E mais: A nova novela das onze é um rebuliço.
Por: Jeferson Cardoso
Império será um sucesso; reerguerá o horário das nove e baterá recordes de audiência. Muita calma nessa. Entendo o estrago que Em Família fez no horário nobre, manterei meus pés no chão.
Bastante divulgada na programação, as chamadas da novela de Aguinaldo Silva empolgam, e as chances de sucesso são grandes. O autor, modéstia a parte, é um dos melhores do país. Suas últimas novelas (Fina Estampa e Duas Caras) foram recordistas de audiência, e as mais populares do gênero.
Elevar a audiência de Em Família não será uma tarefa fácil. No entanto, é melhor substituir um fracasso. Sinceramente, de imediato, espero que Império mantenha pelo menos o público de sua antecessora (média de 30 pontos). É pouco? Diria que sim, mas o necessário para evitar uma catástrofe.
É normal que todo começo de novela tenha uma audiência inferior aos últimos da anterior. A última semana de Em Família está oscilando entre 32 e 36 pontos. Diante do fracasso desta, não me espantaria se Império estreasse com 30 pontos. Obviamente, torço para que Império consiga, de imediato, reverter essa situação. Mas..
A nova novela das nove pegará um período crítico, com horário político, horário de verão, Natal, Ano Novo e Carnaval. Mesmo com esses obstáculos, estou otimista (sonhando com 33/34 pontos de média geral). Aguinaldo, que pra mim é o Mago da teledramaturgia, sabe como poucos fazer sucesso.
O clipe da novela, veja:
http://globotv.globo.com/tv-tribuna/tv-tribuna/v/novela-imperio/3491687/
Assim como em Fina Estampa, Aguinaldo Silva apostará em talentos da nova geração. O grande acerto, sem dúvida, é a parceria com o diretor Rogério Gomes.
Império, certamente, não será uma novela aclamada pela imprensa marrom, até mesmo porque a maioria dos jornalistas especializados prefere às tramas sofisticadas com cara de seriados. Os telespectadores, acredito, ainda preferem o folhetim clássico. Novela com cara de novela, se é que vocês me entendem.
Rebuliço
Não curti o primeiro capítulo de O Rebu. É mais uma novela com cara de seriado. Os flashbacks prejudicam a narrativa, deixando-a confusa. Isso, na verdade, é uma desculpa para justificar os baixos índices de audiência. Penso que novela é novela; seriado é seriado; filme é filme...
Tenho a impressão de que essa novela foi desenvolvida para ser seriado, exibido uma vez por semana. Seria melhor, talvez agradasse não só aos jornalistas (com especialidade em TV), mas também aos telemaníacos de plantão. Por enquanto, a minoria está satisfeita.
O que importa é a qualidade, diria Carlos Henrique Schroeder. A novela é muito bem feita; com texto, direção e atuações na medida certa. Nesse ponto, a produtora, TV Globo, cumpre o seu papel. Uma pena que será condenada por sua introdução confusa, que afugentou o telespectador em seus minutos iniciais.
O Rebu é muito sofisticada e não é uma novela tradicional. Uma ousadia que pode custar caro para os roteiristas George Moura e Sérgio Goldenberg, que arrasaram em Amores Roubados.
A releitura dessa novela não desperta o meu interesse. Não que seja ruim, apenas não gosto de seu formato. Espero que a mesma continue com uma qualidade ímpar e superando as expectativas daqueles que a consideram inovadora. Só não vale culpar o telespectador por seu baixo desempenho de audiência.
Mesmice
Nada novo na nova temporada de Malhação. Há 20 anos no ar, a novelinha não tem mais o que inventar. Prejudicada pelo Ministério da Justiça (MJ), mais conhecida como Censura, Malhação não convence e nem desperta o interesse nos jovens. Nos últimos anos, com tramas bobas e repetitivas, a novela perdeu sua essência.
Assisti aos primeiros capítulos da nova temporada, chamada de Sonhos. E, por incrível que pareça, gostei. Os personagens são bons e carismáticos; e um dos acertos foi à escalação de veteranos.
Malhação Sonhos, assim como a insossa Geração Brasil, também investe na interatividade. Uma pena. Espero que seja apenas como pano de fundo. Falta à novelinha das seis (???) (daqui a pouco das sete) uma melhor aproximação de seu público, os jovens e adultos.
