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Após frustrações, o que esperar de Alto Astral?

E mais: o que aconteceu com Império?

Por: Jeferson Cardoso

De repete comecei a ficar interessado por Alto Astral. Ainda tenho a esperança de ver uma boa (ou ótima) novela às 19h. Uma obra escrita especificamente para o horário.

Não conheço o estilo de Daniel Ortiz, autor titular, mas sei das características de Silvio de Abreu, o supervisor. João Emanuel Carneiro, Andréa Maltarolli, Carlos Lombardi são craques que já foram supervisionados por Silvio, que hoje encabeça o Fórum de Dramaturgia da Globo.

Geração Brasil e Além do Horizonte, apesar de ter gostado após mudanças radicais, foram novelas que desnortearam a maioria. O horário das sete há anos está vazio, sem uma novela direcionada para o público certo.  

Alto Astral parece ser a trama ideal, com romance, suspense e humor. A trama se passa em uma cidade fictícia e tem um hospital como um dos cenários principais. O protagonista é o jovem médico Caíque (Sérgio Guizé), que descobre o dom de ver e falar com espíritos. Caíque é filho de Maria Inês (Christiane Torloni) e meio-irmão de Marcos (Thiago Lacerda), um mau caráter que tem um caso com Sueli (Débora Nascimento) e vive às voltas com a médica charlatã Samantha (Cláudia Raia), que é ressentida pelo fato de ter perdido seus poderes paranormais. Paralelo às amantes, Marcos é noivo da mocinha Laura (Nathália Dill), uma jornalista batalhadora que sustenta o avô Vicente (Otávio Augusto) e os irmãos Gustavo (Guilherme Leicam) e Beatriz (Raquel Fabbri). O conflito principal da trama começa quando Caíque se apaixona por Laura. Gustavo é um atleta de saltos ornamentais que é capaz de tudo para conseguir o que quer. Ele tentará derrubar Ricardo (Nando Rodrigues), seu mestre, e os atletas César (Alejandro Claveaux) e Israel (Kayky Brito). Israel se apaixona pela popular Gabriela (Sophia Abrahão), alvo da inveja de Bélgica (Giovanna Lancellotti), irmã de Israel. Eles são filhos de Manoel (Leopoldo Pacheco), irmãos de Afeganistão (Gabriel Godoy) e Itália (Sabrina Petraglia), e enteados da divertida Tina (Elizabeth Savalla). O empresário Marcelo (Edson Celulari) é pai de Ricardo e marido de Úrsula (Silvia Pfeifer). A perua e ex-miss Kitty (Maitê Proença), volta da Europa falida e tenta arranjar um marido rico para a filha, a patricinha Scarlet (Mônica Iozzi).

Confira, o elenco completo, listado em ordem alfabética: Adriana Prado, Alejandro Claveaux, Ana Carbatti, Carlo Porto, Christiane Torloni, Claudia Raia, Conrado Caputto, Débora Nascimento, Débora Olivieri, Débora Rebecchi, Edson Celulari, Elisabeth Savalla, Fábio Audi, Gabriel Godoy, Giovanna Lancellotti, Guilherme Leicam, JP Rufino, Kayky Brito, Leopoldo Pacheco, Luciana Rigueira, Maitê Proença, Marat Descartes, Marcelo Médici, Maria Carol,Marianna Armellini, Marilu Bueno, Mônica Iozzi, Nando Rodrigues, Nathália Costa, Nathália Dill, Nina Frosi, Norival Rizzo, Otávio Augusto, Raquel Fabbri, Rodrigo Serrano, Rosanne Mulholland, Sabrina Petraglia, Sérgio Guizé, Sérgio Malheiros, Silvia Pfeifer, Simone Gutierrez, Sophia Abrahão, Thiago Lacerda e Totia Meirelles.

A novela é baseada em um argumento de Andrea Maltarolli, morta em 2009. Estreia dia 3 de novembro. As expectativas são as melhores possíveis. E que se dane a audiência, já que será exibida no horário de verão. Estou mesmo é com desejo de um novelão!

Loucura?

A Globo surpreendeu a todos com a escolha da substituta de Cobras & Lagartos: O Rei do Gado, de Benedito Ruy Barbosa, que já reprisada em 1999.

