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O melhor autor nem sempre faz a melhor novela

Os melhores do ano segundo um telespectador noveleiro.

Por: Jeferson Cardoso

Sou viciado numa novela. É verdade que uma ou outra nos decepciona mas, em geral, elas são encantadoras. Dramaturgicamente, o ano de 2014, pra mim, foi melhor do que o ano passado. Gostei principalmente das macrosséries e seriados. Amores Roubados e Dupla Identidade são obras geniais. Nas novelas, Império, Meu Pedacinho de Chão, Pecado Mortal e Alto Astral foram as que mais me chamaram a minha atenção.

Tenho um carinho especial com Império. Desde Cordel Encantado não me apegava a uma novela. Concordo que não é um folhetim excepcional, porém me diverte. É uma boa novela, com altos e baixos como qualquer outra. Após a decepcionante Fina Estampa (do meio para o fim), Aguinaldo Silva está me surpreendendo. Ele não está repetindo os erros cometidos na trama anterior e Império, nesta reta final, está incrível.

Vamos ao que interessa, a lista dos melhores do ano. Algumas categorias, confesso, gostaria de ter ficado em cima do muro.

Para a categoria de melhor ator, fiquei em duvida. Alexandre Nero melhorou muito, mas pensei: também oscilou bastante. Bruno Gagliasso esteve impecável em Dupla Identidade. Poderia ter feito que nem a Globo, ter criado duas categorias. O de melhor ator de novela e o de seriado. Daí, os dois atores teriam sido privilegiados. Mas não quis fazer isso. Se é para escolher, vamos simbora.

Considero Império a melhor novela, mas o melhor autor, no entanto, fico com Carlos Lombardi. Como assim? E por que Pecado Mortal não é a melhor novela? Isso é uma contradição! Não é! Veja bem.  

Carlos Lombardi fez uma ótima estreia na Record. O texto de Pecado Mortal era impecável, a narrativa idem. Aguinaldo Silva também está ótimo em Império. Mas, para a categoria de melhor autor, levei em consideração a ousadia e a qualidade de texto.

Já para a categoria de melhor novela, considerei o conjunto: sinopse, produção, trilha sonora e etc. Império, pra mim, nestes quesitos é a melhor.

Para a cena do ano não precisei de muito esforço. A que mais me emocionou foi a do último capítulo de Amor à Vida.

A categoria de maior dificuldade de escolha foi a de atriz coadjuvante. As novelas deste ano se destacaram com personagens secundários.  Cassia Kiss, de O Rebu; Zezé Polessa, de Império; Drica Moraes, de Império; Giulia Gam, de Boogie Oogie; Vanessa Gerbeli, de Em Família; enfim, a lista é grande e todas merecedoras. Mas como sou obrigado a escolher uma, fico com a que mais me chamou a atenção pela criação da personagem: Juliana Paes.

Confira os meus escolhidos (não deixe de postar a lista de vocês):

Melhor ator: Bruno Gagliasso

Melhor atriz: Lília Cabral

Melhor novela: Império

Melhor autor: Carlos Lombardi

Melhor ator coadjuvante: Irandhir Santos (Zelão, de Meu Pedacinho de Chão)

Melhor atriz coadjuvante: Juliana Paes (Catarina, de Meu Pedacinho de Chão)

Melhor atriz mirim: Geytsa Garcia (Pituquinha, de Meu Pedacinho de Chão)

Melhor ator mirim: Tomás Sampaio (Serelepe, de Meu Pedacinho de Chão)

Revelação Masculina: Jesuíta Barbosa (Fortunato, de Amores Roubados)

Revelação Feminina: Isabella Santoni (Karina, de Malhação)

Melhor par romântico: Rafael Vitti e Isabella Santoni (Pedro e Karina, o casal Perina de Malhação)

Melhor cena de novela: Cesar (Antonio Fagundes) demonstrando o seu amor por Félix (Mateus Solano), no último capítulo de Amor à Vida

Melhor seriado: Dupla Identidade

Melhor minissérie/macrossérie: Amores Roubados

Melhor apresentador: Rodrigo Faro

Melhor apresentadora: Fernanda Lima

Melhor programa de TV: Amor & Sexo

Melhor reality show: MasterChef

Melhor talk-show: The Noite com Danilo Gentili

Melhor telejornal: Jornal Hoje

Melhor programa de humor: Tá no Ar - A TV na TV

O maior mico/constrangimento: Luciano Huck, por duas situações: 1)  ao dizer para a ex-ginasta Laís Souza que a vantagem de ser tetraplégica é não sentir dores; 2)  a comparação da goleada do Brasil (na Copa do Mundo) com o atentado de 11 de Setembro

É isso. A opinião é uma coisa muito pessoal. As minhas escolhas/opiniões não são unanimidades, e algumas podem ser até surreais, dependendo do ponto de vista de cada um. É uma coisa que não me preocupa. Não tenho a obrigação de gostar de um produto porque ele é aclamado pela maioria ou por jornalistas que se dizem especialistas. É preciso saber o limite entre a discordância e a falta de respeito.

Que 2015 seja, no mínimo, bom. Espero ser surpreendido com Sete Vidas e Lady Marizete. Cito essas duas porque não boto fé nelas. Também não acreditei em Sangue Bom e Meu Pedacinho de Chão, e hoje tiro o chapéu para elas. No mais, independente de números de ibope, acredito que os destaques serão Babilônia e Favela Chique. Bom, as expectativas ficam para a próxima publicação.

Que venham Lícia Manzo, Elizabeth Jhin, Gilberto Braga, João Emanuel Carneiro, Alcides Nogueira, Mauricio Gyboski, Walcyr Carrasco e Vivian de Oliveira.

Viva a dramaturgia! Viva! 

Encerro com a mesma mensagem de fim de ano: "A cada dia de nossa vida, aprendemos com nossos erros ou nossas vitórias, o importante é saber que todos os dias vivemos algo novo. Que o novo ano que se inicia, possamos viver intensamente cada momento com muita paz e esperança, pois a vida é uma dádiva e cada instante é uma benção de Deus."

Muito obrigado a todos pela a atenção e participação. Um feliz Ano Novo! =D


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