
Se eu tivesse atualizado esta coluna até o dia da exibição do terceiro capítulo de “Verão 90”, certamente, teria menosprezado a novela e afirmado que era mal produzida e de atuações ruins. Porém, com o tempo, fui entendendo o universo da novela. Apesar de não ter mudado de opinião em relação aos capítulos iniciais.
Veja bem, o primeiro capitulo de “Verão 90” foi muito ruim. Claudia Raia e Isabelle Drummond estavam foram do tom, perdidas. A direção também deixou a desejar. Em, alguns momentos, parecia mal editada. Pensei: “gente, isso é uma versão piorada de Geração Brasil”.
No segundo capítulo levei um susto. Uma cena foi interrompida com imagem diurna; a sequência dela foi retomada com os atores parados nos mesmos lugares só que com imagens noturnas. Pensei: “que loucura é esta?”.
Até que, meus queridos, eu fui entender que “Verão 90” é uma novela absurdamente louca. Nada é para ser levado a sério. É exagerada, às vezes bobinha, mas é divertidíssima. Confesso que tem horas que dou gargalhadas, mas não sei se os risos são de achar as cenas engraçadas ou constrangedoras. Hahahahahaha
“Verão 90”, diferente de “Espelho da Vida”, diverte e entretém. Simples, a história de Izabel de Oliveira e Paula Amaral tem um diferencial: é ágil e representa, e muito bem, os anos 90. Obviamente, que não é fidedigna à cronologia do tempo ao fazer referências das novelas. E daí? A intenção é apenas contextualizar o telespectador que a história se passa na década de 90. A maioria do público, certamente, comprou a ideia. Alguns jornalistas ainda não. Porém, o que importa, de fato, é se o público está gostando. A opinião de jornalista formado, hoje em dia, só é levada a sério quando cumpre sua função, quando faz uma análise técnica, sem se comportar como telespectador. A verdade é que a maioria desses profissionais se comporta como eu, como você (leitor)... eles querem as novelas dos sonhos deles, do jeito deles. Mas a Globo tem que fazer novelas para agradar a nós telespectadores e não aos jornalistas.
Izabel de Oliveira e Paula Amaral, até o momento, apresentam uma narrativa agradável e uma novela absurdamente surreal, porém, divertidíssima. Estou repetindo, melhor, reforçando: tem situações absurdas, mas são engraçadas. Às vezes, lembram as loucuras das novelas de Carlos Lombardi, como Uga Uga. O que foi aquela cena do Patríck (Klebber Toledo) estufando os peitos para o Quinzinho (Caio Paduan)? E a fuga do Quinzinho pulando muros? Sequências consideradas pastelonas e cômicas.
Na segunda semana, Claudia Raia e Isabelle Drummond encontraram o tom certo para suas personagens. A parceria entre elas está fantástica. Claudia Raia, apesar de está fazendo uma personagem quase idêntifica a de Tititi, é ótima no humor. Só acho desnecessário algumas cenas dela dançando, mas entendi que é coisa do Jorge Fernando, para relembrar o Não Fuja da Raia ou até mesmo a Adriana de Rainha da Sucata, também dirigida por ele.
Jorge Fernando é um diretor acomodado. Não sabe se reinventar. É igual Rogério Gomes. Em “Verão 90”, ele está usando instrumentais de novelas, como ”Caras & Bocas”/"Eta Mundo Bom" e efeitos de passagens de cenas semelhantes como as de “Tititi”.
Sobre atuações, estou gostando bastante das performances de Dira Paes, Camila Queiroz, Dandara Mariana, Gabriel Godoy e da Débora Nascimento. Camila e Débora, inclusive, veem de trabalhos onde foram muito questionadas (julgadas e condenadas para falar a verdade). Nada como o tempo, e boas personagens, para provarem seus talentos.
O que não estou achando legal (atuações e personagens): Kayky Britto (Candé), Fabiana Karla (Madá), Marcos Veras (Álamo) e Claudia Ohana (Janice).
Jesuíta Barbosa, na minha humilde opinião, oscila. Às vezes vai bem, mas tem momentos que não. Até aqui, diria que ainda está tentando encontrar o tom. Ele começou a fazer umas caretas (mexer a boca), mas não achei legal. Galdino, brilhantemente defendido por Gabriel Godoy, tem sido a “salvação” do Jerônimo. É a minha opinião, como telespectador, não sei se é da maioria. Porém, não estou generalizando. Trata-se de uma opinião/visão individual.
