo Guardião tem uma história central muito fraca e muitas tramas paralelas, algumas delas desnecessárias (a maioria para dizer a verdade). Posso estar absolutamente enganado, mas repito o que disse no post anterior. Mesmo se começasse do zero, essa novela não conseguiria, com facilidade, atingir médias acima dos 30 pontos. Pelo simples fato de nada empolgar. Ela tem a mesma fragilidade de Babilônia e A Lei do Amor. E está seguindo o mesmo caminho, apostando em romances de tramas secundárias, como Lourdes Maria (Bruna Linzmeyer) e Geandro (Caio Blat), abrindo mão dos protagonistas, Luz (Marina Ruy Barbosa) e Gabriel (Bruno Gagliasso), que - por vacilo do autor - são antipáticos. Gosto da atuação do Bruno Gagliasso, mas o seu personagem é fraquinho. Coitado!.

Lourdes Maria (Bruna Linzmeyer) e Geandro (Caio Blat). Foto: Divulgação/Globo

Com foco em romances água com açúcar, até o momento, O Sétimo Guardião está mais para novela das seis do que para das nove. Nem se fosse uma supersérie das 23h funcionaria. 

Desde o primeiro capítulo percebi que Lília Cabral não vingaria como vilã. A atriz, que já defendeu personagens memoráveis, está muito ruim em O Sétimo Guardião. Além da atuação questionável, a personagem é absurdamente chata, e nem o bom diálogo ajuda.  Aliás, o que falta a O Sétimo Guardião é uma vilã de verdade. Valentina não é vilã. É uma marionete de frases feitas. Nem Tereza Cristina, de Fina Estampa, era tão boba como Valentina. A outra era fria, louca, popular, bandida... 

Talvez, o que faz a Valentina ser insuportável seja a história frágil e incoerente. O lance do segredo da Fonte envolvendo os sete guardiães é desanimador. Não deu certo e nem vai dar. 

Com quase 60 capítulos, as tramas paralelas desta novela ainda não saíram do lugar. Fiquei um mês afastado, para não passar raiva, e observei que o núcleo do Nicolau (Marcelo Serrado) e da Rita de Cássia (Flávia Alessandra) ainda não avançaram. Para ser sincero, até a história central é empacada. 

Sou fã de Aguinaldo Silva, mas nem por isto sou obrigado a venerar tudo o que ele escreve. Este atual trabalho dele não me agrada, e nem pretendo continuar acompanhando. Certamente, esta será a última vez que comento sobre. Talvez, darei novos pitacos nos últimos capítulos. 

O Sétimo Guardião não tem nada, absolutamente nada, de outras novelas regionalistas escrita por Aguinaldo. Se é ele o autor titular, não vou inventar uma desculpa de que não é ele quem faz a escaleta e quem escreve os diálogos. Se a premissa partiu de uma ideia (de vários alunos) de um curso ministrado por ele, isto para nós telespectadores, não interessa. Sendo sucesso ou fracasso, o autor é quem leva a fama. Portanto, só me resta lamentar. 

É inadmissível o que Aguinaldo Silva fez com Serro Azul, a cidade fictícia. Além de não ter coerência com outras novelas que citavam o lugar, ela é mal aproveitada. A Globo, segundo dizem, fez uma enorme cidade cenográfica com 18 mil metros quadrados. Daí eu te pergunto: para que? Não serve nem para passagem de tempo, tampouco para intercalar entre uma cena e outra. 

Não criei expectativa, mas jamais pensei que Aguinaldo Silva fosse apresentar uma novela tão fraca. O engraçado é que Silvio de Abreu – que a direção da Globo pensa que sabe de tudo - achou a ideia interessante. Só se ele gostou da ideia dos alunos (lá da Master Class)... cala-te boca!. 

Outra coisa me assusta em O Sétimo Guardião, além da narrativa e do ritmo, é da falta de ganchos entre intervalos e, principalmente, nos encerramentos. O autor insiste em focar na Valentina. Uma hora a ficha vai cair e ele vai perceber que a novela não deu certo por conta desta personagem. Na verdade, acho que já percebeu. Só vai ser difícil aceitar que o grande público não a suporta, seja como vítima (de Olavo) ou como vilãzinha de novela das seis. Saudade da época em que Aguinaldo fazia até três ganchos de um capítulo para o outro. 

A imagem sombria, escura demais, desta novela também incomoda. Outra coisa: cadê os poderes sobrenaturais da Luz, apresentados no primeiro capítulo? Sumiu! Coitada da Marina Ruy Barbosa, não merecia dar vida à uma personagem tão frágil, inconsistente.

