Um ano de surpresas (Sete Vidas e Totalmente Demais) e decepções (Babilônia e A Regra do Jogo).
Por: Jeferson Cardoso
Olá amadinhos (by Chayene), tudo bem com vocês? Bom, poderia usar o argumento de que estava sem tempo para atualizar o Blog, mas não seria 100% verdadeiro. Sendo sincero, sumi por uns dias, mais de um mês é verdade, por um motivo simples: desmotivação/frustração.
A TV, no ano de 2015, pra mim, foi decepcionante. Principalmente no quesito novelas. Claro, se compararmos com as produções do ano passado, não foi tão ruim. Mas...
No início do ano, fomos apresentados a uma bomba: Babilônia. De ótimos atores e péssima história. É um marco negativo da dramaturgia da Globo. Um fracasso antológico. Repercussão e audiência à parte, cá entre nós, foi uma péssima novela. Na sequência, a Globo coloca no ar a novela do mesmo autor de Avenida Brasil. Nossa! Sucessão garantido! Lenda! A Regra do Jogo é tão ruim quanto Babilônia. A diferença entre as duas é apenas em relação ao ibope. Uma será a pior audiência das 21h; a outra a segunda pior. Hahahahaha! Brincadeira à parte, em respeito aos profissionais envolvidos, dispenso meus comentários em relação à atual trama das nove. Fica o registro: pra mim, que defendi a sinopse e criei uma expectativa enorme, é uma frustração total.
Na faixa das sete, o esculacho tomou conta. I Love Paraisópolis começou bem, mas terminou zuada. Tinha um humor pastelão e uma história surreal. A trilha sonora transformava cenas bobas em "magnificas"; e fazia até atores de atuações questionáveis receberem elogios. Enfim, o público, no geral, mergulhou no universo proposto pelo autor e a novela foi um sucesso. Houve um certo desânimo na reta final, a audiência declinou, mas como começou "bombando", saiu do ar de cabeça erguida. #Deboche
Daqui a pouco, falarei sobre Totalmente Demais. Antes, seguirei com as decepções.
Pularei a sequência das 18h porque antes preciso fazer um desabafo sobre Além do Tempo. De melhor novela do ano, e também do termo “novelão incrível”, essa trama de Elizabeth Jhin é uma das mais frustrantes que já pude acompanhar. Não me recordo de nenhuma outra novela ter chegado ao seu ápice e ir ao fundo do poço sem grandes esforços. É inacreditável o que a autora fez com a narrativa e história de Além do Tempo. A segunda fase é.... Calma: Respira. Não pira. Basta!!!! É, pra mim, a maior decepção do ano. O que me frustrou: tudo, absolutamente tudo. A novela começou do zero, ficou boba, chata, repetitiva, cansativa, e empacou: não saía do lugar. Que acabe logo, pois não aguento mais.
Bom, agora vamos as surpresas agradáveis do ano. Na minha opinião, obviamente.
Sete Vidas: uma novela agradável; bem escrita; de boas situações. Um dos acertos do ano. Tinha trama ágil, de pés no chão, realista (sem ser depressiva), cotidiana (sem ser arrastada) e de texto e situações incríveis. Lícia Manzo arrasou nesta novela, que não tinha um ritmo alucinante, mas que mexia com o telespectador. Era encantadora.
Dispara, no meu ponto de vista, como telespectador, a melhor novela do ano.
Como assim a melhor novela do ano? E Verdades Secretas? Bom, é uma questão de gosto. É uma opinião – absolutamente – pessoal. Walcyr Carrasco, de fato, com uma história inédita, surpreendeu. Superou às expectativas; chocou a sociedade, com temas como prostituição de luxo e drogas. Aplausos para ele. Tiro o chapéu. Verdades Secretas é excelente. É um acerto da Globo no ano e, sem dúvida, o melhor trabalho do autor desde Alma Gêmea.
