O Planeta TV

Segundo Sol resgata o que autor de Avenida Brasil tinha de melhor

Primeiros capítulos da novela agrada todos tipos de público.

Por: Jeferson Cardoso

Beto Falcão e Luzia. Foto: Segundo Sol/TV Globo

Meus queridos, vocês não sabem o prazer que estar assistindo a uma novela de qualidade e de texto decente. Não é segredo de ninguém que optei por não assistir O Outro Lado do Paraíso porque não consegui embarcar no universo proposto pelo autor e, claro, porque não suportava as falas dos personagens. Enfim, não sou fã de Walcyr Carrasco na faixa das 21h, porém reconheço que ele sabe (como poucos) desenvolver tramas e viradas que prendem o telespectador.

Para falar sobre os primeiros capítulos de Segundo Sol, preciso só colocar um ponto final sobre a antecessora. De ibope inacreditável, O Outro Lado do Paraíso tinha algumas qualidades: ótima direção, boas atuações, linda fotografia... Resumidamente, acho, penso, que o único defeito era o texto. Mas isso, acredito, só incomodava aos cultos. A maioria, o público final, aquele que não sabe quem é o autor e tão pouco se importa se a imagem tem tonalidade de cor cinza, branca, amarela, e que muito menos observa cortes ou ajustes por ibope. Esse público sim aprovou e viveu a história de Walcyr Carrasco. Eu, particularmente, não assisti O Outro Lado do Paraíso. Não posso afirmar que foi uma novela ruim. Parei de ver porque não curti, porém reconheço o seu sucesso. A repercussão foi altíssima. Nas redes sociais, falavam bem ou falavam mal, mas se falavam da novela. Os jornalistas – que gostam de criticar as novelas populares – aproveitaram o sucessão para lucrar e ganhar cliques. A análise crítica (profissional) foi deixada de lado e a opinião pessoal passou a ganhar peso. Walcyr Carrasco, na minha humilde opinião, só virou o jogo e hipnotizou a maioria porque deu ouvidos a quem de fato deveria (o telespectador fiel). Ele é um autor que escreve para o povo e soube lidar muito bem com o jogo sujo de alguns profissionais, que acham que o público tem que assistir ao que eles consideram como excelentes.  #ProntoFalei

Amei a primeira semana de Segundo Sol. Não criei expectativas, as chamadas eram fracas, mas no ar a novela está excepcional. Giovanna Antonelli está incrível. O tom e sotaque que ela deu à personagem é fora do comum. Muito bom mesmo. Emílio Dantas, que nada lembra o Rubinho de A Força do Querer, também surpreende.

Super ágil, Segundo Sol tem um enredo absurdamente mexicano. A qualidade do texto, no entanto, é a cereja do bolo. João Emanuel Carneiro, de colaboradores novos, está inspiradíssimo. A direção e o autor estão em sintonia. A parceria entre Dennis Carvalho, Maria de Médices e o autor, de cara, funcionou. Mais cauteloso, JEC corrigiu os erros de A Regra do Jogo, e apresentou uma novela solar, simples, mas de personagens encantadores. E mais: quem pega o barco andando, ou seja, começa a assistir a qualquer dia consegue compreender a história. Os ganchos [cenas de finais de capítulos] também são macabros.

A direção é boa, mas os assistentes de cenografia e de finalização de capítulos vêm apresentando erros primários ou grotescos. Em oito capítulos, observei quatro vacilos. Veeeejamm:

Barqueiro escondido

Giovanna de Taubaté (hahahahahahaha mico)

Monitor de 1999 e o teclado um pouco moderno para a época (hihihihi).

Dois homens aparecem no canto esquerdo, em pé. Suspostamente o câmera e o seu auxiliar.

Como marketing, a Globo vendeu Segundo Sol como uma novela estrelada por um cantor de Axé. Talvez pelo fato da novela ser ambientada na Bahia. Só que os protagonistas reais são Luzia (Giovanna Antonelli) e Roberval (Fabrício Boliveira).

Que a segunda fase da novela, que começa nesta quinta (24), seja tão incrível como a primeira. Estou animado!!! Que SONHO! E o Ibope, Jeferson? Bom, alguns querem os números do pacto de Walcyr Carrasco; outros almejam a casa, de pelo menos, 35. Tem gente que - por considerar Segundo Sol uma novela de qualidade (por conta do texto) - não aceita que ela tenha índices inferiores ao de O Outro Lado do Paraíso. Eu penso que: por ora, a média de 31 pontos está dentro do “normal”. Para início, nos dias de hoje, é um índice razoável. As antecessoras tiveram um desempenho parecido. A diferença é que Walcyr, como ninguém, consegue subir quase 20 pontos num piscar de olhos, enquanto os outros autores, quando sobem, conseguem elevar em 4 ou 5 pontos.

Ainda é cedo para cravar uma média geral aproximada de Segundo Sol, mas eu apostaria em 33 ou 34 pontos, quem sabe uns 35. Obviamente, tudo vai depender da apresentação da segunda fase e da aceitação da mesma. Estou vivendo o novelão e torcendo muito.

Não vingou!

Infelizmente não consegui embarcar na história de Orgulho e Paixão. Acompanhei por duas ou três semanas até perceber que faltava liga entre o autor (Marcos Bernstein) e a direção (Fred Mayrink). O humor desta novela também é esquisito. É pastelão, mas é mal feito. Sei lá, acho que é uma novela sem alma, sem personalidade. Os dramas dos personagens são superficiais. Não há o que torcer nesta novela, nem mesmo para as relações amorosas dos protagonistas.