É, meus amigos, fico me perguntando onde Aguinaldo Silva estava quando o Brasil parou diante de A Força do Querer e O Outro Lado do Paraíso? Tudo bem que ele quis resgatar o regionalismo fantástico, mas abrir mão do formato dinâmico das novelas de hoje em dia é pedir para ser um fracasso (de audiência). Se ele pretende mudar a narrativa do meio para fim, ou a partir do capítulo 100, tudo bem. Porém, não tenho paciência para novelas que só prometem do meio para o fim. Não estou na década de 90!!!  

Eu, que esperava uma novela mais dinâmica e com narrativa interessante, terei que procurar algo mais envolvente no GloboPlay ou na TV por assinatura. 

Que venha Walcyr Carrasco com seus textos... Enfim, podem falar o que quiser de Walcyr Carrasco, mas ele tem ótimas ideias. Podem até não ser originais, mas são bem amarradas, entrelaçadas, com mensagens otimistas, e sempre com abordagens polêmicas e temas atuais. Vocês sabem que não sou muito fã de Walcyr na faixa das 21h, mas o povo ama. E o povo clama por uma Novela com N maiúsculo. 

Lamentável!

Os apresentadores do Vídeo Show. Foto: Reprodução/Globo

Decretam o “enterro” do #VídeoShow, falecido há uns 5 anos. Que triste fim.

Que morte horrível!!! Só que, na minha humilde opinião, a Globo não deveria ter se precipitado repentinamente. 

Não sou especialista em TV, mas como telespectador, acredito que se trocassem os apresentadores e diminuíssem o tempo de arte (de 1h para 40 minutos), o programa, talvez, poderia ficar mais agradável. 

Trocá-lo por reprises de A Grande Família (ou Sessão da Tarde) é coisa de emissora amadora. A Globo não está sabendo lidar com a vice-liderança na faixa das 14h. Eles precisam aceitar. Seja o que for colocar neste horário vai perder para a Record TV. 

TV é hábito. E como a Globo demorou para mexer com Vídeo Show, o público migrou para a Record e SBT, que investiram pesado em suas programações locais. Agora para convencer esse povo a voltar... vai tempo e talvez não consiga. 

Falta de consideração

Estou preocupado com Verão 90. É impressão minha ou a divulgação está pífia? O que está acontecendo com a Globo? A direção não está atenta ao fracasso de O Tempo Não Para?. 

Verão 90 parece ser muito boa e precisa de atenção. Depois poderá ser tarde demais. A Globo não tem mais aquela força com “relançamento”, ainda mais com a atual grade de programação, uma das piores da história da emissora.

O Tempo Não Para começou com 32 pontos e vai terminar com 24 pontos de média geral. Uma queda generosa, por merecimento. Já pensou se Verão 90 começar na casa dos 23? Tadinha. Quando subir, se subir, será tarde demais. 

Dira Paes e Claudia Raia em Verão 90. Foto: TV Globo

A minha preocupação, na verdade, não é somente com a audiência, mas com a premissa. A gente sabe que Silvio de Abreu não mexe com alguns autores, como Aguinaldo Silva e Walcyr Carrasco, mas os demais se sentem pressionados. E TV aberta vive de audiência. Se não tem, muda a história. O ruim é quando muda e fica pior. É complicado.

Já vai tarde

A minha frustração com O Tempo Não Para é enorme. Jamais pensei que Mário Teixeira fosse perder a mão. E, inacreditável, ele mostrou a sua falta de vontade ainda no segundo mês da novela. 

O Tempo Não Para acabou por volta do capítulo 50. De lá para cá, dispenso comentários. Só digo: parabéns pela linda queda de audiência. M-E-R-E-C-I-D-O!

Já vai tarde. Que venha Verão 90. Não criarei expectativa com a sucessora, mas tenho que ter fé, esperança de que seja boa, independente dos números do ibope. Amém!.

Desordenada

Algumas pessoas saem em defesa de Espelho da Vida e dizem que é uma boa novela, que não merece o fracasso absoluto. Bom, sou suspeito para comentar. Até tentei assistir, mas não consegui. Vi só três semanas e larguei. É uma novela desarranjada, confusa, desorganizada...

Não é uma novela para se pensar. Não desafia a inteligência do público. Pelo contrário. É estranha, fraca, e tem um elenco muito aquém do esperado para a faixa das seis (até o de Malhação é melhor). A Globo precisa dar mais valor a este horário. 