No quesito melhor novela, fico com Sete Vidas porque foi a que me envolvi mais. Não só por isso, o texto de Lícia Manzo é melhor. Talvez eu tenha vivido Sete Vidas e apenas observado Verdades Secretas. Ou não. Sou mais à emoção do que dramas mexicanos.
Os fãs de Os Dez Mandamentos devem estar se questionando: o “novelão” da Record – que afundou o ibope da Globo – não é a melhor do ano?
Pra mim, não. Não mesmo. Os Dez Mandamentos, um sucesso absoluto de audiência tinha uma narrativa e efeitos especiais inacreditáveis. E só. No mais, sinto muito desapontar quem idolatrava: o texto era fraco e didático; e tinha muitos atores de atuações questionáveis e até vergonhosas. Essa novela foi conquistando o público aos poucos, graças a dois fracassos seguidos da Globo.
A nova temporada de Malhação é fraca, mas não é ruim. O público que é muito exigente e está demorando a se desapagar da história anterior. A audiência, de 15 pontos, é baixa, porém não está longe do desempenho da temporada passada e está diretamente relacionada ao fracasso da reprise de Caminho das Índias. É preciso também levar em consideração o período atípico: horário de verão. Lucas Lucco é uma surpresa como ator, pelo menos não tem passado vergonha.
Deixei por último, a melhor novela em exibição: Totalmente Demais. Assim como Sete Vidas, não dava valor para esse produto antes da estreia. E surpreendo-me a cada capítulo. É um N-O-V-E-L-A-Ç-O! Eu amo e vivo Totalmente Demais! Estou viciado e apaixonado por esta novela. Peço à Santa Clara para que os autores (Rosane Svartman e Paulo Halm) mantenham o nível e a agilidade da trama até o fim. Meu medo é que eles percam o foco como Elizabeth Jhin (Além do Tempo) e exageram no esculacho como Alcides Nogueira (I Love Paraisópolis). Por ora, está tudo na dose certa.
Abaixo, minha lista, com os melhores do ano.
Melhor ator: Rodrigo Lombardi
Melhor atriz: Irene Ravache
Melhor novela: Sete Vidas
Melhor autor (a): Lícia Manzo
Melhor ator coadjuvante: João Miguel (Felizes para Sempre?)
Melhor atriz coadjuvante: Grazi Massafera
Melhor atriz mirim: Larissa Manoela
Melhor ator mirim: Kadu Schons (Alex, de Além do Tempo)
Revelação Masculina: Ghilherme Lobo
Revelação Feminina: Camila Queiroz
Melhor par romântico: Pedro (Jayme Matarazzo) e Júlia (Isabelle Drummond)
Melhor seriado: Os Experientes
Melhor minissérie/macrossérie: Felizes Para Sempre?
Melhor apresentador: Silvio Santos
Melhor apresentadora: Fátima Bernardes
Melhor reality show: MasterChef Brasil
Melhor talk-show: Programa do Jô
Melhor telejornal: Jornal Nacional
Melhor programa de humor: Escolinha do Professor Raimundo – Nova Geração
É isso. A opinião é uma coisa muito pessoal. As minhas escolhas/opiniões não são unanimidades, e algumas podem ser até surreais, dependendo do ponto de vista de cada um. É uma coisa que não me preocupa. Não tenho a obrigação de gostar de um produto porque ele é aclamado pela maioria ou porque ele é sucesso de audiência. É preciso saber o limite entre a discordância e a falta de respeito.
Que 2016 seja, pelo menos, um pouco melhor que 2015. Acredito que será. Minhas apostas, de sucesso, são Êta Mundo Bom e Ligações Perigosas. Estou otimista quanto ao lançamento de Manuela Dias como autora-solo. Não tenho grandes expectativas, mas espero ser surpreendido com Velho Chico e Haja Coração.
É isso. Fico por aqui. Um excelente 2016 para todos nós. Muito obrigado pela atenção, e até já. :D