Loucura ou desespero? Um pouco de cada, diria. Percebe-se que a emissora está insatisfeita com os resultados de audiência e quer reconquistar a confiança do público-alvo: as donas de casa.  

A Globo acostumou mal o público do Vale a Pena Ver de Novo, que hoje está, digamos, viciado em novelas de humor. O Rei do Gado é velha, não tem comédia, e também é muito arrastada, barriguda, e chata. Não sei se é a obra ideal para “salvar” a emissora de uma queda livre de audiência. Senhora do Destino ou A Indomada, a meu ver, seria mais apropriada.

Vejo O Rei do Gado como uma escolha errada, principalmente por ter sido reprisada recentemente no Canal Viva. O público da emissora aberta e paga é diferente, mas não deixa de ser uma desculpa, caso fracasse.

Acredito que a reprise de O Rei do Gado será um fracasso de audiência. Foi um fenômeno na década de 90, mas para hoje em dia... É um tipo de novela que não atende o que espera o telespectador do Vale a Pena Ver de Novo. Vem cá, a obra foi um sucesso. Sim, foi na década passada. Hoje, acredito, o telespectador espera por clássicos, porém ágeis e novelões.

Na geladeira?

Patrícia Poeta deixará a bancada do Jornal Nacional com a promessa de que estará à frente de um programa de entretenimento. Posso estar enganado, mas desconfio que a profissional fique um tempo na geladeira.

A Globo não será louca, neste momento, de trocar a Sessão da Tarde por um programa do tipo do Encontro com Fátima Bernardes. Certamente, no quesito audiência, seria ultrapassada pelas reprises do SBT. As novelas mexicanas não explodiriam, mas liderariam com "apenas" sete pontos de média.

Falam que Poeta estará à frente de um programa nas manhãs de sábado. Um dia instável na grade da Globo, que normalmente é utilizado para eventos esportivos.

Poeta poderia retornar ao Fantástico, de onde não deveria ter saído. Agora – acredito – ficará uns dias na geladeira para que possa descansar a sua imagem. Espero estar enganado, já que é uma ótima profissional.

O que aconteceu?

O que acontece com Império? A novela é boa, mas tenho a sensação de que não sai do lugar. Os capítulos oscilam bastante. Não me refiro aos números de audiência, mas sim à história.

Tem capítulos bons, ótimos, mornos e chatos... Xiiiii. O Novelão prometido é instável.

Sou um telespectador chato e exigente. Antigamente tinha paciência para novelas arrastadas, hoje não mais. A culpa é do João Emanuel Carneiro? Não, até mesmo porque na década de 90 tínhamos muitas novelas ágeis e impactantes.

Império é boa. É uma obra clássica, mas não a vejo com a característica forte de Aguinaldo Silva. É ágil, porém parece não ser e dá a sensação de que a história não sai do lugar. E, em outros casos, sinto que a histórias de alguns personagens simplesmente acabaram, como a do Téo Pereira e Leonardo.

Como já havia comentado, alguma coisa não está funcionando bem em Império. Talvez o problema esteja na direção, que não conseguiu imprimir o ritmo certo. Ou até mesmo na quantidade de número de colaboradores, prejudicando a característica do autor. Digo isso porque alguns diálogos não parecem ser escritos pelo Mago. Veja bem, a novela é bem escrita,no entanto, às vezes, má dá a impressão de que é escrita por outro autor.

Quanto a direção, não sei, talvez esteja sendo precipitado. Falarei pelo o que estou percebendo até o momento. Rogério Gomes não impõe a Império uma novela empolgante, principalmente nas cenas de grande impacto. Acredito que a sonoplastia deveria ser mais bem explorada. Do que adianta Lilia Cabral arrasar, se não tem uma trilha sonora (de impacto) de fundo? Fica sem graça.

Império é uma novela para Lília Cabral brilhar. O resto é só resto. É quase isso, pois não tem outra explicação para o tão quanto é fraco a personagem de Drica Moraes. Concordo que para ser vilã não precisa matar, mas também não precisa ser tão fraca em atitudes. Vejo Cora como manipuladora e fuxiqueira, e só. Confesso, uma novela sem um verdadeiro vilão ou vilã, pra mim, é uma decepção. Até Maria Marta, que vinha despontando como má, já é quase uma freira.