Um ou outro pode até gostar da novela, mas a verdade é que a grande maioria rejeitou. E se ignorou é porque não despertou o interesse. Elizabeth Jhin, assim como Aguinaldo Silva, escreve para o público da década passada. A autora demorou muito desenvolver a trama central e as histórias paralelas são piores do que as de Malhação: Vidas Brasileiras, outro produto de qualidade horrível. Que fase! O que aconteceu com a Globo, minha gente?  

Daqui a pouco, se a Globo continuar desmerecendo a faixa das seis (em termo de elenco) e apostando em autores com estilos defasados, vamos, brevemente, vê-la em terceiro lugar de audiência e não só apenas em Goiânia, como acontece atualmente.

Carisma zero

Gostei da estreia do Big Brother Brasil. Só achei chato não ter mostrado os participantes entrando na casa, mas ficou legal a apresentação dos mesmos. Esta edição, acredito, que não será um sucesso de audiência (e a culpa não será da novela). Os confinados não tem carisma e a maioria terá a antipatia do público. Anotem.

A próxima vítima

Vice-líder em quatro estados, Encontro com Fátima Bernardes está na berlinda. É certo que a atração vai perder espaço, se permanecer nas manhãs. A Globo já estuda ceder às suas afiliadas mais espaço para os telejornais locais. Na Bahia, por exemplo, o programa de Fátima Bernardes termina mais cedo, por volta das 11h30.

Não sei o programa é lucrativo, mas o formato é muito cansativo. O certo seria encerrá-lo antes de sair do ar com a sensação de “graças a Deus” ou “já foi tarde”, como aconteceu com o Vídeo Show.

Se a Globo, em meio a desespero, colocá-lo à tarde, será o motivo de chacota. Se o Vídeo Show ia mal, imagina um programa de bate-papo. UhauaehaeuHAEUHAEUEAH. Só rindo.

Vou dar meu pitaco, mesmo não sendo especialista. O certo seria trocar o Encontro com Fátima por outro programa, outro formato, com Fernanda Gentil e deveria envolver mais o jornalismo e ter um quadro [de poucos minutos de duração] com os bastidores da Globo, dando ênfase ou servindo de promoção para produtos que estão em cartaz. 

À tarde, a Sessão da Tarde deveria seguir após o Jornal Hoje. 

Perda de tempo

Poderia dizer que é uma falta de respeito da Globo promover cortes no Vale a Pena Ver de Novo, mas não afirmarei isto. Desde sempre a emissora só reapresenta novelas editadas. No passado, era ainda pior. Algumas novelas, de 200 capítulos, eram reprisadas com apenas 70 capítulos. 

Desde que houve uma alteração na lei, em que passou a permitir que a Globo exibisse novela das nove, muita gente comemorou. Só que a lei é clara: pode exibir, desde que a emissora se responsabilize pela edição, respeitando a classificação indicativa do horário. E assim tem sido. 

Celebridade e Belíssima foram reapresentadas com a censura no pé da Globo. Com "medo", a emissora excluiu uma frase icônica de Bia Falcão, a vilã de Belíssima, onde ela esbravejava: “Pobreza pega! Pega, pega como sarna. Pega! Como um vírus. Entra pela pele, pela respiração”. O discurso preconceituoso ainda citava uma empregada doméstica. 

Bia Falcão (Fernanda Montenegro). Foto: Reprodução/Globo

Você que ainda se ilude com o “Vale a Pena Ver de Novo”, continue se iludindo. Até Cordel Encantado sofrerá cortes. Muitas cenas de violência, com Timóteo (Bruno Gagliasso), ficarão de fora. Deixem de mimimi. #Deboche

GloboSat: abandonado?

E o Canal VIVA já acabou? Ainda não?!?!?!!? Questão de meses... Falando nisto, o Grupo GloboSat está “morto”. É muito estranho o descaso nas redes sociais, nas páginas oficiais – que ainda existem. Em meio à crise em que passamos lamento pelos profissionais.  Não fico com pena do noveleiro fanático porque ele tem outros meios para assistir as suas novelas antigas, na hora em que quiser e como quiser (tablet, celular, computador, SmarTV, etc). #Deboche

É isso. Estão gostando de O Sétimo Guardião? O que essa novela tem para decolar após o capítulo 100? O que esperar de Verão 90, apesar da péssima divulgação? Na visão de vocês, por que O Tempo Não Para e Espelho da Vida não vingaram? Estão preparados para os cortes em Cordel Encantado? E qual deveria ser o destino do Encontro com Fátima Bernardes?

Abraços e até o nosso próximo encontro! ;)


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