
É um pouco complicado, para mim, falar sobre O Outro Lado do Paraíso. Tenho medo de ser indelicado e injusto com os profissionais. Porém, tenho que ser sincero. A partir do momento que eu não puder expressar o que, de fato, eu penso, o Blog Curtas & Quentes deixará de existir. O que não será o caso, pois serei sincero.
Essa novela, criada de repente, aprovada sem sinopse, é boa. Está distante de ser surpreendente, mas é legal. Tem uns defeitinhos, mas, se souber voar, é tolerável. Apesar de ser muito superficial e nada convencer – até o momento –, Walcyr Carrasco apresenta, a passos lentos, uma história que, de começo, parece ser boba (muito simples), mas que se desenha para um novelo mexicano, mas bem mexicano.
Infelizmente, os primeiros capítulos deixaram a desejar. Não sei em que Planeta o autor estava quando escreveu o início de O Outro Lado do Paraíso. Talvez, estava mirando o horário de Malhação e, sem querer, acabou acertando – ou melhor dizendo – usurpando o lugar de outra. Tudo bem que não podemos esperar muito de uma novela aprovada sem sinopse. Só que esta, na minha concepção, deixa a desejar, com falta de ganchos; diálogos superficiais; cenas de pouco poder de convencimento (mas de boas atuações); e o pior: erros precários de produção/cenografia e contextualização.
Você se pergunta: “ele aponta vários defeitos, e acha a novela boa?”. Respondo: “Sim!!!”. E explico. Lamento, profundamente (sendo exagerado), a forma como a novela está sendo apresentada (conduzida). Penso que dez capítulos seriam o suficiente para a primeira fase. Entretanto, eu entendi a proposta do autor. Ele quis fazer duas novelas em uma. A primeira novela (parte 1) está detalhando, passo a passo, as histórias de duas personagens, de perfis interessantes: Clara e Elizabeth. Para nós, que acompanhamos uma novela elétrica como A Força do Querer, é broxante dar de cara com uma narrativa mais lenta, que mais parece folhetim dos anos 80. Só que isso, na minha humilde opinião, não é ponto negativo. E nem vejo como um retrocesso. Pelo contrário, a ideia é interessante. Poderia ser mais envolvente, obviamente, se fosse de menor duração. Walcyr Carrasco está sendo cauteloso. Ele vem com temas polêmicos. As personagens, primeiramente, precisam de torcidas para não serem rejeitadas. Gloria Perez fez isso com Bibi, que só foi despontar no segundo mês de A Força do Querer. Posso estar equivocado, mas acredito que Clara e Elizabeth serão a salvação da segunda fase (segunda novela) de O Outro Lado do Paraíso. As vinganças dessas personagens devem surpreender. No final, todos compreenderão porque o autor optou por ser detalhista na primeira fase. Elas serão tão queridas, que o público vai ter pouca paciência com os núcleos paralelos.

Gosto de Walcyr Carrasco. As melhores novelas das seis (pra mim, obviamente) foram escritas por ele. Os textos dele são até “amigáveis” para o horário das 18h, mas para às 21h... Para não perder o respeito, são: superficiais, não passam a verdade. A baixa qualidade dos diálogos está sendo o problema desta novela. Os atores até se esforçam. Bianca Bin, atriz genial, às vezes, está sendo prejudicada com falas bem didáticas.
Alguns atores (ainda) não encontram o tom certo ideal para suas personagens. Guizé, algumas vezes, parece está homenageando o Tonho da Lua; Rafael Cardoso e Marieta Severo os mesmos trejeitos e vozes de sempre. O primeiro parece está sem vontade. Já a segunda, acho que esperava dar vida à uma personagem mais firme. Deve ficar marcada apenas pela cena de reconciliação entre mãe e filha. É melhor eu ficar calado.
Como é uma novela sem sinopse, vai ser difícil apontar quais os ajustes serão feitos. Acredito que várias personagens terão seus perfis modificados, como Lívia (Grazi Massafera), Renato (Rafael Cardoso), Gael (Sérgio Guizé) e Sophia (Marieta Severo). Sabe as quatro estações num só dia? É assim que vocês observarão esses quatros papéis ao longo da novela. Cada mês, uma personalidade diferente. É característica de Walcyr Carrasco quando não consegue passar para o público a mensagem ou quando o ator/atriz não corresponde. Também acho que algumas abordagens serão condensadas/contidas porque outras irão sobressair/despontar.
