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Império, o novelão da Globo, resgata velhos amantes da dramaturgia

Aguinaldo Silva, por enquanto, cumpre o que prometeu. A audiência corresponde.

Por: Jeferson Cardoso

Desde outubro de 2012, com o fim de Avenida Brasil, não acompanhava uma novela das nove. Depois da terrível Amor à Vida e da insossa Em Família qualquer coisa que viesse seria lucro.

A espera de uma boa novela, sem a pretensão de ser ótima, fui apresentado à Império. Assisti à estreia sem muitas expectativas, pensando: "primeiro capítulo de novela é chato". Eis que sou surpreendido de cara, logo nos primeiros minutos, por um novelão clássico, com amor à primeira vista; protagonista anti-herói; e uma megera que tem tudo para entrar para a lista das maiores vilãs da teledramaturgia.

Chay Suede, Marjorie Estiano, Adriana Birolli e Vanessa Giácomo, o trio da perfeição: brilharam, arrasam, encantaram... nossa, que atuações! São atores que dispensam elogios. Chay, esforçado, superou as expectativas, mesmo depois de provar seu talento em Rebelde.   

A julgar pelos três capítulos, Império me impressionou por atuações acima da média; direção e fotografia caprichadas; trilha sonora maravilhosa; agilidade (sem ser frenética demais); e um ótimo texto, sempre sarcástico, do autor.

Aguinaldo Silva, por enquanto, cumpre o que prometeu. Apresenta-nos um novelão com todos aqueles elementos básicos para prender a atenção. Império é como muitas outras, cheia de clichês. A diferença é tem cara de novela e remete ao estilo das grandes tramas do passado.

Deixando o respeito/admiração que sinto pelo Aguinaldo Mago-Mestre Silva de lado, considero os primeiros capítulos de Império uns dos melhores que já assisti.

A segunda fase da novela deve surpreender ainda mais. O autor está inspirado, e o elenco será reforçado com Drica Moraes, Caio Blat, Lília Cabral, Alexandre Nero, Leandra Leal, Tato Gabus Mendes, Elizângela, Paulo Betti, Zezé Polessa. É mole?

A audiência, como esperava, é afetada por conta do fracasso de Em Família. No entanto, em três capítulos, Império acumula 33 pontos de média. Já são quase quatro pontos a mais que a antecessora. Um grande avanço, agora é torcer pela goleada. Estou tão animado, que acredito que o horário político não será capaz de prejudicá-la. Mas ainda é cedo para tamanha empolgação. No aguardo dos próximos capítulos.

FOM FOM!

O fracasso do rebuliço

Algumas pessoas ficaram revoltadas com a minha opinião sobre o remake de O Rebu. Alegaram que eu deveria saber, nos mínimos detalhes, da versão original. Nunca tinha ouvido falar desta novela. Não me interessa se foi escrita por fulano ou ciclano, e se fez sucesso ou fracasso no passado.

Assisti aos dois primeiros capítulos de O Rebu, produzida em 2014 e escrita por George Moura e Sergio Goldenberg. É dessa novela (confusa e mal apresentada) que estava me referindo.

Não gosto do formato de O Rebu, porém é uma boa produção. Só acho que deveria ser anunciada como série. Como novela, acho um pouco de exagero.     

A baixa audiência de O Rebu é inquestionável. Os números não vem agradando a direção da Globo, uma vez que só emplaca médias satisfatórias nas segundas-feiras, quando é exibida logo após a novela. Na quinta-feira (17) perdeu, por alguns minutos, para A Praça é Nossa, do SBT.

É isso. Não tenho mais nada a falar dessa "novela".

Geração piada

A TV Globo realizará uma nova pesquisa para identificar a rejeição de Geração Brasil, a pior novela das 19h já produzida. Uma perda de tempo. Essa ruindade deveria ser encurtada, terminando em setembro.

Não espero muito de Alto Astral, de Daniel Ortiz e Silvio de Abreu, mas qualquer coisa será melhor que a novela de Izabel de Oliveira e Filipe Miguez.

Saudades de Além do Horizonte.

A voz do povo é a voz de Deus?

O Canal Viva está quase se rebaixando. A emissora deve ouvir a "voz do povo", melhor, das manifestações de telespectadores contrários a reprise da novela Pecado Capital. A forte campanha está preocupando a direção, que deveria analisar melhor as suas escolhas.

Não tem uma forma de saber quais as novelas mais pedidas? Deveria ter, assim evitaria a vergonha e a revolta da minoria, que se torna grande na Internet.

Continuo com a mesma opinião: É preciso ter cautela, e saber para quem dar ouvidos. O VIVA deve reprisar Pecado Capital como também Sabor da Paixão, Como uma Onda, Viver a Vida, Esperança, e outras produções que não tiveram tanta repercussão. Uma curiosidade: Por que a fracassada O Dono do Mundo, de Gilberto Braga, não tem tanta rejeição como o remake de Pecado Capital? A emissora dispõe de três horários de novelas, ou seja, é possível agradar a todos os tipos de noveleiros. Hoje, Pecado Capital. Amanhã, O Dono do Mundo. Depois de amanhã, A Gata Comeu. Sejam pacientes, meus queridos.

Assumiu o erro!

Em recente entrevista, Ricardo Waddington reconheceu que o Video Show perdeu identidade e que não funcionou a proposta de auditório com Zeca Camargo. Não é a primeira vez que ele fala de uma "crise" na atração. Em abril, no jornal Extra, ele disparou: "Não posso fingir que nada está acontecendo".

Waddington precisa resgatar a essência do programa, que todo dia apresenta um formato diferente. Agora inventaram de colocar GC (gerador de caracteres). Isso não combina com o Padrão Globo. Estou falando bobagem. Padrão é que a emissora não tem desde que Carlos Henrique Schroder assumiu o comando.

Tenho um carinho muito especial pelo Vídeo Show. Foi por muitos anos, meu programa favorito.  O formato atual não está muito longe do ideal. Um bom começo seria abandonar o auditório, e deixar os bate-papos de lado. Isso o Domingão do Faustão, Estrelas, Encontro com Fátima Bernardes e o Altas Horas já fazem.

Outra coisa que me incomoda são os exageros de Otaviano Costa. Ele não leva as reportagens a sério.  E o encerramento do programa com um "boa tarde, até amanhã" seria muito bem-vindo.

É isso. Estão gostando de Império?

Obrigado pela atenção. Abraços, e até a próxima. ;)


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