E mais: Globo decreta o fim de Babilônia.
Por: Jeferson Cardoso
A sinopse de I Love Paraisópolis não me parecia interessante, e as chamadas não me despertavam a atenção. Não acreditava no sucesso, mas também não achava que fosse um fracasso. Não criei expectativa nenhuma e fui pego de surpresa. A primeira semana desta novela foi perfeita. Estou viciado, acreditando no universo proposto e boquiaberto com narrativa e agilidade dos autores.
O elenco, que muitos julgavam como fraco, é promissor e dá conta do recado. Bruna Marquezine e Caio Castro representam bem os seus personagens. Tatá Werneck tem sofrido críticas quanto à dicção. De fato, às vezes, não é possível compreender o que a moça diz. A maior surpresa, pra mim, até o momento é Maria Casadevall. A decepção fica com Henri Castelli, pela falta de expressão e convencimento.
O casal Benjamin (Maurício Destri) e Mari (Bruna Marquezine) – que eu tinha medo que fosse bobo e chato – é o que a novela tem de melhor. Os autores souberam apresentar e público, de imediato, acreditou no romance e torce pelos dois.
A trilha sonora – excepcional –, a direção e fotografia também merecem elogios. Por ora, tudo feito com capricho. Uma produção nota 10.
Alcides Nogueira e Mário Teixeira fazem de I Love Paraisópolis um sucesso porque apostam no óbvio, no clichê, ou seja, nos ingredientes clássicos: romance, comédia e drama. Tudo isso, é claro, com uma pitada de surrealismo para que o público possa sonhar e embarcar na imaginação.
A audiência, de 26 pontos, pegou muita gente de surpresa. Nem mesmo os mais otimistas acreditavam. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Alcides disse que se surpreendeu (e deu pulos de alegria) porque esperava (assim como eu), por pelo menos 10 pontos a menos do que o último capítulo de Alto Astral, o que seria normal pelo fato de que o público deixa o luto pela novela anterior.
I Love Paraisópolis recebeu o horário em alta e tem conseguido manter o que herdou. Isso é mérito dos autores e da equipe, que souberam aproveitar a oportunidade apresentando ao telespectador um novelaço.
O fim de Babilônia
Diferente dos autores de I Love, o trio de Babilônia não conseguiu cativar o público. Ricardo Linhares, Gilberto Braga e João Ximenes Braga desenvolveram uma novela fraca, de pouco interesse para o horário das 21h. O elenco e direção desta trama das 21h também não se entenderam (não encontraram o tom certo). Enfim, é uma novela toda errada. Não sei como ninguém da gestão da Globo percebeu isso.
Não digo que é uma novela ruim, apenas fraca. É preciso respeitar os profissionais envolvidos porque em televisão, algumas coisas, não tem como prever o fracasso. Se bem executada, a ideia central de Babilônia tinha tudo para ser um sucesso. Mas não foi porque, na minha opinião, apresenta narrativa defasada e bem próxima daquelas novelas da década de 80. Agilidade e convencimento – fazer o público acreditar (sem necessariamente ter compromisso com a realidade) – é essencial.
Sabia que a rixa entre as vilãs (Beatriz e Inês) não funcionaria, pois foge muito do padrão de uma novela clássica. A condução da história complicou ainda mais a situação, pois inquietou e afugentou o público.
Não acompanho Babilônia (parei no capítulo 30 – o máximo que aguentei), mas – a essa altura do campeonato – não acredito numa reação de audiência. No início, ainda no período de lançamento, acreditei que conseguiria manter uma média próxima à de Império. Não acreditava na vilania, mas jamais pensei que fosse uma novela tão fraca. É por isso que digo: podemos criar expectativas (boas ou ruins), mas o que importa mesmo é o capítulo no ar.
O último capítulo de Babilônia será exibido no dia 28 de agosto. Terminará um mês antes do tempo previsto, isso se não for encurtada novamente. Espero que não porque três meses são necessários para a produção de uma novela. É esse o tempo que a emissora tem para produzir, calmamente, A Regra do Jogo, do Gênio João Emanuel Carneiro, que reerguerá (sem o medo de apostar) a audiência das 21h da Globo.
Prometi não falar mais sobre Babilônia, estou cumprindo. Voltei a comentar apenas para comemorar o seu encurtamento. Estou, no entanto, na torcida para que um capítulo alcance o almejado 30 pontos de média. #Deboche
Verdades Secretas
Poucos devem lembrar, mas citei, no tópico sobre as expectativas do ano, Verdades Secretas como uma das apostas para 2015. Sim, acredito nesta novela.
Não curti (e tampouco asssiti) os últimos trabalhos de Walcyr Carrasco, mas estou otimista e espero ser surpreendido. Tenho esperança de que o autor apresente uma boa trama adulta, assim como fez com Xica da Silva.
A história de Verdades Secretas me atrai. Parece-me um novelão denso e muito bem elaborado para as 23h. Nas chamadas, a classificação indicativa é de 16 anos. Espero que seja polêmica sem ser vulgar. Certamente, teremos cenas fortes e ousadas. Mas sem baixaria, por favor.
A dedicadíssima Grazi Massafera será um dos destaques de Verdades Secretas. Confira o vídeo:
Fica a torcida para que não seja uma novela de exageros e que o autor apresente um texto de melhor qualidade. Eu acredito.
Nove meses no ar?
Além da Tempo, sucessora de Sete Vidas, será uma das novelas mais longa da Globo nos últimos anos. Estão previstos 197 capítulos. A novela será exibida entre julho e março. Isso é uma loucura! Misericórdia.
Sei pouca coisa da sinopse, mas já fico desanimado. Deveria ser proibida a produção de uma novela com mais de 180 capítulos. Ainda acho muito, mas é o necessário para se ter o lucro.
A Mais Forte
O título da próxima novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari é ótimo: A Mais Forte. O elenco também é interessante. Claudia Raia, Humberto Carrão, Domingos Montagner, Reynaldo Gianecchini, Luísa Arraes, Isabella Santoni, Vladimir Brichta, Cláudia Abreu, Heloísa Périssé, Grazi Massafera, Irandhir Santos, Camila Morgado, Vera Holtz e Regiane Alves são nomes reservados.
A trama, que sucederá A Regra do Jogo, tem estreia prevista para março (ou abril) de 2016.
Curiosidade
Por que Marcelo Serrado e Mateus Solano foram esquecidos? As repetições de atores são constantes...
Está valendo a pena
Cinco anos de Canal Viva. Um ciclo que aproveitei bem. Graças à emissora pude assistir, na íntegra, as novelas Que Rei Sou Eu? e Água Viva. Acompanhei também outras reprises, como Rainha da Sucata, A Viagem, História de Amor e Anjo Mau.
As atuais são fracas, mas acredito que vem coisas boas por aí. Despedida de Solteiro e Cambalacho são exemplos.
A direção artística da emissora só deveria evitar as exibições de duas novelas do mesmo autor (Fera Ferida e Pedra Sobre Pedra).
Segunda ou quarta?
Previsto para as quartas, o programa de Xuxa deve ser exibido nas noites de segunda-feira. A data de estreia está prevista para o dia 3 de agosto.
Não vejo muita diferença no dia de exibição, os dois cogitados são bem competitivos. Talvez, nas segundas, a cobrança/pressão seja menor.
São três meses para a produção do programa, que levará o título de Xuxa Meneghel. Mário Vaz, ex-Mais Você, será o diretor.
Gostaram da chamada de Verdades Secretas? Babilônia merece a audiência que tem? I Love Paraisópolis é tudo isso mesmo?
Obrigado pela atenção e até a próxima!