Tramas secundárias são de pouco interesse do público.
Por: Jeferson Cardoso
Tem gente que fala mal de Império, mas não perde um capítulo. Longe de ser perfeita e distante de ser a melhor novela de Aguinaldo Silva, Império também tem seus defeitos. É deles que falarei agora. Já comentei, mas reforçarei com acontecimentos recentes. Quem sabe assim aqueles que pensam que gosto da novela para puxar o saco do autor, entende que uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Xana Summer (Ailton Graça) é para mim o maior erro desta novela. Tinha tudo para ser uma personagem popular, de muito sucesso. Não foi. Não funcionou, não vingou. Óbvio, com o apoio da torcida de Viviane Araújo, o fiasco foi amenizado. É desta personagem a cena mais surreal, para não dizer vergonhosa, da novela. Quem viu a cena que Xana dubla a Donna Summer sabe do que estou falando. Foi depois desse vexame que ela quase sumiu da história.
Paulo Vilhena se esforçou, mas não conseguiu, com caras e bocas, convencer com Salvador. Um personagem, se convincente, poderia ter tido um destaque maior.
Império peca com personagens secundários, sem nenhuma função ou razão de existir. Obviamente, são núcleos paralelos, mas que poderiam ter sido mais bem explorados.
Tuane (Nanda Costa), Amanda (Adriana Birolli), Reginaldo (Flavio Galvao), Jurema (Elizangela), Robertão (Romulo Neto), Antoninho (Roberto Bonfim), Elivaldo (Rafael Losso), Lorraine (Dani Barros), Manoel (Jackson Antunes) são alguns que figuraram ou de repente sumiram da história. Até mesmo o romance de Cristina (Leandra Leal) e Vicente (Rafael Cardoso) foi pouco explorado.
Império tem uma trama central muito bem amarrada e conduzida. Aguinaldo Silva acertou em cheio nesse ponto. As paralelas não são ruins, apenas chatas e de pouco interesse do público. O rebelde João Lucas (Daniel Rocha), um personagem interessante, ficou bobo depois que se envolveu com Du (Josie Pessoa).
Cora (Drica Moraes/Marjorie Estiano), uma personagem que tinha tudo para ser marcante, está muito longe de entrar para o "rall" de vilãs. Teve um começo formidável e encaminhava para entrar para a história. Só que não. A personagem ficou no sarcasmo – para não dizer cômica - e foi se distanciando do perfil inicial, exibido nas chamadas e na primeira fase.
Para ser vilã, não é preciso matar. Concordo. Prefiro uma vilã de personalidade forte, maquiavélica, do que uma que mata por matar. Para atender o público, principalmente aqueles das redes sociais (essa ferramenta ainda destruirá a TV aberta), o autor fez com que Cora desse um fim em Fernando (Erom Cordeiro) e Jairo (Julio Machado). Duas mortes sem fundamento e que acabou enfraquecendo as tramas secundárias. Se não bastasse isso, Cora deve matar Jurema e Reginaldo. São dois personagens mal aproveitados, mas muito bem defendidos. Não concordo com a morte deles, mesmo que sejam de forma cruel.
Não estou gostando dos rumos de Cora. Espero por um confronto dela com Maria Marta. Pelo menos essa foi a promessa.
É isso. Como qualquer outra novela, Império tem seus defeitos. São problemas comuns, mas que poderiam ser evitados pelos autores, já que o público está cada vez mais exigente, rabugento e impaciente.
Problemas à parte, Império tem mais pontos positivos do que negativos. Já comentei sobre isso, portanto evitarei a fadiga. Satisfeito, espero apenas por um final, no mínimo, coerente.
Gagliasso é o cara!
Ricardo Linhares dará a Bruno Gagliasso mais um excelente personagem. Em Babilônia, o ator, bastante assediado por autores, dará vida ao cafetão e traficante Murilo. No início do folhetim, o personagem esconderá da família o investimento na carreira de cafetão. Ele usará Alice (Sophie Charlotte) para ganhar dinheiro.
Linhares define Murilo como "mau-caráter, interesseiro, explorador e sedutor quando lhe convém".
Rancoroso, Murilo também não aceitará o irmão de criação, Vinicius (Thiago Fragoso).
"Ele vê o irmão de criação como um usurpador, um concorrente, tanto no amor da mãe quanto na herança da família", explica o autor.
Por enquanto, é o personagem de Babilônia que mais chama a minha atenção. Não crio expectativa com Inês (Adriana Esteves) e Beatriz (Gloria Pires) por que não vejo as duas como vilãs.
A princípio temo pela a rejeição da personagem de Gloria Pires, que protagonizará cenas de sexo com um terço do elenco masculino. Em se tratando de uma novela de Gilberto Braga, isso é preocupante. Espero que não baixem o nível.
De quase perfeita, a broxante!
Tenho uma relação de amor e ódio com Boogie Oogie. Vocês sabem: reclamei no início e demorei a entender o universo da trama. Depois que compreendi, ou melhor, aceitei e mergulhei no mundo proposto pelo autor, passei a elogiá-la.
Comecei com "Boogie Oogie não é tudo isso que falam!", depois com "quase perfeita, Boogie Oogie é uma excelente novela".
