E mais: Feriado? Fim de ano? Horário de Verão? Eles não são os vilões da TV aberta!
Por: Jeferson Cardoso
Quem me acompanha nas redes sociais (Twitter e Facebook) sabe o tão quanto sou defensor de Vitória, da Record. Aqui no Blog, no lançamento da novela, elogiei a sinopse e disse que ela tinha tudo para se tornar um novelão. Não estava enganado.
Desde a estreia, em maio, fiz diversos comentários sobre a novela. Já reclamei da falta de sintonia do casal Artur e Diana; do nível de atuação de alguns atores; do texto fraco e repetitivo (em algumas cenas); do tom mexicano (que não me incomodava); e até da barriga que se criou, quando tive a sensação de que não saía do lugar. Vitória, como qualquer novela, tem seus altos e baixos. Não é redondinha, mas passado a fase de apresentações, e alguns ajustes, tem surpreendido.
Na última semana, os neonazistas foram desmascarados; com shows de interpretação de Juliana Silveira. Priscila, macabra, atropelou e matou Dinho. Foi presa, e levou uma surra na cadeia. Paralelo a isso, Diana descobriu está grávida de Artur. Ela acredita que o bebê seja fruto de uma relação incestuosa. A doença de Zuzu, que sofre de mal de Alzheimer, avança lentamente. É uma história linda, contada de forma certa. E mais um excelente trabalho de Lucinha Lins.
Sendo justo, preciso parabenizar Liége Müller, que conseguiu superar as críticas e cresceu junto com sua personagem. Outros destaques inquestionáveis são: Jorge (André di Mauro) e Matilde (Luciana Braga), os responsáveis pela comédia. E, claro, Iago (Gabriel Gracindo) – o vilão.
Com 65 capítulos no ar, Vitória tem mais acertos do que erros. Se comparadas com outras novelas no ar, é disparada a mais interessante e intrigante. É tradicional, mas com viradas que surpreendem. Até aqui, no contexto geral da obra, estou satisfeito. Ansioso pelos próximos capítulos, principalmente pelo drama de Zuzu (Lucinha Lins).
Vitória é boa, mas tem uma audiência questionável. Infelizmente, na Grande São Paulo, oscila entre 5 e 8 pontos. Isso é bom ou ruim? É praticamente o mesmo desempenho da antecessora, Pecado Mortal. A novela seria vítima da má fase da Record? Do novo cenário televisivo? Do horário de exibição? Da péssima divulgação? Falar de números, hoje em dia, não é fácil. A TV, como um todo, perde audiência. Não quero justificar a média da novela, apenas reforçar que os índices extraordinários do passado não refletem mais a nossa realidade. No entanto, acredito que – se fosse mais bem divulgada e exibida antes ou após a novela das nove da Globo - teria um melhor desempenho. Será?
Enfim, a novela merece ter mais telespectadores.
Debate repercute, mas fracassa no Ibope
O debate entre os presidenciáveis, na última terça-feira (26), rendeu "apenas" cinco pontos de audiência à Band. O circo, no entanto, repercutiu nas redes sociais.
Nem sempre o que repercute na Internet representa a realidade. Particularmente, não levo a sério o Treding Topics ou TT's. Quando um programa aparece bem colocado, não significa que esteja fazendo sucesso. Claro, seguimos pessoas que possuem os mesmos gostos, daí ficamos com aquela sensação de fenômeno. O que não é verdade. No geral, no mundinho do Twitter, há mais comentários negativos do que construtivos. Pra mim, as redes sociais são banalizadas porque os brasileiros não sabem usá-las.
Quanto à audiência do debate. Nenhuma novidade. Teve, praticamente, o mesmo desempenho de anos anteriores. E, para os padrões da Band, foi um sucesso.
A quem ouvir?
Os autores de novelas deveriam ignorar os comentários das redes sociais. Elas não levam a lugar algum. Pelo contrário, prejudicam. Joia Rara e Salve Jorge, por exemplo, foram vítimas. Suspeito que Thelma Guedes, Duca Rachid e Gloria Perez se deixaram levar por opiniões de um público que não representava as respectivas novelas. As autoras tentaram agradar aos seguidores, e se esqueceram do verdadeiro público. Talvez, por isso, não tiveram um melhor desempenho no Ibope.
Mas que público os autores deveriam ouvir? Os mesmos de sempre: a empregada, o vizinho, as donas-de-casa, os amigos próximos e amigos de amigos. E, principalmente, o resultado do grupo de discussão e pesquisas realizadas pelas emissoras.
Aceite, dói menos
A audiência de Império desandou com o horário político. A novela faz milagre, dobrando a média da Globo, mas tem sua média abalada. Deve fechar, esta semana, com apenas 28 pontos. O desempenho geral já é de 30 pontos, apenas décimos à frente de Em Família. Haverá ainda novos obstáculos: horário de verão, Natal, Ano Novo e Carnaval.
Boogie Oogie, que já empatou com Meu Pedacinho de Chão, também enfrentará o mesmo período.
Feriado? Fim de ano? Horário de Verão? Sim, podem prejudicar, mas não são os grandes vilões. Na TV Aberta, nos últimos anos, muita coisa mudou. E drasticamente. O ibope, por motivos óbvios e já discutidos aqui, nunca mais será o mesmo.
Portanto, vamos aceitar a realidade, assim dói menos. Novela das seis com 18 pontos; das sete com 20 pontos; e das oito com 30 pontos. Daqui a pouco piora. Vamos torcer para que demore um pouco mais.
Ainda acredito que Império, até março, consiga os 32 pontos de média geral. Podemos tratá-la uma novela de baixa audiência, mas, provavelmente, será a maior das 21h (se comparada com a de suas sucessoras). O Gênio João Emanuel Carneiro vem aí, só que não sabemos como estará o cenário das audiências daqui a um ano. Com a entrada da GFK pode ser que os números do Ibope sejam descartados. Ou não.
Tenho medo!
Regina Duarte, segundo o jornal O Globo, foi escalada para Sete Vidas, a próxima novela das seis da Globo. Se aceitar o convite, a atriz interpretará uma lésbica, e mãe dos personagens de Thiago Rodrigues e Maria Eduarda.
Será que Lícia Manzo repetirá o estilo (tão depressivo e lento) de A Vida da Gente? Se sim, desligarei a TV. Tenho medo!
O que importa, na verdade, é se a maioria irá ou não gostar. Lícia precisa ficar atenta, já que substituirá Boogie Oogie, aclamada por ser ágil e ter ganchos. Tenho certeza de uma coisa: Sete Vidas terá emoção, ingrediente que falta na atual.
A nova da Record
Como havia comentado, Dez Mandamentos será a substituta de Vitória. A estreia deve acontecer entre fevereiro e março.
Será?
Com a volta de Paulo Franco, a Record pode ter alguns horários ajustados. A expectativa é de que, em 2015, a teledramaturgia seja exibida em horários alternativos, antes (às 20h30) ou após (às 22h30) à novela das nove da Globo.
São duas boas opções. Do jeito que está (às 21h30) não dá.