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Salve-se Quem Puder: uma novela despretensiosa na faixa das 19h!

A produção é para agradar ao grande público, não minoria de jornalistas.

Por: Jeferson Cardoso

As mocinhas de Salve-se. Foto: Globo

Tenho acompanhado a novela “Salve-se Quem Puder” e, por mais que acho uma história louca, gosto. Sabia que teria um estilo mexicano, devido o jeito de Daniel Ortiz escrever, mas não imagina que teria que “viajar” muito. É preciso voar, diria Gloria Perez.

“Salve” tem um estilo, que, no meu ponto de vista, faz com que o público continue acompanhando o próximo capítulo. A pegada policial é bem interessante e lembra “Pega Pega”, que tinha esse quesito bem predominante.

Sinto muita falta de “Bom Sucesso”, mas não tenho o que reclamar de “Salve”. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. São tramas distintas. A qualidade está no olhar. Se você gosta, você enxerga o lado bom ou pelo menos vê a pretensão. Já se não gosta, só pensa no lado negativo: audiência e qualidade não caminham juntas, por exemplo.

Mas, voltando às loucuras de “Salve”. Há tempos não via protagonistas exageradas e uma narrativa tão rasa. Das mocinhas, pra mim, nenhuma está no tom certo. E nem deveriam estar. É para exagerar mesmo.

Desta novela, até o momento, duas atuações me agradam: a de Thiago Fragoso e a da Flávia Alessandra. Por mim, ambos ganhariam mais destaques.

As mocinhas e a galinha Filipa. Foto: Paulo Belote/TV Globo

No quesito audiência, “Salve”, se não repetir o vacilo de “Bom Sucesso” e não perder o ritmo na reta final, tem tudo para a trama mais assistida da década na faixa das sete. Ou pelo menos empatar com “Ti-Ti-Ti” e “Cheias de Charme”.

A demissão do “Mago”

Quando Aguinaldo Silva escreveu “Império” eu logo notei que ele já não era mais o mesmo. A metade da novela era boa, a outra não. O trabalho anterior dele, “Fina Estampa”, foi um desastre. Daí vem “O Sétimo Guardião” para cravar e sujar todo um lindo currículo. Infelizmente, “O Sétimo Guardião”, dos 30 e poucos capítulos que assiste (acho que não chega a isso tudo, mas...), apenas dois prestaram: o primeiro e o último (com a exceção da última cena).

O tempo passa e ninguém é insubstituível. É preciso acompanhar o novo jeito de escrever novela. Aguinaldo Silva até tentou com “Império”, com uma pegada mais ágil. Ele, no entanto, não soube desenvolver a história da vilã e as tramas paralelas eram fracas. Já “O Sétimo Guardião” foi, por completa, um desastre.

Sim, sim, sim! Aguinaldo Silva precisa de um descanso. Uma pausa. Logo ele descobrirá que o público que assiste aos seriados americanos não são fãs de séries que ele escrevia para a Globo. Daí, quem sabe, o autor resolva voltar ao estilo de origem, que fez sua carreira um fenômeno (sendo recordista de audiência por três décadas). Sonhar não custa nada, mas como eu disse: o tempo passa, o ânimo não é mais o mesmo. Talvez seja a hora de ser roteirista de filme e não de novela.

Coerência mandou lembranças!

Cena de Amor de Mãe. Foto: Divulgação/TV Globo

Não acompanho “Amor de Mãe” (vi o primeiro capítulo e por isto interrogarei), mas você que assiste: responda-me com sinceridade tem coerência Danilo (Chay Suede) ser o filho roubado de Lurdes (Regina Casé)? Thelma (Adriana Esteves) já não tinha uma criança quando ainda a protagonista teve seu filho vendido?. Misericórdia, ainda bem que não perco meu tempo com novela violenta e sem coerência!. Ignore o meu questionamento, talvez ele não faça sentido e Manuela Dias já até explicou nos capítulos seguintes.

Falando nisto, para uns será implicância, mas vamos lá. “Amor de Mãe”, de fato reagiu na audiência, mas sua repercussão é muito baixa para uma novela das nove. E não estou me referindo às redes sociais. Basta sair às ruas e perguntar a alguém sobre o que está acontecendo ou o que passou no capítulo anterior. Bastante gente dirá que não sabe do que se trata. “O Sétimo Guardião” foi absurdamente ruim, mas teve duas repercussões negativas: uma de acusação de cópia e a outra do “surubão de Noronha”. Deram o que falar negativamente, mas deram. Enquanto “Amor de Mãe”...

No entanto, frustrante mesmo é “Éramos Seis”. Pobre novela, quando você pensa que vai reagir, desaba. E agora chegou numa fase fúnebre, onde a mocinha sofre de dar depressão no telespectador.

A próxima reprise

Surgiu um boato de que a Globo pode reprisar “Amor à Vida” ou “Eta Mundo Bom!”, ambas escrita pelo todo poderoso Walcyr Carrasco, o que manda e desmanda na Vênus Platinada. Pois bem, nota-se que a Globo está bem preocupada em não errar com a substituta de “Avenida Brasil”. Obviamente, um erro a essa altura do campeonato seria de lascar.

No entanto, existem opções melhores que as obras escritas por Walcyr. Sem menosprezá-lo. Acredito (opinião muito pessoal) que esse seria o momento ideal para a reapresentação de “A Favorita” ou “América”. “Totalmente Demais” também seria uma boa opção, mas não sei se seria garantia de audiência, se repetiria o mesmo sucesso do passado. No entanto, as duas primeiras opções são tiros no claro. No atual cenário da Globo, qualquer uma delas seria sucesso garantido.

Na expectativa

A próxima novela das seis me causa curiosidade, desperta em mim uma ansiedade. “Nos Tempos do Imperador” parece ser bastante interessante. Se tiver a agilidade que “Novo Mundo” teve, promete! Será a prova dos nove para os autores (Thereza Falcão e Alessandro Marson). Recentemente, na faixa das sete, a terceira obra de Rosane Svartman e Paulo Halm (Bom Sucesso) arrasou. Que assim seja com a nova parceria de Thereza e Alessandro. Amém!.

Selton Mello e Mariana Ximenes. Foto: Comunicação Globo/Paulo Belote

Que a história seja excelente e a audiência idem. Que eleva a média de público das seis da Globo, que não seja apenas mais uma!. No quesito elenco, há certo tempo não via uma novela das seis com casting à altura.

Um Lugar ao Sol

Apesar do título “brega”, estou numa expectativa com a novela de Lícia Manzo. Nunca pensei que diria isto, mas bateu uma saudade de assistir uma novela na faixa das 21h. A última foi “A Força do Querer”. De lá pra cá, no máximo acompanhei – em média 20 capítulos – das últimas. Tenho medo da lerdeza do estilo de Lícia Manzo, que não tem nada parecido com o Manoel Carlos da década de 90. Entretanto, parece que a autora vem com um “baita” de um enredo. Após tombo com O Sétimo Guardião e decepção com Amor de Mãe, espero ser surpreendido.

É isso, fico por aqui. O que estão achando de “Salve-se Quem Puder”? “Amor de Mãe” é coerente? Manuela Dias está agradando as expectativas de vocês? Uma reprise “A Favorita”, no momento, seria excelente. Né? E o que esperar de “Nos Tempos do Imperador” após a depressão e insossa “Éramos Seis”?

Ah, antes dos agradecimentos, digam-me já estão revoltados com o BBB20? Ainda não? kakakakaka

Obrigado pela atenção e até o nosso próximo encontro.


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