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A VIDA DA GENTE, A QUERIDINHA DA IMPRENSA!

Por: Jeferson Cardoso

Como prometido, acompanhei a última semana de "A Vida da Gente". Foi difícil, confesso. O texto da autora lembra às novelas de Manoel Carlos, mas a narrativa está mais para às tramas de Benedito Ruy Barbosa. As situações levam-se vários capítulos para serem resolvidas.

A última semana foi focada na doença da pequena Júlia, que acabara unindo – de forma subjetiva - Rodrigo e Manu. O último capítulo foi muito simples, sem grandes acontecimentos.

Em entrevista ao "Altas Horas", Marjorie Estiano confessou que "A Vida da Gente" tinha uma sinopse fechada, ou seja, desde o começo ela já sabia que Manu terminaria com o Rodrigo. Ela só não sabia como as histórias seriam desenvolvidas para que isto acontecesse.

"A Vida da Gente" teve apenas 137 capítulos, uma das tramas mais curta do horário das 18h. O folhetim marcou a estreia de Lícia Manzo, que certamente voltará em 2014. Por que tanta certeza? Porque ela pode não ter conseguido ótimos índices de audiência, mas provou ser talentosa e merece outra chance. O que não pode é repetir o erro, desenvolvendo uma história tão deprimente. O drama cabe às tramas das 18h, mas a comédia é essencial.

Não farei uma análise de "A Vida da Gente" porque, como se sabe, não acompanhei o folhetim. Não serei injusto. No entanto, gostaria de ressaltar o talento de Marjorie Estiano e o desempenho de Rafael Cardoso. Mas a grande surpresa, a meu ver, ficou por conta de Maria Eduarda, responsáveis pelos "poucos momentos" descontraídos do folhetim.

Resumindo: Não gostei da sinopse, tão pouco da narrativa de "A Vida da Gente", mas ela não foi uma novela ruim. Não posso afirmar o contrário porque não faz o meu estilo. Há quem goste desse tipo de novela.

Quanto ao desempenho de audiência... Falar de Ibope é uma coisa complicada, já que a metodologia do instituto é questionável. No entanto, não podemos de forma alguma justificar o seu "fracasso" por causa do péssimo desempenho de "Malhação". Claro, uma coisa puxa a outra.

A meu ver, "A Vida da Gente", por não ser uma novela popular, não conseguia chamar o público e, de certa forma, ela prejudicava "Malhação". Não seria o contrário? Também! No entanto, o público de uma novela das seis alcança mais as donas-de-casa. Como a novela não conseguia prender esse público, "Malhação" deixou de conquistar seus picos. "Malhação" despencou justamente quando "A Vida da Gente" estreou. Vem cá, "A Vida da Gente" é responsável pelo fracasso de "Malhação"? Claro que não! O que quero dizer, resumidamente, é que: para que um produto ser sucesso de audiência depende - principalmente - do potencial dele. "A Vida da Gente", no quesito audiência, infelizmente, não tinha essa força. Como não? Recebia com 12 e entregava com 25!!!

Muita calma nessa hora, meus queridos. Recebia com 12, é verdade. Agora pense comigo: a novela que fica uma hora no ar, terminando em um horário onde o share é maior, não tem a obrigação de entregar com um mínimo aceitável? Receber com 12, às 18h20, é uma coisa. Entregar com 25, às 19h15, é outra. Entendem?

"A Vida da Gente" foi um fracasso porque, infelizmente, ela não chamava o público. Recebia mal e terminava mal, o que resultava em uma péssima média.

Por que a novela não chamou a atenção do público? Bom, esse não é o meu mérito. Para chegar a uma resposta é preciso de um estudo. E isto cabe à Globo.

Comparativo de audiência na faixa das 18h, considerando as médias gerais:

2011 - A Vida da Gente 22
2011 - Cordel Encantado 26
2011 - Araguaia 23
2010 - Escrito nas Estrelas 26
2010 - Cama de Gato 24
2009 - Paraíso 26
2009 - Negócio da China 20
2008 - Ciranda de Pedra 22
2008 - Desejo Proibido 23
2007 - Eterna Magia 26

A qualidade é importante, mas o produto precisa ter um alcance. Não adianta tapar o sol com a peneira, quando se trata de televisão, a audiência está acima de tudo! Afinal, qual autor escreve pensando no fracasso?

João Emanuel Carneiro vem aí!

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, João Emanuel Carneiro, grande revelação dos últimos anos, disse que "Avenida Brasil" não será policial, como "A Favorita": "Acho que essa novela, como todas que faço, tem um eixo de drama muito forte. "A Favorita" era uma novela noir, mais pesada. Essa novela é diferente, tem um tema central, que é a vingança justificada, mas tem arredores muito coloridos. Tem mil situações meio rodrigueanas que vão dar um tempero. É menos policial que "A Favorita", não tem arma, não tem assassinato", explicou.

Quanto à história central, o dramaturgo adiantou:

"A história surgiu porque eu sempre quis torcer pelo bandido. E eu quis inventar um personagem, que é a Nina [Débora Falabella], que fará coisas atrozes por justa causa, contra alguém realmente mau. É uma heroína que age como vilã. Quis torcer por alguém que faz atrocidades e estar tranquilo por poder torcer. Isso é o que me estimula a fazer essa novela. Toda novela que eu fiz é filha da anterior, porque você naturalmente pensa em outra história. "Avenida Brasil" surgiu da vontade de torcer para a Flora [vilã de "A Favorita"], eu gostava dela, mas não podia torcer. "Ela (Nina) é uma menina que levou um golpe em 1999. Ela mora com o pai [Tony Ramos] e a madrasta [Adriana Esteves] e percebe que o pai seria roubado. Ela consegue avisá-lo a tempo, mas ele entra pelo cano e, depois disto, a madrasta a abandona no lixão. Essa menina volta 12 anos depois e vai trabalhar como empregada doméstica na casa da ex-madrasta, que não a reconhece, e vai destruir aos poucos a vida da patroa".

Meus queridos, cá entre nós, tem como não criar expectativa com uma sinopse desta? JEC vai arrasar!

Aguarde o próximo post, que será exclusivo à "Fina Estampa", que perdeu o foco. O que aconteceu com o Mago?

PS: Peço, por gentileza, para que evitem comentários com: letras maiúsculas (Caps Lock); muitos emoticons; e também termos denegrindo famosos, bem como, emissoras de TV. O espaço é democrático, mas vamos manter o nível. Serei mais rígido nas aprovações dos mesmos.

Fui!


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