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Diferente de Segundo Sol, O Tempo Não Para empolga e encanta!

É a melhor novela no ar. De certo que sim. Deveras.

Por: Jeferson Cardoso

Samuca e Marocas. Foto: TV Globo

Quando você menos espera é surpreendido. De certo que sim. Mas, convenhamos, quem dava valor ou esperava que O Tempo Não Para teria uma qualidade impecável e uma sinopse incrível? Eu ouvi gente dizer: “qualquer coisa seria melhor que Deus Salve o Rei”. Mas ficava pensando: “Diziam o mesmo quando Pega Pega estava acabando, e Deus foi bem pior”. 

Pois bem, hoje, um mês após a estreia, tranquilamente, posso afirmar: O Tempo Não Para é a melhor novela em exibição e tem tudo para ser considerada, pelo menos por mim, como a melhor novela do horário das sete desde Totalmente Demais. Deveras. 

No papel, quando li pela primeira vez o resumo da sinopse principal de O Tempo Não Para, pensei: “que loucura” e ainda, pasmem, duvidei do talento do elenco. De cara, à primeira vista, considerei como “fracos” os nomes escalados. Mordi a língua e graças à Santa Clara fui apresentado à uma novela de história e personagens atraentes, cativantes, irresistíveis. Uma obra, até aqui, redondinha. 

O talento de Mário Teixeira, que aclamei em Liberdade Liberdade, encontra-se presente em O Tempo Não Para. Inspiradíssimo, o dramaturgo tem um texto incrível. Às vezes, didático, de certo que sim, mas de uma forma que não incomoda, pelo contrário, diverte. O texto desta novela é muito inteligente, com críticas perceptíveis à nossa realidade. E mais, nós público fiel da novela, não temos a obrigação de conhecer sobre a História do Brasil no século passado ou retrasado. O autor, de forma criativa, explica, contextualiza, e ainda faz comparativos – sempre de forma engraçada - com o século 21. 

Juliana Paiva e Edson Celulari, que não tiveram destaques em A Força do Querer, são valorizados. É maravilhosa a sintonia e a entrega destes atores. Dom Sabino e Marocas são excepcionais. Nicolas Prattes, que arrasou em Rock Story, também é um acerto. Esforçado, o jovem só evolui e tem uma química absurda com Ju Paiva. 

O Tempo não Para não tem realismo fantástico e a história dos congelados pode ser surreal, mas foi apresentada como folhetim puro, clássico. E o público, diante de personagens humanos, carismáticos, engraçados, embarcou na história. Afinal, o público quer entretenimento. Nisto, O Tempo Não Para tem de sobra. 

Diferente da antecessora, que apelava para violência, O Tempo Não Para não vive às sombras de vilões, que até aqui são meros coadjuvantes (para não dizer figurantes). Betina (Cleo Pires) e Emílio (João Baldasserini) são os personagens mais chatos. Em termos de maldade, espero que o autor mire em Waleska Tibério (Carol Castro). 

Vocês já perceberam também que O Tempo Não Para também não é dependente de ganchos? Os encerramentos dos capítulos, até aqui, são simples. E isso não incomoda, e sabe porquê? Por que os capítulos são ótimos, passam rápido, num piscar de olhos.

Que esse sonho, ou melhor, a perfeição desta novela, continue até janeiro. Muito obrigado, Mário Teixeira. 
 
Decepção é pouco!

No último post comentei sobre a minha decepção com a novela de João Emanuel Carneiro. Na época, os fãs do roteirista ainda estavam empolgados e acreditavam numa obra prima. Pois bem, hoje a frustração é generalizada, inclusive entre os jornalistas. 

Eu não parei de assistir à novela, continuo firme e forte. Torcendo, logicamente, para que acabe logo. Um passo de cada vez, calma. Dois meses passam voando. Amém.

Para mim, Segundo Sol - infelizmente - se tornou uma novela ruim. E o seu maior defeito é não ter um personagem para torcer. Todos são tortos, falhos, mal construídos. Não são exemplo para nada. 