Na audiência, “Verão 90” acumula 22 pontos de audiência. É um índice baixo, mas acredito que a novela tem potencial para subir. Inclusive, a partir de hoje, sem o horário de verão. Dificilmente, irá superar a média geral de fenômenos atípicos, como “Totalmente Demais” (27 pontos) e “Pega Pega” (29 pontos). Com os índices de audiência desta semana já poderemos ter uma noção de como poderá ser a sua média geral. Por ora, não me arrisco em dar palpites, mas torço para que consiga chegar aos 25.
Espelho da vida
Infelizmente, não consegui gostar desta novela. O primeiro capítulo me iludiu, pensei que seria uma novela agradável. Porém se tornou confusa, de história que ninguém que assiste sabe explicar. Vitória Strada vem se destacando, mas acredito que sua escalação foi precipitada. Ela não deveria ter emendado duas mocinhas seguidas no horário das seis.
Já não fui fã de Além do Tempo, que pra mim se perdeu do meio para o fim, mas pensei que a autora corrigiria os erros cometidos. Fui surpreendido negativamente, além de repetir, ela escreveu uma novela sem pé nem cabeça.
Não curto este folhetim, mas, como noveleiro, torço para que consiga pelo menos uma audiência razoável nesta reta final para que beneficie a sucessora. A média final, merecidamente, já está condenada (deve encerrar com míseros 18 pontos).
Não tem foco e é ruim!
As chamadas de lançamento de O Sétimo Guardião foram ótimas e iludiram. Parecia ser uma novela marcante. Talvez, por não ter gostado de Segundo Sol, criei uma expectativa. Só que há muito tempo não via uma novela sem norte, sem foco. Bruno Gagliasso não merecia um papel tão fraco. A personagem de Lília Cabral, de tão ruim, deveria ter se tornado uma figurante.
Espiei alguns capítulos, após os ajustes prometidos. E segue muito fraca. É broxante. E o texto, que elogiei no último post, passou a conter termos inadequados, com palavrões.
E que coisa mais ridícula essa história de Léon (o Gato) ser o pai da Luz (Marina Ruy Barbosa). Então quer dizer que ele assistia a filha fazer sexo com o namorado? Muitas cenas, no início da novela, o felino acompanhava a protagonista na intimidade com Gabriel. Pelo amor de Deus, leve-me para um hospício. O louco deve ser eu!!! Que BARBARIDADE!
Que decepção! Que pesadelo horrível. Uma pena que O Sétimo Guardião não terminará com os mesmos índices de audiência de A Lei do Amor ou Babilônia. Deveria.
Título brega; ideia ótima!
A história principal da próxima novela de Walcyr Carrasco, que sucederá a terrível que está em cartaz na faixa das 21h, é interessante. A Globo definiu que “A Dona do Pedaço” será o título. Pode até ser brega, mas tem tudo a ver com o universo proposto.
Walcyr Carrasco, no meu ponto de vista, é um autor bem criativo. Além das boas ideias, ele sabe desenvolver e muito bem suas tramas. Sabe como pouco envolver o telespectador e enfeitar todas as classes com o seu texto, considerado por boa parte dos jornalistas de péssima qualidade.
Até hoje, nunca gostei de nenhuma novela escrita por Walcyr na faixa das 21h, nem mesmo a última gravada na minha cidade. Porém, depois das cenas de calcinhas com o delegado em O Sétimo Guardião, tenho que dar uma chance a sucessora e com outro olhar. Não é possível que Walcyr Carrasco supere tamanha vergonha. Conheço o estilo dele, sei que poderá chegar perto, mas como achei interessante a premissa de “A Dona do Pedaço” darei uma chance. Só não sei se irei conseguir passar do capítulo 50, mas prometo tentar. Vai que...
O plot de A Dona do Pedaço
Na trama, Juliana Paes interpretará Maria da Paz, filha de uma família de justiceiros do Espírito Santo que se apaixona por Amadeu, personagem de Marcos Palmeira, herdeiro de uma família de justiceiros rivais, em disputa pelo mesmo território. No dia do casamento dos dois, ele é atingido por um tiro e é dado como morto.
Para não ser assassinada, Maria da Paz foge para São Paulo e se sustenta vendendo fatias de bolo nas ruas. Ela descobre que tem o dom para a confeitaria e, com o tempo, se torna dona de uma cadeia de lojas. É quando ressurge em ressurge em sua vida Amadeu, que por sua vez também pensava que ela estava morta.
