Novela de Cláudia Souto chega ao fim como grande sucesso.
Por: Jeferson Cardoso
Hoje, chega ao fim um grande sucesso – pelo menos de audiência – no horário das sete. Pega Pega pode não ter sido uma novela aclamada, mas esteve longe de ser ruim. Acompanhei a trama quase que a íntegra e confesso que fiquei surpreso com a astúcia de Cláudia Souto. Em sua primeira novela, a dramaturga conduziu bem a história e soube, logo de início, corrigir o que estava desagradando ao público final (aqueles que de fato assistem). Com a rejeição do casal principal, a grande sacada foi apostar nos núcleos secundários. O recheio do bolo, no entanto, na minha opinião, foi o suspense. Diferente de suas antecessoras (Rock Story e Totalmente D+), Pega Pega tinha uma pegada policial, de narrativa envolvente do início ao fim. O mistério foi desvendado uma semana antes do último capítulo. Por mais que fosse óbvio, o público queria saber como as histórias se resolveriam.
De início confuso, apenas a primeira semana, Pega Pega logo se firmou. As personagens foram encantando, com destaques para Sandra Helena (Nanda Costa), Malagueta (Marcelo Serrado), Maria Pia (Mariana Santos), Julio (Thiago Martins), Arlete (Elizabeth Savalla), e o divertidíssimo delegado Siqueira Motta (Marcelo Escorel).
No começo, detestava algumas atuações, como as de Mariana Santos, Valentina Herszage, Nicete Bruno e Cristina Pereira. Ao logo da história, elas, no meu ponto de vista, encontraram o tom e acabaram se encaixando. Não surpreenderam, mas fizeram certinho o dever de casa.
Mateus Solano, um bom ator, infelizmente, não me agradou em cena, nem no começo, tampouco no fim. Camila Queiroz, após ajustes no perfil de Luiza, melhorou, mas a falta de química entre ela e Solano prejudicou. Não diria que faltou apenas uma química, também faltou um entrosamento. Às vezes, notava-se que os atores não estavam entregues em cena. Eric e Luiza entram para rol de piores casais de novela. A autora até tentou salvar o casalzinho, mas não rendia. Só não digo que foi uma pena porque as tramas paralelas foram boas.
A maioria das personagens pode não ter sido marcante, mas Pega Pega sai de cena com êxito. É a novela de maior público desde 2013. E teve mérito para isso. Engana-se quem pensa que a trama terminará despercebida. Talvez sim pela mídia (jornalistas), que diante do enorme sucesso dela não conseguiu sugá-la com notas do tipo: “atinge recorde negativo”, “maior fiasco da história”, “Globo se desespera com ibope”... O ibope da novela foi estável do início ao fim. Ou seja, o público foi fiel à história. De fato, a mistura entre comédia e suspense envolveu. Claudia Souto sai de cabeça erguida, com uma novela referenciada. É melhor sair de cena com o status de “mais do mesmo” - e com ibope extraordinário - do que como revolucionária e um fiasco de público. Mas e a qualidade? Um termo subjetivo, cada um tem seu gosto, sua preferência. É como fazer analises de números do ibope, onde cada um enxerga o sucesso como quer. Pra mim, Pega Pega foi tão boa quanto Rock Story, por exemplo. Obviamente, que a antecessora tinha personagens mais envolventes, mas na narrativa/história não ficou devendo em nada.
A próxima das sete
As chamadas de Deus Salve o Rei estão bonitas, mas... Uma pena que as histórias – das personagens - não são bem apresentadas. Saudade da época em que sabíamos do que se tratavam as personagens antes mesmo da estreia.
Sabendo apenas que será uma disputa entre reinos fica difícil até para chutar a audiência de estreia. No achismo, vou de 27 pontos de média.
Não passa verdade
O Outro Lado do Paraíso: parei de assistir. Infelizmente, tenho um problema com o estilo de Walcyr Carrasco na faixa das 21h. Só consigo gostar do texto dele no horário das seis. Fico constrangido com algumas coisas. O problema é meu, eu sei. Não posso afirmar que a novela é ruim, mas não corresponde – em nada - aquilo que esperava dela. Estou fora e força para quem fica.
Como já havia comentado com vocês, as mudanças de perfis começaram a ser constantes. Um papel muda de personalidade a cada semana, dando a sensação de que nem o autor sabe o que irá escrever na semana seguinte. É cada tiro no escuro que Deus me livre.
Novela não tem a obrigação de representar o mundo real, a sua função é entreter. Nesse quesito, O Outro Lado do Paraíso está OK. Uma pena o texto deixa a desejar e prejudica até alguns atores. As falas de Eriberto Leão (Samuel) são constrangedoras. Bianca Bin, por exemplo, às vezes, parece um robô. Os diálogos são didáticos, repetitivos, frios, secos, sem sentimentos, vergonhosos... Enfim, não sou obrigado a nada.
Eu estava até empolgado com a vingança da Clara, mas não passa verdade. Não consegui torcer. O rumo de Elizabeth/Duda é outra frustração. Gloria Pires não tem sorte. Se a Duda fosse uma personagem forte, densa, com diálogos convincentes, a atriz, certamente, seria lembrava para as indicações dos troféus melhores do ano. Mas... Bom, deixa para lá.
Decepção
Apocalipse virou uma péssima novela. Os três primeiros capítulos foram até agradáveis, mas depois... É incrível o que fizeram. Se a culpa é da Igreja Universal, não sei. O que sei é que essa vergonha faz por merecer todo o fracasso. Não sei como ainda consegue marcar 6 pontos, já que merecia 3. Vou ser sincero: que perca ainda mais público!. Não seria feio se perdesse para o TV Fama (RedeTV!). Pelo menos ganharia mais um troféu mico do ano.
E como já havia adiantado para vocês: o segundo horário de novelas da Record TV deve subir pelo telhado. O Cidade Alerta deve ganhar mais tempo no ar.
Quanto à substituta de Apocalipse... tudo que a Record TV estrear antes de maio, antes de acabar o pesadelo, digo, a novela de Walcyr Carrasco, será um fiasco. Só Jesus na causa.
É isso. Gostaram de Pega Pega? Quais as expectativas para a estreia de Deus Salve o Rei? O Outro Lado do Paraíso melhorou? A novela de Walcyr Carrasco merece todo o sucesso que vem conquistando? E Apocalipse tem salvação, melhor, chances de subir seus índices para pelo menos 8 pontos #Deboche?
Abraços e até o nosso próximo encontro! ;)