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Espelho da Vida: protagonistas chatos e história central inverossímil

Novela das seis da Globo não convence o grande público.

Por: Jeferson Cardoso

Os protagonistas de Espelho da Vida. Foto: Globo

Falar sobre Espelho da Vida é chato. Pensa numa novela cansativa. Na última postagem comentei que não enxergava química entre Vitória Strada e João Vicente de Castro. Além de não ter, os papéis são irritantes. 

Não se trata de uma novela confusa, até que é compreensível. Só não é convincente. É, em alguns momentos, absurda. Veja bem. Outro dia, nas idas e vindas, nas entradas e saídas, daquele maldito espelho, até porque, convenhamos, que coisa chata aquele espelho.... voltando ao raciocínio... Na década de 20, 30, 40, vai saber quando se passa esta novela, Eugênio (Felipe Camargo) pai de Júlia (Vitória Strada) volta de uma viagem, e Cris (Vitória Strada), como um passe de mágica regressa ao passado, se mostra perplexa quando fica frente a frente com o pai de “sua alma”. Numa cena anterior, ela chega a perguntar a empregada como é o rosto de seu pai? Após uma gargalhada, confesso que não consegui segurar os risos, observei que Cris tem o poder de alterar o que aconteceu na vida de Júlia. Oi? Como assim? Que viagem é esta? 

Há quem acredita em espiritismo, encarnação, mas a pessoa ter o dom de mudar o que aconteceu no passado é zuação. Que loucura. Elizabeth Jhin deve estar ganhando pouco para apresentar uma sinopse deste nível.  

Outra coisa que me incomoda, e muito, é a repetição das falas. Num só capítulo, os nomes de Cris e Margot (Irene Ravache) são citados a ponto de tirar um do sério. 

Os núcleos paralelos são tão fracos que dispensam comentários. Às vezes, parece que estou assistindo Malhação. Falando sério, como pode um escritor apresentar uma história com núcleos secundários irrelevantes? 

No quesito audiência, Espelho da Vida alcança o que, por enquanto, merece. Uma média de 19,5 pontos. Lógico que o fracasso de Belíssima e Malhação influenciam diretamente na média final desta historinha das seis, mas ela, durante os 50 minutos em que fica no ar, não consegue elevar quase nada do que recebe. A rejeição é muito grande. A falta de interesse do grande público é notável. Vamos ver como ela irá se comportar durante o horário de verão. Tadinha. Rsrs 

Esfriou!

Continuo acompanhando O Tempo Não Para e gosto. Perdeu um pouco do tesão, de certo que sim, mas continua boa, agradável, divertida. É ágil, mesmo sem cenas de grandes impactos. O texto de Mário Teixeira segue afinado, excelente. 

O ibope caiu um pouco, deveras. Porém, o público não tem como adivinhar o horário de exibição. Há alguns dias, devido ao horário político e futebol, a novela começa cada dia em uma hora diferente, e sempre mais cedo do que o habitual. 

Apesar da queda dos índices, a média geral ainda é boa. Já os rumos de alguns personagens desagradam, pelo menos a mim. O que o autor fez com o casal Elmo (Felipe Simas) e Miss Celine (Maria Eduarda Carvalho)? Daqui a pouco vira uma Totalmente Demais, onde todos os personagens se pegam. É tiro para todos os lados, como se não tivesse uma história para segurar cerca de 150 capítulos. É complicado.

Começo a ficar com o pé atrás. Meu medo é que o encanto se transforma em uma frustração. Mário Teixeira, por favor, não faça isso. Só tem três meses, não vai perder a mão. 

Não deu certo!

Eu segui firme até o centésimo capítulo de Segundo Sol, mesmo insatisfeito com tudo o que vinha sendo apresentado. Desde então, assisto com menos frequência. Assim, evito o estresse e também poupo os meus ouvidos de gritarias e palavrões. 

Não sei o que aconteceu com João Emanuel Carneiro, o primeiro mês da novela parecia que ele estava inspirado. O texto era bom, a trama central tinha uma boa agilidade. Bastaram os núcleos paralelos ganharem destaques para tudo sumir. No início, apenas a direção cometeu erros grotescos, alguns citados aqui neste espaço, mas desde o centésimo capítulo para cá quem está sem rumo é o autor. A explicação da falsa morte de Remy (Vladimir Brichta), um plano de Laureta (Adriana Esteves), acredito que não convenceu nem mesmo os atores que defendem os personagens. Uma vergonha. E a condução da personagem de Letícia Colin? Rosa é uma personagem insuportável, que nem mesmo a ótima atuação da atriz conseguiu salvá-la. E, para piorar a situação, JEC decidiu que a bipolar terminará com Valentim (Danilo Mesquita). Oi? E o amor que ela e Ícaro (Chay Suede) sustentaram a novela toda? 

