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A Regra do Jogo: Um vilão em busca de redenção

A próxima novela da Globo, de João Emanuel Carneiro, estreia em agosto.

Por: Jeferson Cardoso

Foto: Divulgação/Globo

Ainda é cedo para opinar sobre A Regra do Jogo. Assim como a maioria estou ansioso para a estreia. Estou há quatro meses sem acompanhar uma novela das nove. Para um noveleiro, isso é um pesadelo.

Do pouco que sei da sinopse, estou numa expectativa muito grande. Confira um resumo do perfil do protagonista:

Romero Rômulo (Alexandre Nero), quem não te conhece, que te compre. E tem quem compre, afinal ele sabe, como ninguém, camuflar quem é de verdade. Para a maioria das pessoas, Romero é um homem altruísta e corajoso, disposto a ajudar ex-detentos em busca de reintegração. O seu lema é dar uma segunda chance àquelas pessoas que cometeram erros, pagaram por eles e estão dispostas a se reerguer na vida.

Mas é preciso ir com calma, afinal, ele sabe fingir. A imagem de benfeitor é apenas uma das facetas de Romero. Quem ele é em sua essência e o que ele esconde são perguntas cujas respostas estão embaralhadas como em um quebra-cabeça defeituoso, com peças perdidas em seu passado, marcado por rejeição e péssimas influências.

E como parte de um jogo meticuloso, ele sabe que é preciso se esconder atrás de uma persona. Mas diante de si mesmo, na frente do espelho ou com a cabeça no travesseiro, Romero Rômulo é um homem de essência misteriosa e atitudes surpreendentes.  

Alexandre Nero será odiado e amado. A Regra do Jogo contará a redenção de um homem, um bandido, que a princípio é mau. Acredito no sucesso dessa novela. Não vejo muita dificuldade para recuperar a audiência perdida na faixa das 21h. O problema atual é exclusivamente da péssima Babilônia.

Surpreendente

Além do Tempo está superando as expectativas, e não me refiro aos números de audiência. O primeiro capítulo foi muito bom, o segundo idem, mas o quarto foi excelente. Elizabeth Jhin está me surpreendendo, com uma história bem elaborada e muito bem apresentada. 

Por enquanto, é uma novela redonda. Com destaque para o elenco, de atores fantásticos. Ana Beatriz Nogueira é um espetáculo à parte. Pensei que detestaria ver Irene Ravache como vilã, no entanto, ela impôs um tom e personalidade incrível à sua personagem. Junto a elas, claro, não posso deixar de citar Nívea Maria. Que trio de atrizes. Que espetáculo meus amigos!

Pra mim, as chamadas de lançamento de Além do Tempo foram fracas. De imagens escuras, tive a impressão de uma “novela velha”. No ar, graças a Santa Clara, a fotografia é linda. A narrativa e o texto, por enquanto, também surpreendem.

A trilha sonora me incomoda um pouco, por repetir muitas músicas de outras novelas. É impossível não lembrar do casal de Da Cor do Pecado com o tema de abertura "Palavras ao Vento", de Cássia Eller. E de A Favorita ou A Escrava Isaura (Record) com a música Sinônimos, de Zé Ramalho. É uma bobagem, eu sei.

Quanto à audiência... Além do Tempo recebeu bem da antecessora e tem sido exibida mais tarde em São Paulo, por volta das 18h40. É uma estratégia da Globo, que vem dando certo. No dia que for exibida às 18h15, analisarei melhor o seu desempenho.  Não estou desmerecendo a boa média de 22 pontos, mas é que não faz sentido dizer que é um fenômeno por ser beneficiada com horário de exibição. Daqui a pouco uma novela das seis começa as 19h, e as pessoas ainda continuarão com as comparações. É por esse (e outros motivos) que não faço mais comparativos de audiência.

Além do Tempo é uma novela de qualidade e está altura de sua antecessora, Sete Vidas. Parabéns a todos os envolvidos.

I Love Paraisópolis

Com menos frequência, continuo acompanhando I Love Paraisópolis. Gosto da novela e divirto-me com o humor esculachado. Os autores e os diretores não têm medo do ridículo. A personagem de Letícia Spiller (Soraya) é uma homenagem à Tereza Cristina de Fina Estampa? Parece.