Mesmo constrangido com os diálogos de alguns personagens, o que mais tem me tirado do sério são as falsas campanhas. Em alguns momentos, sinto que há incentivo à violência contra mulher; e também às brincadeiras tipo bullying. Estela (Juliana Caldas), aceita gozação de qualquer um, menos de sua mãe. Fala sério!! Gael espanca a mulher e praticamente ganha um troféu. Numa cena, Nádia (Eliane Giardini) soltou: “marido só bate quando a gente merece”. Misericórdia!!! Numa outra, a mãe incentivando o filho, diz: "sou contra bater em mulher, mas estamos falando de muito dinheiro. Faça o que for preciso.". Jesus!!! Que campanha é essa? Está repreendido!.

Por fim, a produção/cenografia não conseguiu ser fiel à época em que a novela passa. Como haverá uma passagem de tempo, de no mínimo dez anos, conclui-se que a primeira fase está ocorrendo no início da década de 2000. Nessa época, que eu saiba, não haviam celulares e notebooks modernos. No Jalapão, se hoje é raríssimo o sinal de celular, imagina você, anos atrás. Daí a Clara aparece em cena dizendo que gostaria de ter um aparelho para ligar para o avô. Só rindo! As imagens da capital do Tocantins, Palmas, são dos dias atuais. Que mico!!!!
O nome que a Globo escolheu para a novela de Walcyr Carrasco, por ora, é a única coisa que mais se aproxima da realidade. Com mãe que destrata filha; marido que bate em mulher; sogra que interna nora em sanatório; esposa - que se sente infeliz - no direito de ter um amante, é, de fato, o inferno.
É isso. Estão voando, digo, gostando da novela? Quais os pós e contras? Do que Walcyr Carrasco será capaz para não perder público para Apocalipse (se é que isso pode ser uma ameaça, mas existe a possibilidade)? Falando em ibope: com 31 pontos, O Outro Lado do Paraíso vai bem. O “problema” é se empacar nisso. Daqui a pouco, o bom vira razoável. E o razoável pode ficar... À espera dos próximos capítulos.
Obrigado pela atenção, e até o nosso próximo encontro. ;)
Comentários (50) Postar Comentário
Mas Walcyr já tinha um texto pobre (e até certo ponto, vulgar) na péssima Amor à Vida. O Outro Lado do Paraíso parece ser um pouco melhor que a trama anterior dele às 21h. Gosto do Walcyr às 18h; no horário nobre, tenho receio...principalmente, da qualidade do texto. E O Outro Lado do Paraíso já mostrou esse problema.... Mas não podemos negar: Lima Duarte, Glória Pires, Fernanda Montenegro, Marcelo Novaes, Juca de Oliveira, Bianca Bin e Grazi estão muito bem.
Eu queria saber pq tanto preconceito com as novelas Mexicanas ? Só pq não tem a Pornografia q as Brasileiras tem ? Pq as Novelas Mexicanas falam mais em Amor e geralmente os protagonistas começam pobres e terminam ricos ???????? Olha ninguém merece viu.
A novela é O OUTRO Lado do Paraíso, não o Paraíso em si. Para mim, o título já explica muita coisa. Acho que o texto do Walcyr está melhor que de outras novelas dele, mesmo não sendo um "texto de Lícia Manzo". A novela se passa em 2007. 2007 não é bem "início dos anos 2000". Pelo que eu vi, Estela só aceita piada de Gael, tanto que, hoje mesmo, ela repreendeu a piada da irmã (Lívia). É importante mostrar personagens que praticamente apoiam a violência marital, porque existem pessoas assim; mesmo mostrando personagens assim, Walcyr está dando o recado contra violência doméstica.
Não estou gostando, achei pesada, todos os personagens são polêmicos, falta um núcleo de comédia, tem erros de continuidade, os capítulos não tem gancho e Gael é detestável um casal que ninguém torce, ninguém gosta do casal Clara e Gael.
A segunda fase só começa a partir do dia 25 de Novembro vai pegar a semana de estreia de Apocalipse acho que só anteciparam por causa dessa novela, vai ser uma briga boa. O texto é baixo, algumas partes chega a ser constrangedor, Walcyr parece estar escrevendo Verdades Secretas como já vi falarem. As visões da Mercedes também não entendi parece a Rose do Titanic com o filme chamado e série Sobrenatural e umas coisas que não tem nada a ver. Não me conquistou como A Força do Querer, o núcleo da Glória Pires mas durmo que assisto tem razão dela querer se afastar das novelas só pega rojão. De bom mesmo só as imagens do Tocantins só gostei da Estela até agora, a personagem da Eliane Giardini é insuportável ela nunca fez um papel chato esse é duro de suportar, vontade de mudar de canal quando ela, Glória Pires, o sogro da Elizabeth, o delegado aparece, dá sono.
