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Com temas polêmicos, Vitória pode turbinar horário nobre da Record

O folhetim, escrito por Cristianne Fridman, terá temas atuais e de grande apelo popular.

Por: Jeferson Cardoso

Torcer pelo o sucesso das novelas produzidas no Recnov não é puxar o saco. Sou noveleiro e quanto mais emissoras produzido novelas, melhor.  A Record, sem saída, decidiu exibir Vitória – sua próxima novela – na faixa das 21h15. Para audiência, o horário é ingrato. Mas se pensarmos bem, não tinha muito que fazer. Recentemente, a Globo – com medo de que Pecado Mortal fizesse sucesso – estendeu a exibição de sua novela das nove até as 23h. Certamente, a emissora carioca faria a mesma coisa para ofuscar a estreia de Vitória. Ou seja, não adiantaria nada tentar fugir da briga. Nós telespectadores sairemos ganhando, e não precisaremos ficar acordado até meia noite para apreciar uma boa novela.

Sempre fui a favor de concorrência, e continuo sendo. A Globo melhorou muito a produção de suas novelas graças a ascensão da Record. A concorrência é necessária, é fundamental.

As novelas da Record caíram bastante; as da Globo idem. O problema não é com uma ou outra, é generalizado. Os diretores da TV aberta não estão sabendo lidar com as novas mídias, que cada vez mais ocupam seu espaço. É importante apontar também que as novelas têm perdido qualidade. Sabendo que o público está mais exigente, as emissoras deveriam orientar seus autores e aprovar apenas sinopses capazes de atrair o telespectador.

Vitória, de Cristianne Fridman, tem uma história incrível. Tem tudo para ser a melhor novela da autora. É uma trama ousada, forte, dramática, e também, divertida. Neonazismo, incesto, trabalho infantil, abuso sexual e Mal de Alzheimer - uma doença neuro-degenerativa – são alguns dos temas que serão abordados. Não sei como funcionará no ar, mas o folhetim contará ainda a história de amor entre três cavalos. Fridman pretende mostrar que os animais, assim como os humanos, possuem sentimentos. Vitória, uma égua puro sangue inglês, vai ser disputada por dois cavalos, Gregory Segundo e Filho do Vento.

A história principal

Rancoroso e vingativo, Artur tem 32 anos e ficou paraplégico ao cair de um cavalo quando tinha apenas 12 anos de idade. Ele é o filho mais velho de Gregório, que se afastou do filho após o acidente. A mãe de Artur, Clarice, se separou de Gregório e foi para fora do Brasil com o filho. Após o acidente, o menino nunca mais teve contato com o pai e guardou durante 20 anos muita tristeza, mágoa, rancor, raiva, ódio e o desejo de vingança. O amor que unia Artur ao pai, o sofrimento por se sentir rejeitado só porque ficou paraplégico não diminui pelo fato de Gregório e ele não terem o mesmo sangue. Artur tem limitações por causa da paraplegia, mas leva uma vida normal. Ele é um homem rico, dono do Haras Arminho e de uma rede hoteleira que herdou do seu tio Matias, que o acolheu juntamente com sua mãe quando deixaram o Brasil. A única coisa que Artur não contava depois de elaborar fria e meticulosamente o seu plano de vingança contra o pai era se apaixonar verdadeiramente por Diana. Sua escolha: o ódio e a vingança ou o amor por esta mulher? O menino magoado ou o homem apaixonado?

Elenco animado

Na coletiva de imprensa, realizada na semana passada no Rio de Janeiro, vi de perto o entusiasmo do elenco. Um dos mais animados era Marcos Pitombo, que fará parte do núcleo de neonazistas. Os vilões dessa novela surpreenderão. Serão macabros.

Dado Dolabella, que foi afastado da novela acusado de agredir um produtor, não foi aplaudido pelo elenco quando apareceu no telão. Ele, que teria destaque na trama, participará apenas de sete capítulos. A despedida de seu personagem se dará através da leitura de uma carta.