A certa altura, João Emanuel Carneiro perdeu o tesão com Segundo Sol e decidiu fazer o mesmo que Walcyr Carrasco fez com O Outro Lado do Paraíso: escrever qualquer coisa. Dana-se a coerência.

Foto: Divulgação/TV Globo 
Laureta, que eu defendi como a melhor personagem da novela, perdeu a sua essência após o capítulo 100. Adriana Esteves até mudou o tom, sendo menos sarcástica. É incrível como JEC não conseguiu manter nem o que era, digamos, quase ótimo. 

Os momentos finais da novela também estão chatos. Há quase uma semana a Família Athayde é mantida como refém por bandidos. É a chamada “barriga”. Tudo para redimir Roberval (Fabrício Boliveira) e unir os papéis que não tem mais funções. 

Nem Velho Chico, de Benedito Ruy Barbosa, foi tão criticada/chicoteada como Segundo Sol. Não sei se ela foi pior ou melhor do que A Regra do Jogo. Como não assisti, não posso fazer comparação. O que sei é que, para mim, Segundo Sol é junto com O Outro Lado do Paraíso as novelas mais sem pé nem cabeça da faixa das 21h. 

Segundo Sol terminará com uma boa audiência, apesar de não merecer. Até aqui, dia 26/10, acumula 33,2 de média ponderada. Provavelmente, até o dia 9/11, alcançará os 33,6 (34). É como disse no post anterior. É uma obra de boa audiência, mas de péssima narrativa. Uma pena. Torci e acreditei que João Emanuel Carneiro viria com tudo. É vida que segue. Só me resta rezar para que a sucessora não seja do mesmo nível.

Esperança!

Nada de extraordinário nas chamadas de O Sétimo Guardião. Tenho muito expectativa com esta novela, mas não vou aqui glorificá-la por conta de chamadas. Admiro, e muito, Aguinaldo Silva, que, pra mim, é o melhor autor de novelas. No entanto, tenho que ter fé, mas com os pés nos chãos. 

O Sétimo Guardião tem um elenco estelar e estará nas mãos do melhor diretor, Rogério Gomes. A sinopse – no papel – parece interessante. Resta saber como será no ar. Marina Ruy Barbosa e Bruno Gagliasso repetem parceria do cinema, agora na telinha. Lindo casal. Uma química formidável. Mas quem chama a atenção é o Leon, o gato da raça Bombaim. Fofo!!! 

Foto: Divulgação/TV Globo

Independente dos números de audiência, torcerei, clamarei, para que O Sétimo Guardião seja, no mínimo, uma novela boa, divertida, agradável. Que traga a paz, o otimismo, para o horário das 21h, com personagens cativantes. 

Substituir uma novela de boa audiência, mas de imagem “suja”, não é nada fácil. É um risco. O público insatisfeito pode não dar chance, de imediato, para a próxima. Mas se o primeiro capítulo de O Sétimo Guardião for impactante e de tirar o fôlego, tenho esperança de que conseguirá ir bem em novembro e dezembro (período atípico), com médias nas casa dos 30 pontos. Dependendo do desempenho inicial e da condução da trama, se de fato prender, poderá “explodir” de janeiro a maio. 

Números à parte, o que importa neste primeiro momento é que Aguinaldo Silva esteja entusiasmado e que nos apresenta uma obra prima. Amém!.

Antes de mudar de assunto, gostaria de dar um pitaco sobre a personagem de Lília Cabral. Nas chamadas, nos primeiros capítulos, a Valentina parece ser dramática. Essa atriz é monstra em tudo o que faz. Porém, gostaria muito de vê-la defendendo uma vilã macabra tipo a Flora, de A Favorita. Ela no drama é fantástica, tanto que a gente não abusa, mas seria interessante sair da zona de conforto. E Aguinaldo Silva está nos devendo uma vilã marcante, histórica! 

É fraca!

Gente, quando acompanhei Belíssima, em 2006, eu gostava demais. Porém, vendo a reprise no Vale a Pena Ver de Novo, cheguei à conclusão que não é uma novela atemporal. Para hoje em dia é fraquíssima. Silvio de Abreu não estava tão inspirado nesta novela. A única personagem marcante, a Bia Falcão (Fernanda Montenegro), ficou quase 100 capítulos desaparecida. Tenho boa lembrança da parte final desta obra. Só não lembrava que, no geral, era tão fraca. A verdade é que há 15 anos atrás não éramos tão exigentes como hoje em dia. A culpa é de João Emanuel Carneiro (brincadeirinha) que mudou o jeito de escrever novela com a macabra e inesquecível A Favorita. Rsrsrsrsrs

Não sei por que a Globo demorou tanto para começar a passar o “facão” nos capítulos de Belíssima. Dava para tirá-la do ar no meio de novembro. Alguma coisa tem que ser feita para chamar (e prender) a atenção do público no fim da tarde e início da noite. O péssimo desempenho de Belíssima já está refletindo até no jornal local, SP 2ª Edição. 

