Comparada a Manoel Carlos, Lícia Manzo aposta em personagens mais humanos.
Por: Jeferson Cardoso
Decepcionadíssimo com Boogie Oogie, as expectativas são as melhores para Sete Vidas. Não sou fã do estilo, digamos um pouco depressivo, de Lícia Manzo, mas a atual trama das seis já deu o que tinha que dar. A minha paciência já se esgotou, e preciso, urgentemente, ser apresentado a um folhetim clássico, dramalhão mesmo, daqueles de tirar o fôlego.
O tamanho da frustração, corresponde o tamanho da empolgação. Mesmo considerando uma trama muito superficial, gostava de Boogie Oogie. Era uma novela quase perfeita, no entanto, há dois meses, a história acabou. Até o casal de protagonista (Rafael e Sandra) ficou sem função. Vitória, a vilã, então, nem se fala.
Desiludido com novela de Rui Vilhena, fiquei animado com o clipe, de 12 minutos, de Sete Vidas. Lícia Manzo é o oposto de Rui Vilhena, e apresenta personagens mais humanos e um texto impecável.
Sete Vidas tem um tema muito interessante, a de um homem esquivo e solitário que, quando jovem, se torna doador de sêmen. Ele não imagina que é pai de sete filhos, e que eles estão em busca de sua identidade. O elenco é de meu agrado, em especial a química e o talento do casal de protagonistas (Isabelle Drummond e Jayme Matarazzo).
Empolgações à parte, o que importa mesmo é a novela no ar. Espero que Sete Vidas supere as minhas expectativas. Por ora, torço para que Lícia Manzo apresente uma história menos depressiva (a ponto de ser angustiante, como foi A Vida da Gente). Não sou fanático, entretanto, gosto de um folhetim denso, desde que envolvente e reflexivo.
Em 2012, Lícia Manzo provou seu talento. E, merecidamente, está tendo outra chance. Não fui fã do estilo de A Vida da Gente, mas posso ser do universo de Sete Vidas.
No momento achismo, e acreditando que será apresentada uma boa novela, aposto no sucesso de audiência de Sete Vidas. Penso que, no mínimo, manterá o público de Boogie Oogie. Sendo otisma, espero por uma média geral – um pouquinho – superior a de sua antecessora. Algo em torno de 18 e 20 pontos.
Sem novidade
Deu o óbvio. Alexandre Nero será o protagonista de Favela Chique. João Emanuel Carneiro e Amora Mautner fizeram a escolha certa. Nero, dentre os outros nomes citados, é o mais seguro. Não me refiro ao nível de interpretação, e sim ao comprometimento.
A TV, há mais de 60 anos, vive às sombras de Regina Duarte, Lima Duarte, Francisco Cuoco, Tony Ramos, dentre outros, que emendam uma novela na outra. Por tanto, não vejo problema Nero defender o vilão (que se redime) de Favela Chique.
Nero – que calou a minha boca em Império – surpreenderá em Favela Chique. Na próxima, ele arrebatará todos os troféus. É a minha torcida.
Deixem de mimimi, aproveitem os momentos finais do Comendador e sejam receptivos com Babilônia. Se reclamarem muito, Nero será confirmado, com dois anos de antecedência, para novela das sete. #Deboche
Amarelou
Depois que o SBT anunciou a reprise de Carrossel, a Record recuou e abriu mão de Marcelo Rezende às 21h30. Na verdade, trata-se do cancelamento de um programa mal projetado. Serviria apenas para tapar buraco da programação à espera do encerramento da novela da Globo. Se não reduzisse o horário de exibição do Jornal da Record, a versão genérica do Linha Direta teria, no máximo, meia hora de duração.
Sob nova direção, Record segue perdida. É complicado.
Falta de respeito
Record negocia com herdeiros de Janete Clair os direitos sobre o roteiro da radionovela Um Estranho na Terra de Ninguém, de 1958. Foi nessa obra que a dramaturga se baseou para escrever Pai Herói, da Globo. Ou seja, trata-se de uma adaptação da obra escrita para a rádio, e não tem nada a ver com a novela da Globo.
Fico pensando... Por que a Record não valoriza os ótimos roteiristas que ainda tem? É uma covardia, uma falta de respeito, optar pela compra de uma novela do tempo dos incas. Povo sem noção!
Falando nisso...
Os Dez Mandamentos, que será exibida após o Cidade Alerta, em horários flexíveis (20h30, 20h40, 20h45) – dependendo dos números do Ibope – vai ter os capítulos reprisados à meia-noite, com uma edição diferente da exibida mais cedo.
O ibope dessa novela bíblica, pra mim, é uma incógnita. Na faixa das 20h30, pode surpreender positivamente quanto negativamente. Se negativo, há chance da audiência da madrugada ser superior à exibição inédita. Se isso acontece...
Baixa qualidade
Um mês depois, e o público ainda não se acostumou com o novo trio do Hoje em Dia. As donas-de-casa sentem a falta de Chris Flores e Edu Guedes. A Record se precipitou retirando a dupla do matinal. Ana Hickmann atrai anunciantes, mas não gosto dela como apresentadora. Renata Alves, coitada, uma baita repórter, foi chamada para tapar buraco.
O problema do Hoje em Dia, a meu ver, não é aceitação do trio de apresentadores, e sim o formato desgastado. Para segurar a audiência de um programa – recheado de intervalos comerciais -, o conteúdo precisa, no mínimo, ser interessante. O programa oscila muito no ar. Para, pelo menos, ser estável, a qualidade de conteúdo precisa ser melhorada. Também não há necessidade de três apresentadores.
Consolidou-se
Fui um dos críticos de Fátima Bernardes, no lançamento do Encontro, há quase três anos. Hoje, sou um de seus defensores. O programa, após ajustes e o período de adaptação, é a melhor opção das manhãs. É um programa de formato engessado, com pautas repetitivas, mas informativo e bem conduzido. Mais descontraída, Fátima deixou seu Encontro menos chato, sempre com debates pontuais sobre diversos assuntos, e usa muito bem o jornalismo. A danada conquistou – com sucesso – seu espaço na TV.
O debate do último post rendeu, e só levantei uma questão: a forma como cada um interpreta o número do Ibope. A verdade é que cada um lê como quer ou de acordo com seus interesses. Em momento algum questionei o desempenho da reprise de O Rei do Gado, que, por ora, julgo como um sucesso arrebatador.
Vocês acreditam no sucesso de Sete Vidas? Quais as expectativas? Também estão decepcionados com Boogie Oogie?
Obrigado pela atenção, boa semana e até o próximo encontro.
PS: Por favor, evite o uso de nomes fakes nos comentários.