O Planeta TV

De divulgação nula, Apocalipse passa em branco na Record TV

Direção da emissora preocupou-se em atacar Igreja Católica.

Por: Jeferson Cardoso

Débora (Manuela do Monte). Foto: Record TV

Fãs da Record TV criaram uma expectativa muito grande em volta de Apocalipse. A novela, apesar de ter sido muito pouco divulgada – deu esperança talvez pelo fato de contar com o apelo de efeitos especiais e catástrofes que remetem ao fim do mundo. No ar, o primeiro capítulo – muito bem produzido – iludiu. Porém, os capítulos seguintes foram broxantes, desanimadores. A paciência do telespectador durou, no máximo, até o terceiro capítulo. 

Apocalipse prometia ser uma novela atípica, marcante. O primeiro capítulo até deu esta impressão, talvez pelo fato da abertura ter sido com um tsunami. Depois nada aconteceu, o que se viu foi uma história comum, arrastada, deixando a sensação de: “era só isso?”.

Para piorar a situação, o público se deparou com ataques à Igreja Católica e menções ao satanismo. Um ataque suicida e sem volta, uma vez que a rejeição foi imediata. 

Acompanhei, atento, aos nove capítulos desta novela. O texto é bom, muito melhor que o de Walcyr Carrasco em O Outro Lado do Paraíso. Nem parece ser escrita pela mesma autora de Os Dez Mandamentos. Vivian de Oliveira melhorou, evoluiu. A narrativa é muito boa, porém há algumas falhas, como, por exemplo: primeira fase longa e segunda fase desnecessária. As atuações dividem opiniões. Os veteranos estão bem em cena, enquanto os novatos (incluindo os atores mirins) não convencem. Na minha humilde opinião: a parte inicial desta obra deveria ter sido apresentada em, no máximo, quatro capítulos.

Alguns núcleos (personagens) não tem compromisso com a verdade, o que atrapalha a qualidade da novela. É impossível acreditar em cenas como o Papa (ou falso profeta) discursando em português para milhões de pessoas (teoricamente em Roma); judaicos surgem em cena lendo jornais escritos em hebraico, mas falam português.  Se o objetivo era superar os micos de Salve Jorge (Globo), conseguiram. Parabéns aos envolvidos.

Igor Rickli, Juliana Knust Sérgio Marone. Foto: Divulgação/Record TV

Apocalipse peca também na falta de gancho entre os intervalos. Chega a ser broxante. Se o telespectador pensar em trocar de canal, provavelmente, não volta. Pra falar a verdade, “impacto” é possível ver apenas nos encerramentos dos capítulos. 

Ao contrário de tentar passar imagem negativa da Igreja Católica, os Bispos da Record TV deveriam entender que fazer distinção de religião é preconceito e incentivo a intrigas. Enfim, cabe ao público dá uma resposta, trancando de canal e não dar o braço a torcer – quando a emissora demonstrar desespero por índices de audiência.

Inúmeros fatores representam a baixa repercussão de Apocalipse. O período de lançamento, um mês após o principal produto da TV (O Outro Lado do Paraíso) e um mês antes das festas de fim de ano. Inicialmente, o público até deu chance – espiando os primeiros capítulos –, mas como “nada” aconteceu, voltou para o Jornal Nacional. É preciso ressaltar que a novela também tem uma “força negativa”. Há muita maldade, violência, sofrimento, traições, sombra negra (maligna)....

Diferente da Globo que relançou O Outro Lado do Paraíso, a Record TV trata Apocalipse com descaso. Ninguém sabe absolutamente nada sobre os resumos dos próximos capítulos. A assessoria de imprensa não envia nem imagens das personagens. A terceira fase é esperada para esta semana, porém ninguém sabe o dia. A divulgação é nula. Ontem, passei a tarde assistindo aos “assistencialismos” (Domingo Show e Hora do Faro), e foram exibidas duas chamadas (de 30 segundos), e pasmem: não falava nada do que seria exibido no capítulo desta segunda. A emissora usa imagens do capítulo anterior. Que barbaridade!!! Fica difícil para o público e para a imprensa. 

Lamentavelmente, sinto dizer que Apocalipse passará em branco. A culpa não será, a meu ver, da autora – que tem uma boa proposta (sinopse) –, mas sim da emissora que não dá valor ao produto que tem. É uma pena. 

