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Aguinaldo Silva poderia abrir mão da sinopse de O Sétimo Guardião

O dramaturgo pode se dar bem com novela adiada para início de 2019.

Por: Jeferson Cardoso

Aguinaldo Silva. Foto: Reprodução/VIVA

Durante a minha ausência, devido aos estudos, muitas coisas aconteceram. Nos últimos dias, o assunto tem sido o cancelamento de O Sétimo Guardião. Cancelamento ou adiamento? Bom, cada um conclui como quiser. Eu, particularmente, vejo como suspensão total e torço por isto. Infelizmente, a ideia desta novela nasceu no curso Master Class, comandado por Aguinaldo Silva. Por ter sido formalizada em um curso particular, sou contra a sua produção para a televisão. Sou fã do autor, mas não posso ir contra meu ponto de vista. Lamentavelmente, o dramaturgo foi muito ingênuo em levar a proposta para a Master Class dando chance para o oportunismo.

Com sérios riscos de ter problema na Justiça, e até ser proibida de levar capítulos ao ar com a novela em andamento, a Globo, cautelosa, optou por dar um prazo a Aguinaldo Silva, que terá um ano para repensar e optar por uma sinopse exclusiva, sem o dedo de pessoas oportunistas. Há males que vêm para o bem. Se realmente vier após João Emanuel Carneiro, entre janeiro e fevereiro de 2019, Aguinaldo terá algumas vantagens: 1) Pegará o inverno [como A Força do Querer]; 2) não confrontará com os momentos finais de Apocalipse, da RecordTV; 3) não pegará o horário político e nem o horário de verão; 4) evitará comparações e cobranças de audiência em relação à obra de Walcyr Carrasco.

Quem não gosta de Aguinaldo, seja pelo lado pessoal ou por não gostar do tipo de novelas escritas por ele, deve estar comemorando. Eu, como fã, também estou. Uma vez que não estava satisfeito com a ideia central de O Sétimo Guardião [que parecia ter pouco regionalismo e muito realismo fantástico]. Também não achava uma boa ideia substituir Walcyr Carrasco e tampouco da possibilidade de ressuscitar Nazaré Tedesco. Sem falar que, no ano que vem, tem Copa do Mundo e Eleições.   

Recordista de audiência e responsável pelos textos dos clássicos da teledramaturgia brasileira [e talvez mundial], Aguinaldo – o Mago – não precisa provar seu talento e criatividade, mas precisa se livrar, esquecer-se, de O Sétimo Guardião. Que venha com tudo em 2019. Já estou ansioso para comemorar os 40 pontos de audiência [nem que se de pico], e principalmente a elevação [na média geral] que fará de João Emanuel Carneiro. FOM FOM!

Com quem será...

Com o “cancelamento” de O Sétimo Guardião, e com Rogério Gomes livre, surge uma dúvida: a novela de Elizabeth Jhin para a faixa das 18h, que havia sido adiada, pode ser antecipada? Depende. Se Aguinaldo for confirmado após JEC, provavelmente não.

Pedro Vasconcellos deveria ser o diretor artístico da novela da Jhin. O problema é que Rogério Gomes não abre mão de Vasconcellos nos trabalhos coordenados por ele. Sabe por quê? Porque Vasconcellos é o cara e quem leva a fama é o outro. Pronto falei.

Doce ilusão

Quer dizer então que João Emanuel Carneiro voltará com "uma história mais leve que as anteriores"?. Acho que esse termo não é tão verdadeiro. Acredito que ele não virá com uma novela confusa e perdida como foi A Regra do Jogo. No mais, pensem numa novela que seja uma mistura de Cobras & Lagartos e Da Cor do Pecado, com triangulo amoroso [um vilão ou vilã bem definida] e um núcleo suburbano. Dificilmente um autor muda o seu jeito de escrever, as suas características. Normalmente, muda só jeito de contar/apresentar suas histórias.

A única diferença notável será a assinatura da direção/fotografia. Dennis Carvalho e Maria de Médici são mais moderados, sensatos. A dupla dará uma sobrevida à carreira de João Emanuel na TV, que ficou um pouco perdido sem o apoio de Ricardo Waddington.

A Força do Querer

Maria Fernanda Cândido brilha em cena de A Força do Querer. Foto: Reprodução/Globo

Essa é uma das melhores novelas, se não a melhor, que já assisti. É sério, sem exagero. Estou deslumbrado com essa obra. É fantástica, fabulosa, incrível! Estou torcendo para que seja esticada. Não me preocupando com a famosa “barriga”, quero mesmo é que termine com 35 pontões de média geral. Merecia 40, mas só de ser a recordista [e referência para todo o sempre] já me dou por satisfeito.

Fico triste só de pensar que a novela está chegando à sua parte final e que será substituída por gritos, escândalos e baixaria... Égua!

Vale a Pena Ver de Novo                  

Finalmente, a reprise de Senhora do Destino chega à fase que a consagrou. Realmente, a parte final desta novela é uma das mais marcantes. Pelo contexto geral, considerando toda a enrolação até chegar ao capítulo 100, para mim, está longe de ser a melhor escrita por Aguinaldo. Sou muito mais Tieta, Roque Santeiro, Porto dos Milagres... Enfim!

A segunda reapresentação de Senhora do Destino terá uma edição bem extensa, e ficará no ar até meados de outubro ou novembro. Dois fatores contribuem para isso: o excesso de intervalos comerciais e a divisão de horário [por duas/três semanas], com a antecessora e sucessora, quando um capítulo acaba virando dois.

Pega Pega

Camila Queiroz e Mateus Solano em cena de Pega Pega. Foto: Globo

Defendi o início de Pega Pega [descartando o primeiro capitulo – que foi mal apresentado], e mantenho a mesma opinião. É uma novela razoável. Não tem personagens cativantes, mas está longe de ser ruim. Em alguns pontos é forçada, mas é preciso saber voar.

A única coisa broxante desta novela é o casal principal. Infelizmente, falta química a Eric (Mateus Solano) e Luiza (Camila Queiroz). Falta também entrosamento entre os atores. No ar, a gente percebe que falta liga.

Solano, que arrasou em Liberdade Liberdade, ainda não encontrou o tom certo para seu papel. A autora, Claudia Souto, também não ajuda. Na história, o personagem é fraco, desinteressante. É aquém do talento do intérprete. O mesmo digo para Camila Queiroz, que está sendo julgada e condenada. Não é para tanto. A sua personagem também é broxante. Temos que levar em consideração que se trata de uma atriz iniciante, que teve a sorte de despontar no primeiro trabalho.

Se dependesse dos gostos dos jornalistas, Pega Pega estaria condenada por conta de um canguru de pelúcia. Bebeth (Valentina Herszage), que sofre de transtorno psicótico, conversava com o fantoche. Para mim era um tema interessante; prendia no ar; e poderia render mais capítulos.

Pega Pega não faz meu estilo, mas não vai ser por isso que vou julgá-la como ruim. Acho que tem uma audiência acima do que mereça, mas se tem é porque despertou o interesse do público. E quando o povo [a maioria] gosta não tem jeito.

É isso. Gostaram da troca de Aguinaldo por JEC? Vocês acham que a Globo produzirá O Sétimo Guardião ou Aguinaldo será obrigado a apresentar outra sinopse? O que, no ponto de vista de vocês, justifica o sucesso absoluto de Pega Pega? A Força do Querer é a melhor novela desde quando? Rsrsrs

Obrigado pela atenção! Até o nosso próximo encontro. =D


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