Meus caros, mudei de opinião de novo. Desde dezembro, a novela empacou. Continuo assistindo, mas não como antes. Voltou a falta de interesse. Por quê? Porque, pra mim, a história acabou. Rui Vilhena foi com muita sede ao pote. Descarregou toda a areia de seu caminhão, e esqueceu que tinha um longo caminho a percorrer. É uma pena, já que a novela estava ótima.
Quanto ao mistério de Carlota (Giulia Gam), espero que não seja tão broxante como o do amante de Crô em Fina Estampa. Tá repreendido!
Precisa de uma reviravolta!
Alto Astral já tem praticamente a mesma audiência de sua antecessora. Essa novela precisa urgentemente de uma reviravolta. Está muito convencional, muito clichê. A história central também perdeu o foco, dando foco às tramas secundárias. Gosto – e muito - desta novela, mas tem coisas que começam a irritar.
Sucesso!!!
A reprise de O Rei do Gado, por hora, é um sucesso. Apostei no fracasso, mas, por enquanto, como pedra. Mesmo com o fim de Cobras & Lagartos, a novela de Benedito Ruy Barbosa conquistou 15 pontos, nesta segunda-feira (26). Para quem esperava por médias entre 10 e 12 pontos, é um grande feito. Mesmo que haja declínio nos próximos capítulos, o que deve acontecer, O Rei do Gado está longe de repetir o fracasso de Cobras & Lagartos.
O Rei do Gado é boa, mas é um tipo de novela que não assistiria pela terceira vez, e só indicaria a um amigo para espiar os capítulos iniciais. A primeira fase é excelente, já a segunda... Mas isso é questão de gosto. Para quem nunca viu, ou gosta do estilo, vale a pena assistir. A trilha sonora – uma das mais bem sucedidas da Som Livre - é fantástica.
A audiência de TV oscila bastante e ainda é cedo para afirmar que O Rei do Gado terminará em alta. Mas o fato de ter despertado o interesse das donas-de-casa e segurado os índices da antecessora já é um motivo para se comemorar. Resta saber até onde elas aguentarão a enrolação, também conhecida como "barriga".
Cá entre nós, o desempenho de O Rei do Gado deixa claro as incompetências de Malhação, Boogie Oogie e Alto Astral. Melhor ficar calado, só observando. A verdade é que não se fazem mais novelas como antigamente. #Fato.
Eh, ôô, vida de gado. Povo marcado, ê. Povo feliz! =D
BBB15: elenco desanimado, fraco!
Boninho já faz falta ao BBB, pelo menos nas provas de resistência. A produção precisa ficar atenta e ser mais exigente. Os participantes são fraquinhos e, até o momento, não rendem nada. A edição de estreia foi broxante. Parecia uma novela, com roteiro e tudo.
Obviamente, reality show deste seguimento não faz o mesmo barulho do passado. É preciso se reinventar. As repetições de provas e de perfis de participantes são decepcionantes. O telespectador quer ser surpreendido. Não precisaria de uma inovação, a criatividade estaria de bom tamanho.
A audiência – que não é nada confiável, mas é a única referência que se tem – mostra o desinteresse do público. Na semana, o programa – graças a atual novela das nove que levantou um pouco horário da Globo - tem oscilado entre 24 e 27 pontos. Enquanto nos fins de semana, declina para 14 pontos.
Para o nível da atração, a audiência é "gigantesca". Graças à incompetência de emissoras concorrentes.
Mesmo insatisfeito, continuo espiando o BBB. Por falta de interesse, não acompanho integralmente. Já está de bom tamanho, é o suficiente para continuar reclamando. #Deboche
Até que enfim!
No ano passado, comentei que o Canal Viva reprisaria uma novela de Aguinaldo Silva. Pois bem, Pedra Sobre Pedra é a nova aposta da emissora para a faixa das 14h30. Em breve, vem aí A Gata Comeu. É só questão de meses. Aguardem.
Uma curiosidade: Por que o Canal Viva não inverte a ordem das novelas na madrugada? Tropicaliente eu não desejaria nem ao meu pior inimigo.
Sucesso repentino
A temporada final de Milagres de Jesus será exibida de segunda a quinta-feira, entre os dias 2 e 24 de fevereiro. Serão, no total, 14 episódios.
Com isso, a estreia de Gugu, se não ficar para abril, deve acontecer no dia 25 ou 26.
Falando nesse programa, parece que vão apelar para quadros que fizeram sucesso no passado. O Táxi do Gugu deve ser um deles. Tem cheiro de sucesso repentino.
Paciência
Se a Record não souber lidar com audiência, o Hoje em Dia será um fracasso retumbante. No período de férias, é óbvio que o Bom Dia & Cia tem vantagem. O programa precisa de uma identidade, e aproveitar melhor o jornalismo. Tentar imitar o formato da Globo (Bem Estar e Encontro) é dar tiro no escuro.
Até cansar!
A equipe do Vídeo Show são fãs incondicionais de João Emanuel Carneiro. Pela enésima vez, A Favorita novamente no Novelão da Semana. Pena que o autor tem poucas novelas no currículo, se não poderia usá-las até a estreia de Favela Chique. #Deboche
Boa semana, saúde, felicidades! Até o nosso próximo encontro.