De uns dias para cá, o autor resolveu atirar para todos os lados. E assim como O Outro Lado do Paraíso, os perfis dos personagens mudam a cada semana. Em alguns casos, Segundo Sol é pior. Observando, atentamente, notei as oscilações de personagens em sequências curtas de cenas. Citarei alguns exemplos “engraçados”, para não dizer frágeis, mancos, inconsistentes... haja adjetivos. #Deboche

Nice (Kelzy Ecard) começou uma cena sendo humilhada pelo marido; e ela terminou a sequência achando que ele é uma pessoa exemplar. Na cena anterior, Agenor (Roberto Bonfim) havia sido demitido do emprego por tentar denegrir a imagem da esposa. Oi? Tem como torcer por uma personagem que age assim? A atriz é ótima, mas se o autor não sabe conduzir o drama, o papel perde a essência, a vida. Frustrante.

Num outro núcleo, que tenta imitar o de Avenida Brasil, Doralice (Roberta Rodrigues) comemora (e apoia) a relação de Dona Naná (Arlete Salles) e seu dois maridos. A personagem está apoiando um relacionamento aberto e chega a pular de alegria ao saber da safadeza da sogra. Hahahahaha! Pois bem, na sequência seguinte, a mesma Doralice ficou indignada, irada, ao saber que o marido doou sêmen para a colega de trabalho. É piada, né? Antes fosse. 

Falando em personagens ruins, não posso deixar passar o pior triângulo que já vi: Cacau (Fabiula Nascimento), Roberval (Fabrício Boliveira) e Edgar (Caco Ciocler). É até estranho falar sobre esses personagens. É um pior que o outro. Veja bem, não estou aqui criticando as atuações, mas sim os perfis, comportamentos, dos personagens. Caco Ciocler e Fabiula Nascimento estão entregues, dando show. Mas, infelizmente, defendem os piores personagens de suas carreiras.

Edgar (Caco Ciocler), Roberval (Fabrício Boliveira) e Cacau (Fabiula Nascimento). Foto: TV Globo

O que João Emanuel Carneiro fez com o papel da Maria Luiza Mendonça? A Karen se separou para se tornar amante, empregada, do irmão do ex-marido. Uma mudança de comportamento sem noção. 

José de Abreu é outro que passou por situações bem constrangedoras. Do nada, Dodô virou um “adolescente” bobo, acamado, implorando a volta da esposa. A cura só veio depois que o mesmo aceitou o relacionamento aberto. Será que ele vai enfartar depois que souber que sempre foi corno e que Remy (Vladimir Brichta) é filho de Nestor (Francisco Cuoco)? Hahahahaahaha #QueViagem #QueMico

E a Zefa (Cláudia Di Moura)?  É uma pobre coitada, e por merecimento. Prefiro nem comentar. Torci muito pela ela na primeira fase, mas depois...  Ela é a grande responsável por Roberval ser a pessoa que é. 

Rosa (Leticia Colin), agora quase sem função, entrou no jogo das vilãs e inventou uma falsa paternidade. Parece brincadeira, né? 

No quesito ibope, torço para que, na reta final, suba. JEC não pode entregar abaixo dos 40 pontos (na última semana) para O Sétimo Guardião. Sim, minha preocupação é com a próxima, já que a atual já broxou total. Sendo sincero. 

Ainda acho que Segundo Sol cravará 34 pontos de média geral. Mas aí é achismo e, ultimamente, não tenho acertado nada. Nunca pensei que O Outro Lado do Paraíso fosse registrar incríveis 39 pontões. E pensava que Segundo Sol fosse, facilmente, manter, pelo menos, 36 pontos. 

Em termo de audiência, JEC está redimido. A média de 34 pontos (se alcançada) é excelente para o horário. Uma pena que o enredo de sua novela deixa a desejar. É vida que segue.

Só vem!