Li boatos de que Beleza Pura é uma possível substituta de Belíssima. É outra novela fraca, ninguém lembra. Isis Valverde com aquela voz irritante, misericórdia. Se eu fosse o diretor de programação da Globo apostaria, sem pensar, em Cama de Gato ou Cordel Encantando.

É ruim?

A atual temporada de Malhação não chega a ser ruim. É fraca, mas não a ponto de ser condenada. Eu gosto do elenco, tem bons atores. Alguns dos novatos, certamente, serão protagonistas brevemente. Porém, infelizmente, a narrativa da trama não é legal. O texto de Patrícia Moretzsohn é muito didático. Às vezes, parece com as novelas de Íris Abravanel. Hahahahahaha.

Ele pode tudo!

Enquanto todo mundo acreditava numa possível continuação de Verdades Secretas, Walcyr Carrasco, como um gato, deu um salto e derrubou Manuela Dias da faixa das 21h. A Globo, via assessoria, jura que a novata foi apenas adiada para o fim do ano que vem. Acreditar faz parte. 

Walcyr Carrasco, o furão, é danadinho. Ele virá depois de Aguinaldo Silva. Ou seja, herdará um público específico (o da classe C). Ele ainda estreará em um período de share alto (número de televisores ligados). Ou seja, tem tudo para bombar no Ibope e emplacar outra novela imediatamente, tombando Maria Helena Nascimento, que também sonha ser promovida. Hahahahahaha.

Que tal?

O grupo GloboSat deveria extinguir o Canal VIVA e disponibilizar as novelas no GloboPlay, assim como a Record faz no PlayPlus. 

A programação do VIVA é tão ruim que não faz sentido a sua existência. 

Desorganizada!

A direção da Record TV parece que anda desanimada com as produções de novelas bíblicas. O fiasco de Jesus desagradou os executivos. 

Recentemente, a emissora decidiu adiar a estreia de Gênesis, que está sendo escrita por Gustavo Reiz. Segundo consta, os bispos não curtiram o roteiro e mandaram fazer ajustes. É a igreja, mais uma vez, assim como aconteceu em Apocalipse, interferindo onde não deveria. O final desta novela já sabemos. Gênesis irá ao ar com o roteiro todo escrito e, provavelmente, com muitas censuras. E assim como Vivian de Oliveira, insatisfeito, Gustavo Reiz pedirá para sair. 

Nesse meio termo, Cristianne Fridman, que foi recontratada para escrever uma novela das sete, foi remanejada para escrever um “tapa buraco” entre Jesus e Gênesis. Trata-se de “Jezabel”, anunciada como macrossérie de 80 capítulos, que editada deve virar uns 100. 

Boa sorte aos envolvidos nestas próximas novelas bíblicas. Força! 

Agradou!

É incrível como Marcos Mion faz a diferença em A Fazenda. É muito bom o domínio dele na condução do reality show. Eu até hoje não entendo o motivo que levou a Record TV a acabar com o Legendários, que era infinitamente melhor que o péssimo Programa da Sabrina.

Foto: Divulgação/Edu Moraes/Record TV

Talentoso, Mion merece mais destaque. Espero que seja aproveitado no PlayPlus. Essa plataforma de multimídia da Record é muito boa. Nela é possível assistir, ao vivo, as programações locais de diversas afiliadas da emissora, bem como todas as novelas (à integra) já produzidas pelo canal. Há também uma parceria com a Disney Channel e ESPN Brasil. 

Muito bom!

É muito bom o formato do Fala Brasil. O telejornal da Record TV é dinâmico e tem ligação, ao vivo, com quase todas as afiliadas, principalmente nas regiões a emissora alcança a liderança, como Salvador, Belém, Goiânia... As apresentadoras são ótimas. As reportagens não são apelativas. O formato é excelente. Na minha opinião, pelo conjunto, é um dos melhores telejornais da TV aberta. 

É isto. Estão satisfeitos com os momentos finais de Segundo Sol? João Emanuel Carneiro merece uma terceira chance? As chamadas de O Sétimo Guardião despertam a atenção? Será que Aguinaldo Silva apresentará uma novela melhor que Segundo Sol? O que tem de errado com Espelho da Vida? O que Elizabeth Jhin precisará fazer para convencer o público a acreditar na história de sua novela? E O Tempo não Para terá fôlego até o fim de janeiro?

Comentem! Obrigado pela atenção, e até o nosso próximo encontro! ;)


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