Não faço ideia de como será a audiência de Vitória. Torcerei – e muito – para que alcance os dois dígitos ao longo de sua exibição. Que isso aconteça já no capítulo de estreia. O desempenho dos capítulos iniciais será fundamental.  

Audiência à parte, espero que Vitória seja um novelão, com ações de vilões e principalmente com uma linda história de amor. Como fã de Fridman, estou empolgado, confiante. Espero não me decepcionar.

A Record precisa intensificar as chamadas da novela neste fim de semana. O clipe – apresentado na coletiva – precisa ser exibido no programa de maior audiência da casa, o Domingo Espetacular.  Na segunda-feira, o mesmo deveria ser feito dentro do Hoje em Dia e do Programa da Tarde, que provavelmente receberão parte do elenco.

Dia 2, próxima segunda-feira, às 21h15, não perca o primeiro capítulo Vitória. Estou tenso!

Pecado Mortal

Pecado Mortal pode não ter alcançado a audiência desejada, mas é uma das melhores novelas escrita por Carlos Lombardi. Não curti o seu formato, de seriado, mas foi uma produção – apesar de seus problemas internos – bem escrita e com atuações surpreendentes.

A novela não pode ser avaliada sem levar em consideração alguns fatores: a mudança de horário, e péssima divulgação; a crise interna da Record, limitando o autor a escrever cenas utilizando poucos cenários; a troca de direção e desistências de atriz; dentre outros.

Infelizmente, Pecado Mortal teve pouca repercussão. Se fosse uma novela mais tradicional, teria se saído melhor? Vitória nos dará essa resposta. 

Por fim, sigo com a mesma ideia de que novela é novela, e seriado é seriado. Lombardi ousou e assim como outros autores – que fugiram do tradicional – se deu mal. Mas, apesar do fracasso, valeu a pena. O formato não me agrava muito, mas era uma boa opção, se comparada à insossa Em Família.

Geração Brasil

"Se Aguinaldo Silva vacilar, Geração Brasil será a novela do ano". Uma condição, não uma afirmação. Na verdade, uma frase escrita no momento errado. Só poderia ter questionado isso depois da estreia da novela das sete. Enfim, já foi. Só me resta enfiar a cara no cimento.

Estou decepcionado com o roteiro de Geração Brasil. Pra mim, o problema maior não é o foco na tecnologia, e sim a história. É muito fraca.

Izabel de Oliveira e Filipe Miguez repetem o mesmo erro de Marcos Bernstein e Carlos Gregório, autores de Além do Horizonte. Eles fogem do tradicional, e tentam convencer o público a entrar em um universo que não representa a nossa realidade.     

Geração Brasil não é popular, pelo menos seu humor, por enquanto, não tem graça alguma. Há também muitas escalações equivocadas. Não há química entre Claudia Abreu e Ricardo Tozzi; Humberto Carrão e Isabelle Drummond - casal pela 3ª vez – não convencem; e Renata Sorrah peca em reviver as características de Nazaré Tedesco.  A atriz fica "dez anos" fora do ar para ressuscitar, sem êxito, uma personagem épica. 

Audiência é consequência. Geração Brasil ostenta, merecidamente, uma média de 20 pontos. O folhetim não tem cara de novela das sete, que precisa ser alto astral e com personagens carismáticos e populares. Essa é a característica do horário.

Talvez, Geração Brasil decole na Copa do Mundo. Durante o Mundial, a Globo exibirá minicapítulos, de 5 minutos, o que pode garantir bons índices de audiência. Ou não, a emissora não terá transmissão exclusiva, pois dividirá com a Band. Ir bem com capítulos de cinco minutos é uma coisa, conquistar o público é outra. Para vingar, ou melhorar sua audiência, Geração – assim como sua antecessora - precisa começar do zero. Já deveria ter começado.

Falso Brilhante ou Império?

A única expectativa da Globo para esse ano é a novela de Aguinaldo Silva. Não só para a Globo, mas para a maioria dos noveleiros. Estou confiante. Não sei quase nada da sinopse, mas acredito Falso Brilhante será melhor que Em Família, que afundou a audiência do horário nobre.