Enfim, pra mim, Orgulho e Paixão não deu liga. Uma pena.

Quanto mais mexe, pior fica!

A Globo está atirando para todos os lados e quanto mais a emissora muda, pior fica a sua novela das sete. Gente, Deus Salve o Rei foi desconfigurada. E agora tem dois robôs em cena: Alexandre Borges chegou para passar vergonha, coitado. 

Nos últimos dias, espiei alguns capítulos. Os protagonistas, que estavam sem funções, voltaram a ser o centro das atenções. A novela ganhou agilidade, mas a história é sem nexo. Praticamente, a Globo resolveu começar uma novela do zero, com novos personagens. Só que nada carismáticos. A personagem de Bruna Marquezine, de atuação menos robótica, resolveu tocar o terror. As maldades dela, no entanto, não fazem muito sentido, não convencem.

No Ibope, Deus Salve o Rei vai até bem. Não considero os seus 25/26 pontos ruins. O problema é a instabilidade. Um dia marca 28 e no outro 24. Como se trata de um enredo fraco, esses índices poderiam ser piores. Apenas acho.

Exagerada!

Sou suspeito, sou fã de Belíssima. Amei esta novela. Só que não curti a chamada da reprise. Não ficou legal e, em alguns momentos, a Globo forçou a barra com termos: “tem a Diva Fernanda Montenegro”, “Tony Ramos, um fofo no papel de Grego”, “Cauã Gato Reymond”, “É de Silvio de Abreu, e esse sabe tudo!”.... hahahaha. Constrangedor. Só rindo para não chorar.

Ah, gostei da parte que a narradora da Globo cita uns bordões que uso: Que História!!!, Que Elenco!!!, Que NOVELA!!! Hahahahahaha

Mesmo sendo fanático por Belíssima, acho que ela manterá os índices de Celebridade, na casa dos 13 a 15 pontos. Aposto nestas médias porque a primeira semana irá ao ar mais cedo, por volta das 16h20 e terá apenas 30 minutos de arte (é complicado!!!).

Depois que começar a ser exibida no horário normal, por volta das 17h, se souber lidar com os números e diminuir os excessos de intervalos comerciais, talvez a Globo consiga emplacar a reprise do novelão.

Corrigindo os erros

Um dia odiada, no outro aclamada. Assim foi o VIVA, no dia que começou a passar o facão nos capítulos de Bebê a Bordo e no dia que anunciou a reprise de Vale Tudo. Bastou o canal do Grupo Globo informar que reprisará – mais uma vez a novela da vilã Maria de Fátima (Gloria Pires) – que ninguém mais se importava com triste fim da outra. #Deboche

No último post, comentei com vocês sobre as atuais reprises do VIVA. Só se salva Explode Coração, que é ótima na parte final. A emissora deveria editar também os capítulos de Sinhá Moça, corrigindo de vez os erros de suas escolhas equivocadas.

Você que é fã de Bebê a Bordo, seja sincero, está assistindo aos capítulos na íntegra no GloboSat Play? #Deboche

Que venha A Indomada e Vale Tudo. Para fechar o time, torço para que Corpo Dourado seja a substituta de Sinhá Moça. Daí teríamos três novelas boas no ar.

Frustração

Onde Nascem os Fortes foi a minha aposta para 2019. Acreditei que seria a melhor produção do ano. Gosto da supersérie, mas ela caminha – a passos largos – e em círculos. A sensação é de que nada acontece. As chamadas parecem que são as mesmas todos os dias. Uma pena. Lamentável.

Em cena, Patrícia Pillar e Fábio Assunção estão ótimos. Alexandre Nero também, mesmo com trejeitos que lembram o Comendador. Jesuíta Barbosa figurante de luxo. A produção deveria liberá-lo para fazer a novela das sete. E aplausos para Alice Wegmann, que brilha defendendo a Maria.

Alice Wegmann brilhando em cena. Foto: Divulgação/TV Globo

Animado

Ter sido adiada, em sete meses, foi a melhor coisa para O Sétimo Guardião. O elenco da novela ficou ótimo, principalmente o feminino: Flávia Alessandra, Paolla Oliveira, Lília Cabral, Elizabeth Savalla, Marina Ruy Barbosa, Letícia Spiller e Ana Beatriz Nogueira. UAU! Que ELENCO!!!

Os ajustes no enredo/história também deram esperanças a esta pessoa que vos escreve. A novela ficou com pegada de Aguinaldo Silva, que voltará com realismo fantástico e lembrará obras como Fera Ferida, A Indomada e Porto dos Milagres.

Falando nisto, vocês já repararam que, na faixa das 21h, os autores estão resgatando características de suas novelas de enorme sucesso? Em Segundo Sol, JEC, por exemplo, repetiu uma cena de Avenida Brasil, que lembrou Nina sendo abandonada no lixão.

É isso. Estão curtindo Segundo Sol? A segunda fase será tão empolgante quanto a primeira? Onde Nascem os Fortes, Deus Salve o Rei ou Orgulho e Paixão: qual a maior decepção da dramaturgia da Globo?

Abraços e até o nosso próximo encontro. ;)


Deixe o seu comentário