Por enquanto, Malhação Sonhos me agrada. E só isso.
ONC já ameaça a liderança da Globo
A vice-liderança de audiência não pertence à Record nem ao SBT. O ONC (outros canais, entre eles a TV por assinatura) assumiu o posto no horário nobre e avança no período da tarde.
À noite, o fracasso das novelas da Globo alavancou a TV por assinatura, que alcança até 14 pontos de audiência. Na última quarta-feira, 16/07, ONC alcançou 9 pontos de média e dividiu a liderança com a Globo no horário do Vídeo Show e da Sessão da Tarde.
A ascensão da TV por assinatura justifica, por exemplo, o porquê do Vídeo Show não ganhar pontos com a queda do Balanço Geral, e também o fracasso de Vitória, da Record, mesmo a Globo em baixa.
Um dos desafios de Império será justamente esse: tentar chamar a atenção do público que migrou para outras mídias em busca algo novo e diferenciado.
Já vai tarde
Finalmente, Em Família, sem deixar saudades, sai de cena. Não a considero a pior novela das nove, mas é uma das. Manoel Carlos não precisa justificar o fracasso. Nada nesta novela funcionou. Serviu apenas para antecipar – de forma rápida e assustadora - a fuga do telespectador para outras mídias.
O fracasso de Em Família não apaga o legado de Manoel Carlos, responsável por inúmeros sucessos no horário nobre da televisão brasileira. Talvez se dedicando a produções menores, como é mesmo o seu desejo, seja redescoberto. Fica a torcida.
Confirmado!
O SBT, via assessoria, informa que produzirá o remake da novela mexicana Complices al Rescate (Cúmplices de um Resgate). O folhetim será adaptado por Íris Abravanel e substituirá Chiquititas no primeiro semestre de 2015.
O título oficial do remake ainda não foi definido. Protagonista, Larissa Manoela interpretará gêmeas.
A emissora não abre mão do público infantil. O sucesso de Chiquititas – com médias entre 10 e 12 pontos - impressiona, uma vez que a Globo e Record vêem suas novelas naufragarem.
Tudo pela audiência
Há muito tempo não me divertia com um programa de TV. Adorei o Tudo pela Audiência, do Multishow, apresentado por Tatá Werneck e Fábio Porchart. O programa faz paródia de programas e quadros sensacionalistas. É bizarro, mas divertido.
Werneck deveria desistir da ideia de protagonizar a novela de Alcides Nogueira. Melhor, a Globo deveria entender que ela é comediante, não atriz para ser heroína. Bom deixa isso pra lá, tenho o pé atrás com as sinopses e escalações das próximas novelas das sete. Talvez esteja equivocado.
Nova safra
A mim, Geração Brasil e O Rebu decepcionaram. Vitória, da Record, gosto e desgosto (é uma relação complicada). As expectativas agora ficam por conta de Império e Boogie Oogie.
Reafirmando o que já disse em outros tópicos. A sinopse de Boogie Oogie é que mais chama a minha atenção. Espero que, no ar, seja um novelão. Por enquanto, as chamadas nos iludem. Confira:
Boogie Oogie substituirá uma novela infantil (bonitinha, bem produzida e bobinha), e será exibida num período atípico (horário político e horário de verão). Se novelão, infelizmente não conquistará a audiência merecida. Coitada. Para nós telespectadores, no entanto, o que importa é a história. Então que seja um Novelaço. Amém.
E agora?
O Canal Viva deveria divulgar as suas próximas reprises com, no mínimo, dois meses de antecedência. Pecado Capital, que tem estreia prevista para novembro, está sendo vítima de público fantasma. Tem uma turma do contra protestando contra a sua exibição.
Reforçando minha teoria (que pode ser furada)... Essas campanhas que existem na Internet não devem ser levadas a sério. A maioria das pessoas que é contra ou a favor da exibição de uma novela não é telespectador. Boa parte daqueles que participou da campanha contra a volta de A Viagem sequer está acompanhando Dancyn Days.
Canal Viva, por favor, não se rebaixa. Chega de humilhação!
Gostaram da chamada de Boogie Oogie? Quais as apostas para a estreia de Império do Mago? O que justifica o fracasso de O Rebu, novela tão aclamada pelos críticos especializados? Obrigado pela atenção, e até a próxima.