Penso que os quinze primeiros capítulos de uma novela são fundamentais para determinar o sucesso de uma novela. Falso Brilhante precisa "pegar" no começo. Não será fácil, já que receberá o horário no fundo do poço. Aguinaldo Silva, no entanto, é popular e sabe como cativar uma audiência.  Vamos aguardar.

Se depender de Aguinaldo Silva, Falso Brilhante é apenas título provisório.  Nas redes sociais, ele avisa: "Atenção turma da mídia, não adianta me perguntar se 'Falso Brilhante' vai virar 'Império': se virar, eu serei o último a saber".

Império? É bem mais interessante que Falso brilhante.  ;)

A nova das seis

A Globo confirma a estreia de Boogie Oogie, escrita por Rui Vilhena, para o dia 4 de agosto. No elenco principal estão: Marco Pigossi, Isis Valverde, Bianca Bin e Deborah Secco. Será uma novela longa, de aproximadamente 170 capítulos.

A fila das sete

Depois de Geração Brasil, a Globo produzirá a novela de Daniel Ortiz, com supervisão de Silvio de Abreu. Ainda sem título definido, a trama estreará em novembro com a direção de Jorge Fernando.

Na sequência, ainda há uma incerteza. Duas novelas disputam a vaga. Uma de Alcides Nogueira e Mário Teixeira e outra de Marcelo Saback, colaborador de Em Família. A última será contemporânea e terá a direção geral de Fabrício Mamberti.

Talentoso

Gustavo Reiz está em alta na Record. Ele está cotado para escrever a trama que sucederá Vitória. Gisele Joras, que decepcionou em Balacobaco, terá que esperar um pouco mais.

E mais: Em 2015, a Record apostará na dramaturgia. Moises, escrita por Vivian de Oliveira, será exibida às 20h30.

Tá no ar

Marcelo Adnet não é um acerto na Globo, mas está muito bem no Tá no Ar: a TV na TV. O humorístico é muito bom. Nele, Adnet tem liberdade criativa e está mais autêntico, lembrando – e muito – a sua passagem pela MTV.

Tá no Ar é um tipo de programa que não funciona na TV aberta. As tiradas e esquetes do programa são ótimas, entretanto, é um tipo de humor que o público da Globo não está acostumado. É um sucesso nas redes sociais e um dos cinco programas mais vistos da emissora na internet.

A repercussão do programa não se deve apenas a Adnet. O elenco é muito bom. Destaque para Welder Rodrigues, que apresenta o quadro Jardim Urgente, uma paródia de programas policiais.

Bacci troca audiência por dinheiro

Luiz Bacci pegou a direção da Record de surpresa. Segundo o jornalista, ele assinou com a Band para a realização de um sonho, o de comandar um programa de auditório. No fundo, Bacci espera mesmo é assumir o lugar de Datena no Brasil Urgente.

O "menino de ouro", como é chamado nos bastidores, estava em sua melhor fase. Há três meses, à frente do Balanço Geral SP, era líder de audiência na Grande São Paulo. Ele troca a audiência por dinheiro. Na Band, ganhará o triplo. Esperto. 

Agradecimentos

Fui ao Rio de Janeiro para a coletiva de Vitória, e vivencie momentos incríveis. Preciso agradecer algumas pessoas. Daniel Sena, jornalista e colaborador do site, pela a hospedagem. José Del Duca, ator e roteirista, – uma pessoa incrível (felomenal, diria Giovanni Improtta), que posso realmente chamar de amigo - por ter proporcionado a este noveleiro um momento único, o de conhecer o Projac. Waldir Leite, jornalista e roteirista, pela companhia na coletiva e por ter intermediado minha visita ao Recnov. Por fim, à assessoria de imprensa do Recnov pela receptividade. O meu muito obrigado a todos.

Vocês também estão entusiasmados com Vitória? Geração Brasil tem salvação? Gostaram do provável título da novela de Aguinaldo Silva?

É isso, até a próxima. 


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