A entrega do elenco é um dos acertos da produção.
Por: Jeferson Cardoso
Há muito tempo esperava por uma novela como A Força do Querer na faixa das 21h. Gente, é sério, esta obra, até aqui, é excepcional. É redonda, impecável. Gostei muito de Império, verdade, porém essa não era perfeita, tinha algumas falhas. Já esta novela de Gloria Perez, pra mim, é a melhor do horário desde.... A Favorita? Belíssima? Faz tanto tempo que não me lembro. Que Sonho! Que NOVELA!
Imaginava que A Força do Querer seria boa, pois gosto dos universos propostos pela autora, mas jamais pensei que fosse vivê-la intensamente. Apeguei-me desde a primeira cena. O primeiro capítulo, muito bem apresentado, ágil, com pés no chão, foi deslumbrante. Tudo me fascina nesta novela: texto, narrativa, direção, cenários e atuações.
Gloria Perez já havia me surpreendido com Dupla Identidade (série fantástica). Na época, muitos disseram que o sucesso se devia à magnífica direção de Mauro Mendonça Filho. Agora, com outro diretor (Rogério Gomes) e uma novela – que caiu na boca do povo – não tem como menosprezar o talento da autora, que escreve sozinha, sem ajuda de roteiristas.
A Rainha das 21h (Gloria) faz por merecer todo o sucesso. Ela corrigiu os erros cometidos no passado, muito deles em Salve Jorge. Antenada, ela assiste, diariamente, aos capítulos junto com os fãs nas redes sociais (ela faz isso desde Salve Jorge). E não vai pensando que ela dar ouvidos a qualquer um. De elenco enxuto e narrativa a mil, a autora impressiona.
A Força do Querer é uma novela convencional, com jeito de novela. Um folhetim puro, diferente das últimas quatro obras (A Lei do Amor, Velho Chico, Regra do Jogo e Babilônia) que a antecederam. Gloria, que não tem compromisso com a realidade, como alguns jornalistas querem, usa e se lambuza dos sotaques e bordões, que não são exclusivos do Estado do Pará. “Égua”, “Danou-se” e “Valei-me”, gírias que estão na boca do povo, por exemplo, são usadas em outras regiões do Norte e Nordeste. Uma grande bobagem. Novela é ficção, e mesmo que baseada em pessoas/fatos reais não vai tratar fielmente a realidade.
Desde a estreia, os capítulos de A Força do Querer mesclam romance, humor, drama e ação. Ao mesmo tempo torcemos por Jeizeca (Jeiza e Zeca); divertimos com Edinalva (Zezé Polessa); ficamos impressionados com as friezas de Irene (Débora Falabella) e Rubinho (Emílio Dantas); e emocionamos com Joyce (Maria Fernanda Cândido) e Ivana (Carol Duarte). As reviravoltas são constantes. Quando você pensa que vai acontecer, já aconteceu. Nunca pensei.
A forma como Gloria apresenta a história faz com que a gente se envolva e fique curioso pelos próximos acontecimentos. Há muito tempo uma novela das 21h não movimentava a imprensa e não despertava, de imediato, a curiosidade do público. Como fã, estou ansioso para saber até onde Silvana (Lilia Cabral) vai por causa do vício em jogo; como Ivana e Nonato (Silvero Pereira) lidarão com os preconceitos; até que ponto Bibi (Juliana Paes) será perigosa/bandida para se defender dos criminosos; e, claro, pela surra antológica de Joyce em Irene (Débora Falabella).
A entrega do elenco é um dos maiores acertos de A Força do Querer. De nada adiantaria a autora arrasar no texto, se não fossem os intérpretes à altura. Com destaques para Maria Fernanda Cândido, Zezé Polessa, Isis Valverde, Carol Duarte, Marco Pigossi, Paolla Oliveira e Juliana Paes, Juliana Paiva, Débora Falabella, Rodrigo Lombardi, Bruna Linzmeyer e Elizangela.
Bajulações à parte, falta o agradecimento: Gloria Perez, RAINHA, muito obrigado por esta NOVELA ESPETACULAR.
Didática
Até gostei do primeiro capítulo de Malhação: Viva a Diferença. Fiquei um pouco incomodado com as atuações das protagonistas. A cena do parto dentro do metrô só passou emoção (de verdade) quando o bebê deu sinal de vida. O texto também ficou devendo, muito didático e, às vezes, forçado. E o que falar da abertura e da música tema? Horrível.
Um capítulo não é o suficiente para chegar a uma conclusão. Por ora, ficou devendo. A história, no entanto, pode render e surpreender os incomodados.
Não é tudo isso
Vejo muitas pessoas reclamando da reprise de Senhora dos Breaks e dos Cortes. Digo, Senhora do Destino. Algumas estão reclamando dos cortes, que são nítidos (grotescos), outros de que a Globo está deixando a trama arrastada. Eu, particularmente, nunca fui fã de Senhora do Destino. Lembro que quando assisti pela primeira vez, em 2004, também tinha essa sensação de lentidão e não curtia as tramas paralelas. Porém, tudo flui do meio para o fim. A parte final é um novelaço. No geral, é boa novela. A Nazaré, penso eu, não é Nazaré sem a Claudia (Leandra Leal). A dupla Tom e Jerry (Nazaré e Claudia) é o ponto alto desta novela. No mais...