“Inacreditável”

Detestei as últimas novelas de Walcyr Carrasco, isso não é segredo. Em Verdades Secretas, entretanto, ele está dando show. Merece um texto, farei na próxima semana.  Não terei medo de elogiar, mesmo sabendo que ele repetirá seus vícios em Candinho (a próxima das seis).

Ousadia

Televisão é aposta. A gente só sabe se vai funcionar se arriscar. Não tem como saber antecipadamente o que vai dar certo ou errado. Obviamente, toda ousadia tem seu limite.

A Record, louca de pedra, decidiu apostar em reprises de novelas. Já tentaram isso no passado, mas esqueceram da tragédia. Enfim, animados com a repercussão de Os Dez Mandamentos, os executivos acreditam que derrotará o SBT, que está consolidado na vice-liderança à tarde. Não acredito nesta possibilidade.

Prova de Amor é uma boa novela, mas o sucesso de audiência não depende dela. A Record não tem tradição, mas pode passar a ter. O problema é que os diretores não entendem que televisão é hábito. Quando um programa fracassa, imediatamente tira do ar. 

Não sou otimista em relação às reprises de Prova de Amor e Dona Xepa. Talvez consiga uns cinco ou seis pontos nos melhores dias. Nos piores, dois/três pontos.

Em caso de fracasso, qual será o plano B da Record? Esticar o Balanço Geral até às 15h; antecipar o Cidade Alerta para 16h45; e no meio deles colocar um Tudo a Ver ou seriado Todo Mundo odeia o Chris?

Não vejo público para tanta novela à tarde. Talvez ele apareça do nada, como aconteceu na faixa horária das 20h30. O cancelamento do Programa da Tarde, pra mim, é um retrocesso. A emissora trocará seis por meia dúzia.

É minha opinião, posso estar equivocado e não estou torcendo para que seja fracasso. Muito pelo contrário, Prova de Amor é um novelaço e pode dar certo (dando seis/sete pontos e conquistando a vice). O Rei do Gado, por exemplo, não acreditava no sucesso e surpreendeu. Tomara que, assim como a Globo, a Record acerte em suas escolhas. 

O mais do mesmo

Nem Luiz Bacci nem Marcio Garcia, a Record escolheu Roberto Justus para apresentar a oitava (talvez última) temporada de A Fazenda. Sinceramente, acho a troca desnecessária. O formato do reality é desgastado; Britto Jr. era chato, mas a maioria já havia se acostumado com seu baixo desempenho como apresentador.

No passado, algumas vezes sai em defesa de Britto Jr. porque o problema maior de A Fazenda, na minha opinião, é a forma como ele é exibido. Não há a necessidade de duração de uma hora diariamente e algumas provas são longas (tornando-as cansativas). Claro, sobra para o apresentador que precisa enrolar e, às vezes, sem ter o que falar, paga mico. Já vi isso acontecer com Pedro Bial, principalmente na última edição do BBB.

Gosto de Roberto Justus como apresentador de talk-show e de reality show como O Aprendiz, onde ele desempenhou muito bem o seu papel, de empreendedor. É um profissional competente, que sabe ser sério quando necessário e que também sabe entreter. Acho que a Record foi feliz na escolha, porém a troca de apresentador é uma bobagem. Penso assim porque considero que tanto o BBB quanto A Fazenda deveriam ser extintos da TV. Já fui fã desse tipo de programa, hoje não mais.

Será valorizado?

A Globo convenceu Marcio Garcia a desistir de uma proposta da Record. O que a emissora prometeu para profissional, de talento desperdiçado?  No auge da carreira, em 2008, deixou O Melhor do Brasil para viver de esperança. Foi parar no esquecimento.

Globo termia fazer propaganda para Record, já que Márcio é um dos protagonistas de Caminhos das Índias. Ele também tinha seu nome vinculado a um dos projetos do Canal Viva, da GloboSat. Enfim, torço para que Marcio seja valorizado, como apresentador, na TV aberta. É um bom nome para comandar o The Voice Kids, que a Globo pretende exibir no início de 2016.

É isso. E aí, estão gostando de Além do Tempo? O problema da Globo na faixa das 21h é a concorrência ou Babilônia? A Regra do Jogo terá dificuldade para reconquistar o público perdido? Roberto Justus é a salvação de A Fazenda? Márcio Garcia foi iludido pela Globo ou desta vez será aproveitado?

Obrigado pela atenção, e até o nosso próximo encontro. 


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