A essa altura, a heroína estará envolvida com o playboy empobrecido Régis (Reynaldo Gianecchini). Sedutor, ele será disputado também pela filha de Maria da Paz, a vilã Lurdes, papel de Agatha Moreira.
O breve resumo acima é com base em informações do jornalista Daniel Castro, do UOL.
Qual será o destino do Encontro?
Nos últimos dias muito tem se falado no futuro de Fátima Bernardes na Globo. Desde o seu lançamento - em 2012 - era óbvio que o formato logo se desgastaria. Tanto é que o formato inicial, que fazia a plateia dormir, logo foi modificado.
Hoje, quem acompanha o programa diariamente, percebe a falta assunto e que há muita exposição dos convidados, como se fosse uma obrigação dos contratados da emissora a participarem do programa para que haja conteúdo. Alguns até saem da atração com má fama só porque dão opiniões sobre assuntos que são expostos a comentarem.
Assim como o Vídeo Show, que foi tarde demais, o Encontro também deveria sair do ar. Transferi-lo para o horário da tarde será uma tragédia (e anunciada). Só rezo para que não prejudique o Vale a Pena Ver de Novo. Há anos não sou telespectador de reprises (porque trabalho à tarde), no entanto, como noveleiro, torço para que as novelas vão bem.
Globo, se vocês querem transformar o Encontro numa chacota, por favor, não mexam com o Vale a Pena Ver de Novo. O Álbum A Grande Família – que ninguém acreditava - deu certo e deveria ser mantido.
Os realities
The Voice Kids é vida! Que programa fenomenal. As justificativas/argumentos dos jurados são repetitivos, mas o formato deste reality é muito bom.
Aliás, a programação da Globo aos domingos nunca esteve tão boa. Globo Rural, Esporte Espetacular, Escolinha do Professor Raimundo, The Voice Kids e o Temperatura Máxima (com filmes melhores do que os da Tela Quente).
A ideia de programas por temporadas foi um tiro certeiro da direção da Globo, intercalando entre The Voice Kids, Tamanho Família e o SuperStar.
E o BBB19? Pior temporada de todas? Não sei, não lembro nem dos nomes dos participantes da última temporada imagina do que aconteceu em temporadas de cinco anos atrás. O que eu posso afirmar é que a temporada deste ano é chatinha, capenga, manca, frágil e inconsistente. Resumindo: ruim! Que tenha sobrevida para mais duas temporadas: a vigésima e uma última com os ex-participantes.
Para sonolenta temporada, quem vai ganhar: Danrley ou Elana? Pela a história de vida, espero que Elana vença.
É isto. Estão gostando de Verão 90? Embarcaram no Carrossel ou estão com saudade de O Tempo Não Para ou já querem logo Grazi Massafera, Romulo Estrela e Antonio Fagundes (Bom Sucesso)? Ansiosos para a estreia de “A Dona do Pedaço”, o verdadeiro remake de “Verdades Secretas”? E Espelho da Vida, tadinha, onde Elizabeth Jhin vacilou? Será que vinga pelo menos no último mês?
Abraços e até o nosso próximo encontro!
Comentários (37) Postar Comentário
Um comentário pior que o outro. Vindo de um amador é de se esperar.
Ola Jeferson, sei que ainda e cedo, para vc comentar, sobre Amor de mae, a proxima novela de Manuela Dias. Mas me diga, quem vai ser a mocinha principal dessa novela, e a Tais Araujo ou a Isis Valverde.
"torço para que consiga pelo menos uma audiência razoável nesta reta final para que beneficie a sucessora. A média final, merecidamente, já está condenada (deve encerrar com míseros 18 pontos)."
Que ruim, hem? A novela é considerada a melhor da atualidade entre o público e também entre os jornalistas. Vai ter que engolir que Espelho da Vida é uma novela aclamada.
"[...] história que ninguém que assiste sabe explicar" FALE POR VOCÊ!!!
Não entender a proposta de Elizabeth Jhin, o enredo grandioso da novela... Pelamor, né? Quanta limitação, hein! Mas que raio de jornalista é você? Poderia ter enumerado aspectos negativos da novela, e eu entenderia. Dizer que não gosta, OK. Agora dizer que não entende, que acha confusa? Tá assistindo mesmo? Que pensamento limitado!!!
