Autor de A Favorita e Avenida Brasil apresenta narrativa de novela das seis.
Por: Jeferson Cardoso
Lá se vão quase dois meses de Segundo Sol e... Meus queridos, às vezes, empolgados com as apresentações dos primeiros capítulos, acreditamos que o autor escreverá a melhor obra de sua carreira. Pois bem, não é assim que vejo João Emanuel Carneiro, que é responsável pelo roteiro da atual novela das nove da Globo. De fato, Segundo Sol tem um bom texto e é ágil, mas falta coerência à narrativa e, principalmente, sair do lugar, uma vez que, nota-se que já anda em círculos. Não acho que novela tem a obrigação de ser fiel à realidade, mas é preciso ter pés nos chãos para convencer o público a embarcar na ideia.
Infelizmente, a história dos protagonistas - Luzia (Giovanna Antonelli) e Beto Falcão (Emílio Dantas) - não convencem. A primeira, fugitiva da polícia, é DJ e se expõe absurdamente. O segundo foi cantor e não é conhecido por ninguém. Em alguns momentos, JEC deixou claro que Beto Falcão foi um cantor fracassado, mas o engraçado é que todo mundo, no universo proposto da novela, é fã dele. Se é fã é porque o conhece, inclusive o rosto. Né? É preciso voar... vírgula! Desde que tenha coerência, convença. Talvez, a falta de convencimento – da aparência física - se dê pelo fato da produção ter usado os mesmos atores para as duas fases. Já os entrelaces é vacilo mesmo do autor, que já foi mais criativo. Não vou dizer que ele perdeu a mão porque ainda é cedo. Porém, farei um questionamento: “a sinopse de Segundo Sol foi feita para ir ao ar às 21h?”. É muito, muito, muito simples.
Ser simples não é ser ruim. Segundo Sol teve uma ótima primeira fase. No geral, o primeiro mês foi bom, apesar da simplicidade. Acontece que a história principal começou a andar em círculos. Os núcleos paralelos começaram a ter mais destaques, alguns, inclusive, sendo apresentados. Isso incomoda a quem estava vidrado nos personagens principais e fica com aquela sensação de “capítulo fraco”. Para piorar, JEC resolveu apostar no reencontro do casal de protagonistas, na prorrogação do segundo tempo. Porque, convenhamos, se uma novela que já passou do capítulo de número 30 ainda insistir em romance entre mocinhos é porque não tem história para contar.
Parece que JEC está segurando a trama para uma virada por volta do capítulo 100. A bobagem de capítulo 100. Novela, hoje em dia, tem que ter virada a cada semana, a cada mês... Foi assim que Gloria Perez, Walcyr Carrasco e Aguinaldo Silva conseguiram emplacar suas últimas novelas.
Infelizmente, Segundo Sol não terminará redondinha. No ibope, pode ser que consiga algo relevante. Os 32 pontos acumulados até então, em minha opinião, é muito pela história apresentada. Não chega a ser um fracasso, mas já poderia, facilmente, está beliscando a casa dos 40.
Apesar dos sucessivos erros da direção, estou gostando da parceria entre JEC e Dennis Carvalho. Não sei se eles estão conversando a mesma língua, mas, eu como telespectador gosto bastante da imagem da novela, bem trabalhada, sem filtros. Falando em erros da direção, alguns são bem amadores e colocam em xeque a qualidade da Globo. Todo dia aparece um personagem conversando no celular, mas com o aparelho desligado. Isso é uma bobagem? Bom, se não ficasse tão nítido, talvez. Mas nada supera aquela barriga explosiva de Luzia na primeira fase, em uma linda homenagem à grávida de Taubaté. Que mico!!!
Bom, que venha o capítulo 100. Ou será que podemos esperar uma reviravolta antes disto?. Uma pena! Que o autor faça valer a pena os últimos capítulos para ser referenciado.
Aleluia!!!
Não é segredo para ninguém que não curtia a sinopse inicial de O Sétimo Guardião. Há um ano, aqui neste espaço, cheguei a sugerir que Aguinaldo Silva abrisse mão da história. Alguma coisa me incomodava, a história não estava com características do autor e o elenco não estava muito bom. De lá para cá muita coisa aconteceu... O Sétimo Guardião foi adiada e sinopse alterada... O autor abriu mão de gato, de jogadora de futebol, da volta de Nazaré... Santa Clara ouviu minhas preces. O elenco ficou esplêndido e o enredo remete às melhores obras escritas pelo dramaturgo.