No quesito audiência, acredito que durante o mês de dezembro será complicado. A Record TV não tem a mesma força da Globo, quando se trata de recuperação. Para conseguir virar o jogo, Apocalipse dependeria de um fracasso da Globo, o que não é o caso. Infelizmente, não vingou. E a chance de vingar é, teoricamente, nula. Talvez, em seus melhores dias, consiga uns 12 pontos de média. Para alguns, obviamente, isso será a salvação. #deboche

Que a emissora consiga finalizar este projeto sem muitos estragos. Sem mágoas entre equipes e direções (Bispos).  E que Vivian de Oliveira siga contratada. Amém.

Virou, galopou!

Três semanas foram os suficientes para Walcyr Carrasco detectar as suas falhas. Com o apoio de Mauro Mendonça Filho, o diretor geral, ele conseguiu condensar a primeira fase de O Outro Lado do Paraíso e realizou os ajustes necessários no roteiro. Desde segunda-feira passada, a novela ganhou gás, sobrevida. De quase ruim, tornou-se boa.  

É verdade que O Outro Lado do Paraíso esteve precária, mas também é verdade que melhorou muito. Clara (Bianca Bin) e Beth/Duda (Gloria Pires) seguem como premissas, ótimas personagens, excelentes interpretações. 

Não estava com nenhuma expectativa em relação à segunda fase, porém estou surpreso, inclusive com algumas atuações, dentre elas a de Erika Januza. Com um pouco de humor, a de Marieta Severo deu uma melhorada. Já a de Juliana Caldas... bom, essa merece o troféu de pior desempenho do ano. Não vou reclamar muito porque eu atuando acho que seria do nível dela. #deboche

Gostei do núcleo do bordel e dos garimpeiros. Não curti o salão de beleza. A personagem do Fabio Lago é bem caricata e de caráter duvidoso. O que era para ser divertido; parece forçado, bobo. Amei a Fabiana (Fernanda Rodrigues); estou torcendo para que sua personagem seja mantida até o fim. 

Clara (Bianca Bin). Foto: Divulgação/TV Globo

No Ibope, em uma semana, Walcyr virou o jogo. Galopou para a casa dos 36 pontos. Com 31 pontos de média geral, caminha para abraçar o público histórico de A Força do Querer. Se irá alcançar, não sabemos. A única certeza que temos é do fracasso de A Lei do Amor, Babilônia e A Regra do Jogo. 

No momento achismo, acredito que a média geral de O Outro Lado do Paraíso será de 35 pontos. Mais ainda é cedo, melhor mesmo é esperar passar as festas de fim de ano. Vai que “explode” nos feriados. Rsrsrsrs

Vale a Pena Ver de Novo!!!

A escolha da reprise de Celebridade foi um dos acertos do ano da Globo. A novela é ótima. É, infinitamente, melhor que Senhora do Destino. Oi? Calma, fãs de Nazaré, é a minha opinião. E que gosto não se discute. 

Infelizmente, a censura deve cortar muitas cenas desta novela incrível. Espero que a edição seja mais cautelosa, amenizando o amadorismo. A reapresentação de Senhora do Destino foi vergonhosa (com cortes grotescos e cenas sem continuidade/sem sentido) e ficou fora do padrão Globo (se é que ainda existe). 

Gente, por favor, não se iluda com a classificação indicativa: maiores de 14 anos. Os cortes serão obrigatórios e a censura estará de olho (avaliando) durante toda a exibição. Celebridade é uma novela forte, pesada, porém: marcante, maravilhosa. Se a Globo não respeitar às normas, o risco da novela ser retalhada é ainda maior.  

Marcos (Márcio Garcia), Laura (Claudia Abreu) e Renato (Fábio Assunção). Foto: Divulgação/TV Globo

Reclamar de edição (cortes) hoje em dia é uma bobagem. Atualmente, uma reprise dura em média sete a oito meses. No passado, não passava de cinco. Se hoje um capítulo original vira quase dois, antigamente cinco eram compactados em um. Bom mesmo é reclamar de bucho cheio. #deboche

Money no bolso, saúde e sucesso / Money no bolso, é tudo que eu quero / Money no bolso, saúde e sucesso.... #Novelão

É isso? Estão satisfeitos com a virada de Walcyr Carrasco e os ajustes de O Outro Lado do Paraíso? O que justifica o insucesso de Apocalipse? A superprodução da Record TV reverterá os baixos de audiência? 


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