Concordo com tudo em sua critica Jeff,sem tirar nem por,falou tudo.O Outro lado do Paraíso é boa,tem uma trama promissora,mas peca em muitas coisas.O texto é ruim,pra não dizer precário,e muitas vezes deixa a cena,que tinha tudo para ser emocionante,vazia e superficial.Outra coisa que me chamou a atenção,foi a quantidade de personagens vilões e mal feitores que tem essa novela,é um mais escroto e nojento que o outro,haja saco pra aguentar tanta frieza,tanto que ate agora só vi personagens frios,sem alma sabe,depois de um novelão cheio de personagens humanos e bem desenvolvidos,que se mostravam ricos de sentimentos para os telespectadores,agora fica difícil simpatizar com algum dessa trama,salvo algumas claras exceções,que os atores mesmo com o texto ruim dão show.Algumas tramas como a da Gloria Pires,tem uma ótima proposta,mas falta alguma coisa,não estão convencendo as situações com o personagem Marcelo Novaes,ta meio forçado e corrido.A Trama de Clara e Gael em 10 capítulos já ficou repetitiva,toda hora briga e o mesmo texto,e o pior é que todos os personagens apoiam as agressões e agem como isso fosse normal,chega a chocar a cada cena assistida,falavam que Gloria Perez vazia apologia ao trafico,quero só ver agora com o Walcyr tendo esse texto.Do mais,a novela é boa,só precisa convencer mais e ser menos superficial,vamos ver como Walcyr desenvolve isso.
Estou gostando da novela "O Outro Lado do Paraíso. Ressalto de início o talento de Bianca Bin: atriz jovem, comprometida, talentosa e sempre diferente em seus trabalhos. Nasceu para o ofício. Desejo que Deus a abençoe e que tenha uma magnifica trajetória. Os diálogos do Walcyr são sofríveis: "meu príncipe gentil", nessas terras a gente pensa com o coração" "aquela monstrenga", enfim, são estes algumas das pérolas. O personagem Gael é caricato demais. Em toda cena ele agride a mulher e pede desculpas. Já encheu o saco. Custa em alguns momentos ele tratar ela bem? Aliás, outro problema dessa novela é a inexistência de sutileza. Tudo é dito e redito. O que é aquela personagem Nádia? Sempre agressiva. O maniqueísmo reina na trama. O outro lado do paraíso é que a trama é boa e promissora. Estou curioso para ver os caminhos de Clara e Beth se cruzarem. E Fernanda Montenegro está dando show, como sempre. Gosto muito de Mercedes. Em suma, no aguardo da segunda fase.
Obs: Jeferson, essa novela não tem sinopse? Já foi escrita diretamente em capítulos e pronto?
Concordo em partes, acho que o texto tbm melhorou, pra mim a direção que eu admiro, erra nessas metalinguagens, quando o personagem sofre, o fato de ter começado o primeiro capítulo como se fosse um filme, acho que ficam querendo inventar a roda
Walcyr tem um texto horrível e pobre para o horário das 21hs. Acho um saco o didatismo e a reiteração presentes em seu texto.
O horário de Walcyr é as 18hs. O outro lado do paraíso será uma enrolação só... já começou por essa 1° fase.
Eu gosto da novela mas não consigo me envolver com os personagens, sinto falta de algo mais humano e menos superficial e caricato. Algumas falas são chulas e grosseiras, ao invés de me cativar me causam indiferença. Outra coisa que me irrita bastante é a repetição de palavras como: desculpa, perdão. Não sinto sinceridade nessas palavras, Apesar de a repetição fazer parecer que são sinceras... aguardando a 2° fase!!.
Não acho a novela ruim. Acho o autor dela ruim. A direção é linda, maravilhosa. Maurinho engrandece cenas simples. Sabe colocar cada música certa no momento certo. Brilhou na direção da cena da surra na Clara. Enfim, é o melhor diretor da atualidade. Infelizmente, a direção dele não casa com um texto fraco, superficial, raso e caricato, que é do Walcyr Carrasco. A abordagem do nanismo é lamentável, forçada, esculachada. Esse autor não sabe abordar um assunto decentemente. Fica difícil mesmo. E vem pedofilia e outras coisas por aí. Só tenho medo realmente de ser uma Amor à vida 2.