Algumas pessoas misturam o realismo fantástico que Aguinaldo Silva escreve com os de Dias Gomes. O Sétimo Guardião lembrará obras como A Indomada, Tieta, Porto dos Milagres... a diferença é que usarão recursos de computação de última geração. Um exemplo simples: a chuva de ouro em Fera Ferida ou as asas do anjo Emanoel em A Indomada, lembram? Agora imaginam vocês essas sequências com recursos tecnológicos de hoje em dia.
Amo as novelas regionalistas escritas por Aguinaldo Silva. Espero, no entanto, que ele esteja tão inspirado em O Sétimo Guardião como esteve em Império. Vem MAGO!
Estou suspeitando que Aguinaldo Silva resgatará alguns personagens de outras novelas que foram ambientadas em cidades vizinhas de Serro Azul (onde se passará a história de O Sétimo Guardião). Ypiranga Pitiguary (Paulo Betti) e Scarleth (Luiza Tomé), personagens de A Indomada, devem fazer uma participação especial. O autor já usou essa estratégia em outras novelas. Deputado Pitágoras (Ary Fontoura), de A Indomada, andou visitando Portos dos Milagres. A ideia é interessante. Amarei!!!
Pode vingar!
Belíssima, pra mim, é um novelão. Gosto muito desta novela, inclusive depois da morte de Pedro (Henri Castelli). Se Globo tiver paciência, e cortar só que for necessário, o ibope da reprise pode se fixar na casa dos 16/17 pontos, um índice que seria alto para a realidade do Vale a Pena Ver de Novo com seus inúmeros intervalos comerciais.
Final fraco
O último bloco do último capítulo de Apocalipse foi narrado. Uma linda homenagem à Brida, da extinta TV Manchete. O fiasco de ibope, de repercussão, certamente, se deve a carga negativa da novela.
Por outro lado, As Aventuras de Poliana é, sem dúvida, a melhor opção das 20h30. É solar, humana, divertida, romântica, e com ganchos que prendem você do início ao fim do capítulo... Nunca pensei que Íris Abravanel fosse evoluir tanto como roteirista.
A próxima das sete...
Deus Salve o Rei é tão ruim, mas tão ruim, que eu já perdi o hábito em assistir novelas das sete. Inicialmente, até defendia esta novela, mas depois que a Globo resolveu mudar tudo, por conta dos números do Ibope, a decepção, para não dizer revolta, tomou conta.
Apesar dos 25 pontos de audiência, que considero razoável, Deus Salve o Rei é a pior produção da TV Globo na faixa das sete dos últimos tempos. Só não digo que é pior que Geração Brasil porque não vivi (assisti) esse pesadelo.
Como Deus Salve o Rei é péssima, a gente cria uma expectativa para que sucessora seja, no mínimo, agradável. De O Tempo Não Para eu espero que seja cômica. Novela das sete sem comédia é uó.
Superficial
Não gosto de Orgulho e Paixão. Para mim é uma novela seca, superficial. A narrativa também é fraca e boba. Os personagens não parecem ter vidas próprias. Os romances não convencem. Não tem para quem torcer. A maior frustração, no meu ponto de vista, está na direção. Fred Mayrink não acertou o tom. As cenas de comédia são exageradas, constrangedoras, e mal editadas.
Vamos ver o que Elizabeth Jhin, com seu Espelho da Vida, irá nos apresentar. Sinto falta de novelões! Que fase!!!!! Não é fácil!.
É isso, estão satisfeitos com Segundo Sol? Os sarcasmos da Laureta ainda não cansaram? JEC daria um ótimo autor de novela das seis? No capítulo 100, o dramaturgo conseguirá virar o jogo? O que esperar de O Sétimo Guardião: uma colcha de retalhos de outras novelas ou um Aguinaldo Silva inspiradíssimo?. E Belíssima, é tudo isso que a Globo afirma ser nas chamadas? Será que a reprise vinga?
Obrigado e até o nosso próximo encontro. ;)