Falando em números, Império tem a audiência que merece. A média de 30 pontos corresponde ao que é apresentado. Se a novela empolgasse, poderia estar melhor, mesmo com o horário político. Não pode ser considerada um fracasso porque, com um terço dos capítulos, tem uma média superior a de sua antecessora (considerando o mesmo número de capítulos exibidos). Só que Em Família não é parâmetro para nada, só se for para compará-la com outro fracasso.

Resumindo: Império é uma boa novela, só que com menos características do Aguinaldo Silva. E para deslanchar de vez – tanto em repercussão (que deu uma caidinha) quanto em audiência - só precisa se tornar um Novelão!  Espero que isso aconteça o mais rápido possível, pois já foram apresentados mais de um terço dos capítulos.

Novela injustiçada

Vitória, da Record, é uma obra injustiçada. A trama de Cristianne Fridman não merece a audiência, que oscila entre 5 e 6 pontos. Sei da atual realidade e fase da Record, mas a novela é muito boa para tão pouco.

Recusada!

Encabeçado por Sílvio de Abreu, o Fórum de Dramaturgia, da Globo, reprovou a sinopse que Marcelo Saback escreveu para a faixa das sete.

A emissora tem medo de repetir os erros apresentados em Geração Brasil. Depois de tanto apanhar, ela aprendeu? Parece.

Só precisam ficar atento quanto ao elenco de Lady Marizete, sucessora de Alto Astral. Está fraquinho, fraquinho.

Ainda sobre o Fórum, em reunião com os mais consagrados autores, chegou-se à conclusão que não haverá um número padrão de capítulos para nenhum horário. Cada novela será um caso isolado e o tempo que ficará no ar dependerá das necessidades da programação e das histórias contadas.

Império, por exemplo, terá 203 capítulos por necessidades da programação. O mesmo acontecerá com Boogie Oogie, que passará dos 170.

Boogie Oogie, uma novela quase perfeita!

Falando na novela das seis... Outro novelão clássico, com ótimos ganchos e reviravoltas. Há muito tempo não se assistia um folhetim desse nível às 18h.

É uma novela nova a cada 30 capítulos. Rui Vilhena, de fato, cumpre o que prometeu.  Uau.

Fui um dos primeiros a elogiar a atuação de Bianca Bin, e até arrisquei em dizer que era a Dona de Boogie Oogie. Não arrisco mais, afirmo. A atriz está dando show em cena.

O elenco infanto-juvenil desta novela também dispensa comentários.

Boogie Oogie tinha tudo para ser perfeita, mais ainda a considero uma novela forçada e superficial. Não é perfeita, mas está ficando melhor que a novela das nove. Tenho dito.

Vídeo Show: Boninho de novo?

Silvio Santos assumiu a direção artística da Globo? Virou lambança.  Não entendo a emissora carioca. Tiraram Boninho do Vídeo Show, e agora o trazem de volta? O problema deste programa não é a direção. Isso qualquer um sabe, não é preciso ser especialista em TV.

Boninho foi o responsável por descaracterizar o programa. Se foi afastado é porque a sua direção não agradou. O profissional também não consegue alavancar o Caldeirão do Huck, que não está indo bem.

É muita função para uma pessoa só. Boninho é quase o dono da Globo. Está à frente de quase tudo. Isso deveria ser repensado.

A direção de núcleo deveria ser extinta da TV Globo. É um cargo desnecessário, que vem prejudicando a emissora. A direção geral é mais do que necessária, e está sim é fundamental.

A direção geral exige dedicação exclusiva. Isso, hoje, seria inviável para Boninho, que é responsável por, no mínimo, seis programas. Nem ele mesmo sabe o que fazer com tanta tantas “bombas” nas mãos.

Para Boninho, o Vídeo Show será apenas mais um núcleo. Um programa, que está precisando de vida, tem que ser levado mais a sério. Por onde anda Mariozinho Vaz?

Uma observação: Boninho é um ótimo diretor. Só precisa ter uma função especifica. É difícil acertar o alvo atirando para todos os lados ao mesmo tempo.  

Viram a chamada de Alto Astral? Gostaram da sinopse? Quais as suas expectativas? E Império, será que vinga?

Obrigado pela atenção, e até a próxima.  


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