"É igual Rogério Gomes. Em “Verão 90”, ele está usando instrumentais de novelas, como “Morde e Assopra”/”Caras & Bocas” e efeitos de passagens de cenas semelhantes como as de “Tititi”. CORREÇAO: Quem dirigiu Morde & Assopra foi o próprio Rogério Gomes, porque o Jorge Fernando na época estava dirigindo a sua antecessora: TITITI
Assisti alguns capítulos de Verão 90, e achei ótima. É uma novela leve, e mesmo que bobinha, te prende até o final do capítulo. As autoras estão de parabéns, além da direção acertada de Jorge Fernando. Ainda crescerá bastante, e para o horário das 19h, a proposta de uma trama fácil de acompanhar, está acertadissima.
Sobre Espelho da Vida, creio que vc se equivocou quando diz que: "Porém se tornou confusa, de história que ninguém que assiste sabe explicar".
Quem assiste a novela e gosta, como eu, sabe sim entender todo o quebra cabeça da novela.
É uma história pra pensar, não é mastigada.
Considero o texto mais inteligente em exibição. Elisabeth Jhin pode se repetir em tramas espíritas, mas elas sempre são diferentes entre si.
Os personagens são profundos, tem camadas e histórias consistentes. Aline Moraes está excelente em cena.
Mtos críticam falando que a novela é viajada. E pq não poderia ser? É praticamente um Black mirror hehe
Se vc assistisse todos os dias, poderia até ter a sua opinião de achar a novela chata, mas pelo menos, tenho certeza que entenderia o quebra cabeça!
Sobre o Encontro, é uma péssimo programa. Vazio e de conteúdo pobre. Merece acabar urgentemente. *** O texto do Walcyr nas 21hs não me engana mais. Sempre começa com uma premissa atraente, mas depois descamba para o pastelão e para as cenas com diálogos que, de tão pobres, chegam a ser constrangedores. **** Sobre O Sétimo Guardião, que novela tenebrosa. Acho que não há mais adjetivos para qualificar o que talvez seja a pior novela já exibida pela Globo no horário das 21hs. Não há nada que se salva nessa novela: o argumento, o texto, os diálogos, a qualidade da imagem, os personagens, enfim, nada presta. Até bons atores estão ruins na novela, mas não por culpa deles, mas sim de quem inventou essa historinha tosca. Lília Cabral e Tony Ramos talvez sejam os recordistas. Sem dúvida, o pior papel da história de cada um deles. Eu diria, sem medo de arriscar, que essa Valentina talvez seja a pior personagem já criada na teledramaturgia da Globo. A Marina Ruy Barbosa nunca foi atriz e só mostra, a cada trabalho, que não passa de um produto de marketing e uma celebridade das redes sociais. Atriz ela não é. Digo o mesmo do Bruno Gagliasso, que até hoje não abandonou os trejeitos do Tarso doido e simplesmente não sabe se reiventar. Não muda a aparência, as expressões faciais, nada. Apenas memoriza o texto, filma e pega o salário no final do mês. Eu diria que, mal mal, apenas a Savalla e a Vanessa Giácomo ainda estão suando para dar um pouco de dignidade aos péssimos papeis que têm nas mãos e estão sendo competentes na tarefa ingrata de atuar nessa bosta de novela. Por mim, essa novela poderia ser abreviada, encerrada e ter todos os seus arquivos queimados para nunca mais ser lembrada. Acho que nem Babilônia conseguiu ser tão ruim.
Ótimo texto Jeff! Só discordo com duas coisas: pra mim Jesuíta Barbosa está péssimo em cena, e Isabelle Drummond está perfeita desde a primeira cena com sua Manuzita. Espelho da Vida é de fato um horror. Que venha logo a sucessora. O Sétimo Guardião é péssima, história sem foco, sem graça e com protagonistas fraquinhos, sem alma. Quanto a próxima do Walcyr, espero uma trama central do nível de Verdades Secretas, sua melhor novela nos últimos anos. O elenco é ótimo, e curto bastante a direção de Amora Mautiner. Vamos esperar pra ver né! PS: acompanho o blog a anos, e amo o conteúdo daqui. Vc é um mestre em TV e novelas, dá pra ver pelos seus textos que vc é apaixonado por esse universo. Parabéns!
Rogério Gomes é uó. Morde e Assopra tinha uma carga pesada muita por causa da direção enfadonha dele. Parece que ele melhorou um pouquinho em O Sétimo Guardião, né? Pelo pouco que vi dessa novela, não tem músicas instrumentais infinitas e ecos com efeitos sonoros onipresentes.