Sou fã de Aguinaldo Silva, mas sei separar as coisas. Na época de Império, fazia críticas, detestava alguns personagens, como a Xana Summer (Aílton Graça), e em momento algum apoiei as mudanças envolvendo a Cora (Drica Moraes/Marjorie Estiano). Império teve seus altos e baixos, mas a história do Comendador (Alexandre Nero), do início ao fim, me marcou muito. No quesito texto, é a melhor novela do dramaturgo. Apenas neste quesito, obviamente. 

Mas porque estou falando de Império para falar de O Sétimo Guardião? Por que espero que Aguinaldo Silva venha com a mesma agilidade apresentada em Império, com ganchos e viradas a cada capítulo. O texto, tenho certeza, que será à altura, assim como o de personagens populares. 

Estou muito ansioso, até demais, para a estreia de O Sétimo Guardião. Adorei a sinopse, o elenco, tudo. A volta do realismo fantástico, com personagens de A Indomada. Gente, nunca pensei. É sonho que chama?.

Vem Mago. Só não me decepciona como João Emanuel Carneiro, por favor. 

Fraquíssima!

Até o momento, não deu certo a reprise de Belíssima. Porém, é preciso ter cautela. A solução não é retirá-la do ar, bruscamente, como aconteceu com Celebridade. De nada adiantaria lançar outra novela em meados de novembro, em pleno horário de verão e festas de fim de ano. A edição poderia dar uma agilidade, eliminando cenas desnecessárias, sem causar danos na história. Penso eu que a Globo está deixando para fazer cortes na parte final de Belíssima, quando fica mais pesada. Foi assim com a antecessora. 

Até entendo o fracasso de audiência de Belíssima. O público do Vale a Pena Ver de Novo gosta de drama e essa novela de Silvio de Abreu só é dramática na parte final. 

Ainda é cedo para falar sobre a substituta, mas acho que, por ibope, a Globo apostará em uma novela de Walcyr Carrasco (Alma Gêma) ou de Manuel Carlos (Mulheres Apaixonadas).

As novelas do VIVA

Estou viciado em A Indomada, a segunda melhor novela de Aguinaldo Silva, na minha opinião (claro). A primeira é Tieta. Hahaha. A reprise desta novela foi um acerto do VIVA. Não perco um dia. Os mais jovens estão amando as loucuras de Altiva (Eva Wilma). A repercussão é grande nas redes sociais. 

Não curti Baila Comigo. Não faz meu tipo. Muito fraca. A primeira Helena de Manoel Carlos é muito fechada, séria. 

Vale Tudo (uma das melhores novelas já produzida pela Globo) não acompanho, já abusei. Já vi duas vezes. Acho essa reprise desnecessária, mas há quem aprove. Espero que tenha um público bom assistindo. A emissora vacilou quando decidiu lançá-la em meio a Copa do Mundo. A imagem desta novela deve ser formato VHS (de videocassete), pelo menos na NET, é pavorosa, ridícula. Passo longe.

Qualidade da imagem de Vale Tudo pela operadora NET. Foto: Reprodução/Canal VIVA

Qualidade da imagem de Vale Tudo pela operadora NET. Foto: Reprodução/Canal VIVA

Poderoso

Quer dizer então que Walcyr Carrasco vai tirar um ano sabático e voltar, em 2020, com Verdade Secretas? Na Globo, ele faz o quer, né? 

Silvio de Abreu deve ter adorado a ideia de Walcyr, assim ele poderá promover seu amiguinho Alcides Nogueira para faixa das 21h. Fico aflito só de pensar uma novela de Alcides com direção de Jayme Monjardim na faixa mais consagrada da TV. 

É isso, fico por aqui com minhas opiniões. À espera das de vocês. Estão curtindo (vivendo) O Tempo Não Para? O que esperar da parte final de Segundo Sol? Ainda há tempo para JEC surpreender? O que justifica o fracasso Belíssima? Qual novela, hoje em dia, daria certo (em termo de Ibope) no Vale a Pena Ver de Novo? Eu queria O Sétimo Guardião para ontem, e você? 

Obrigado e até o nosso próximo encontro!


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