O povo é o culpado!
Os Dias Eram Assim é fraca demais para ser exibida na faixa das 23h. Faz por merecer a baixa audiência, de 16 pontos. O público não tem interesse no pano de fundo (a Ditadura Militar). E isso já havia comentando no post passado.
Não sou especialista, tenho uma visão de telespectador, e o que não me chama atenção nesta supersérie é a forma como a Globo retrata o período militar. Não tem como defender ou torcer pelos personagens.
O formato de imagem (com a metade da tela do televisor de cor preta) me irrita bastante. Às vezes, só conseguimos ver o pescoço do ator em cena. Hahahahaha! Rídiculo! Novela é novela; série é série; filme é filme. Quem tenta inventar moda, se dá mal. Lamentável!.
Crie expectativa com Os Dias Eram Assim. Pensei que seria ótima, assim como foi Liberdade Liberdade. Fico revoltado com essas coisas.
“Tem sinopse? Está reprovada!”
No ano passado, a Globo aprovou a sinopse de Lícia Manzo, que entregou alguns capítulos e já estava pronta para ser gravada. Do nada, a trama foi adiada para 2018. E agora, de repente, foi definitivamente cancelada.
Coitada da autora, perdeu quase dois anos desenvolvendo uma sinopse para, no fim, ser jogada no lixo. Pra mim, Silvio de Abreu não está se saindo muito bem como diretor de dramaturgia. E não é de hoje que digo isso. A panelinha de atores tem muita inferência dele. Se já não bastasse a panelinha de atores, com Silvio temos a de autores. Outra coisa que me incomoda na gestão de Silvio é o fato dele aprovar só novelas que fazem o gosto dele.
Silvio de Abreu, pelo amor de Santa Clara, renuncia e volta a escrever novelas. Obrigado.
Só melhora
Novo Mundo é ótima. Pra mim, é a melhor novela das seis dos últimos anos. Supera Eta Mundo Bom em tudo. Os núcleos paralelos são excelentes. Farei um post sobre isso. Por ora, adianto que estou surpreso com as atuações de Ingrid Guimarães e Gabriel Braga Nunes. Isabelle Drummond está bem, mas tenho implicância com sua personagem, que entrou na fase da chatice.
Perdeu o fôlego
A um mês para chegar ao fim, Rock Story segue boa. Gosto muito desta novela, só que fiquei frustrado com a condução de alguns personagens e perdi um pouco do interesse após a morte de Lorena (Nathalia Dill).
A novela, de cenas rápidas, é um foguete. Fico impressionado com a agilidade, que aliás é a sua principal marca. Como autora, Maria Helena Nascimento é uma grata surpresa. Uma pena que, para o último mês de sua novela, ela preferiu apostar em personagens (a ex do Gui; e o ex da Néia) que não acrescentam em nada no rumo da trama.
Hoje posso afirmar que sou muito mais Totalmente Demais. Rock Story chegou perto, mas ficou no quase. Pra mim, no contexto geral, Rock fica atrás de TD+, mas está entre as melhores do horário das sete. Que venha a próxima.
A próxima das sete
Bem criativo o teaser de Pega Pega. Parece ser uma novela bem divertida, com características necessárias para a faixa das 19h. Resta saber se as personagens serão agradáveis.
O título parece nome de programa infantil, mas é melhor que Pega Ladrão – que remetia a política. Enfim, já teve piores. Ou já se esqueceram de Boogie Oogie, I Love Paraisópolis...?
Depois de várias frustrações, não ligo mais para clipes de divulgação. O que importa são os capítulos no ar. Tomara que dê liga.
Uma pena
É lamentável a queda brusca de audiência de O Rico e Lázaro. Não assisto, mas sou a favor de uma forte concorrência. É bom para mercado de trabalho e para o telespectador. Foi a ascensão da Record que tirou a Globo do comodismo. Em um curto período de tempo, a emissora carioca reformulou o Jornal Nacional; encurtou uma novela das nove; e tentou emplacar outras duas – que só vigaram na reta final.
Lindos cenários
Adorei os cenários e logotipos dos telejornais da Globo em São Paulo. Só achei desnecessários o GC (gerador de caracteres) gigantes na tela durante as reportagens, bem parecidos com os que a Band usava. É poluição visual.
É isso, estão gostando de A Força do Querer? Com Gloria Perez não se brinca, né? Você, como eu, que pouco sabe sobre o período militar, se sente culpado pelo fracasso de Os Dias Eram Assim? Hahahahaha. Vejam as reprises de Por Amor e Tieta no VIVA. Super as indico, vale, e muito, a pena. A última, sou suspeito para indicar já que é a melhor novela que já vi na vida, estou revendo pela quarta vez, na maratona aos domingos. Rsrs
Obrigado e até o nosso próximo encontro.