A Lei do Amor e Sol Nascente decepcionaram; Eta Mundo Bom e Totalmente Demais foram os destaques.
Por: Jeferson Cardoso
Totalmente Demais, Rock Story, Justiça, Haja Coração, Ligações perigosas, Eta Mundo Bom, "Liberdade, Liberdade"...No quesito novela, o ano de 2016 foi bom. O ruim foi só La Ley Del Amor e Sol Nascente. Vamos por partes...
No início do ano, fomos surpreendidos com Ligações Perigosas. A minissérie, de Manuela Dias, foi um grande sucesso de audiência e de repercussão. De elenco afiado, e competente, essa obra foi, sem dúvida, um dos maiores acertos da Globo no ano.
Logo em seguida, o telespectador prestigiou a estreia de Eta Mundo Bom, a novela destaque de audiência do ano. De história simples, porém ágil e divertida, Eta entrou para a história. O enorme sucesso antecipou a volta de Walcyr Carrasco para às 21h, furando a fila.
Entre janeiro e setembro, a Globo, merecidamente, colecionou recordes de audiência. O público prestigiou a reta final de Totalmente Demais e de A Regra do Jogo, e ainda foi surpreendido com uma das melhores séries dos últimos tempos: Justiça.
Na mídia, o sucesso, fora do comum de Eta Mundo Bom, ofuscou o de Totalmente Demais, que, para mim, foi a melhor novela. Essas duas obras, aliás, mostrou que a crítica dita especializada não tem o mesmo olhar do público. Como toda novela, Totalmente Demais não foi perfeita, tinha seus defeitos, mas foi a obra que resgatou os jovens para a faixa das 19h. Que saudade!
Em março, Globo lançou Velho Chico. A primeira fase agradou, principalmente aos críticos, que amavam a fotografia. O público, no entanto, percebeu, de imediato, que a trama seria arrastada. Um mês depois da estreia, ficou notável que tratava-se de apenas mais uma novela de Benedito Ruy Barbosa. Velho Chico perdeu o fôlego, mas não passou vergonha. O autor recusou fazer mudanças drásticas na história, batendo de frente com Silvio de Abreu (o diretor artístico, que não sabe o que fazer com A Lei do Amor) e até mesmo com a sua filha Edmara Barbosa. Benedito contou a história que gostaria, e, no fim, saiu de cabeça erguida. A novela reergueu o horário das 21h, sem a necessidade de fugir de Os Dez Mandamentos e de Carrossel. Velho Chico não teve a repercussão de Totalmente Demais e Eta Mundo Bom, mas foi bem acolhida e agradou a quem, de fato, assistia.
Em abril, a Globo lançou Liberdade, Liberdade. A novela das onze, que tive muitos problemas internos, como troca de autores, tinha uma enorme chance para dar errado. No ar, foi surpreendeu. Um novelaço daqueles, bem marcante e histórico.
Em maio, duas estreias: Haja Coração e Escrava Mãe. Poucos acreditavam que Daniel Ortiz seguraria o público de Totalmente Demais, e que a Globo perderia plateia para Record. Ledo engano. Haja Coração, de imediato, agradou e, no final, fez a média da antecessora. Em contrapartida, Escrava Mãe, merecidamente, também fez sucesso, com dois dígitos (11 pontos). Como as duas foram exibidas no mesmo horário, optei por assistir Haja Coração. Fui fisgado pela Tancinha, a personagem da vida de Mariana Ximenes.
No segundo semestre, começaram as decepções. Sol Nascente, ainda nas chamadas, dava sinais de fraqueza. Sem humor e narrativa desinteressante, a novela não deu certo. Não tem audiência, nem repercussão, e nem torcida entre os noveleiros de plantão.
Em outubro, no ar a maior frustração do ano e de todos os tempos: A Lei do Amor. Ninguém esperava que a Globo fosse repetir os erros de Babilônia e fazê-los ainda pior. Pensa numa novela ruim.
Por fim, em novembro, a estreia da novela de meus sonhos: Rock Story. O folhetim clássico, com drama, humor e romance, tinha tudo para ser mais uma, com fórmula repetida. Só que não é óbvia. Não sei como a autora Maria Helena Nascimento conduzirá a novela até junho, mas, por enquanto, para mim, Rock Story beira a perfeição. O destaque, sem dúvidas, é a direção: Dennis Carvalho e Maria de Medicis. A dupla, que foi massacrada por Babilônia, merece todos os elogios.
Não sou telespectador de novelas bíblicas e infantis. Com as exceções dos capítulos de estreia, não vi Os Dez Mandamentos – Nova Temporada e; e não vejo A Terra Prometida e Carinha de Anjo. Não posso comentar sobre.
Gostei do ano de 2016. A minha aposta, Manuela Dias, não me decepcionou, pelo contrário. Das novelas, só descartaria Sol Nascente e A Lei do Amor. Poderia ser pior.
Para 2017, estou animado com A Força do Querer. Gosto das novelas de Glória Perez. Inclusive, adorei Salve Jorge. O que mais gosto das obras dela são os perfis das vilãs, que são frias e calculistas. Quem esperar por vilã macabra (mexicana) vai se decepcionar. Autor não muda o jeito de escrever, apenas a maneira de contar suas histórias. A Força do Querer vai ser uma mistura de tudo que Gloria Perez escreveu. A diferença (assim espero) deve estar na agilidade dos primeiros capítulos.
Broxadíssimo com Sol Nascente, também estou empolgado com Novo Mundo. Penso que não deve ser pior. Só não ficarei iludido com as imagens cinematográficas. Quero história, emoção. Novela com cara de novela.
A próxima das onze, com título provisório de Os Dias Eram Assim, de Ângela Chaves e Alessandra Poggi, parece ser interessante. A censura, as Diretas Já e o processo de abertura política do país são alguns dos temas. Se for algo do nível de Liberbade, Liberdade não tenho dúvida do sucesso.
Ainda teremos a novela de Walcyr Carrasco, com estreia prevista para outubro, sucedendo A Força do Querer. A mim, só resta torcer para que não seja esculachada como Amor à Vida.
Na Record, estão previstas: Belaventura, às 19h30; e O Rico e O Lázaro, às 20h30. O Rico e Lázaro deve ir ao ar em meados de fevereiro ou março; Belaventura deve ficar para junho ou julho.
Apocalipse, sucessora de O Rico e Lázaro, acredito que ficará para 2018. Achismo. Será?
É isso. Para encerrar, abaixo, minha lista, com os melhores do ano.
Melhor ator: Sérgio Guizé (Eta Mundo Bom)
Melhor atriz: Mariana Ximenes (Haja Coração)
Melhor novela: Totalmente Demais
Melhor autor (a): Manuela Dias (#Justiça e #Ligações Perigosas)
Melhor ator coadjuvante: Mateus Solano (Liberdade, Liberdade)
Melhor atriz coadjuvante: Sabrina Petraglia (Haja Coração)
Melhor atriz de série: Débora Bloch (Justiça)
Melhor ator de série: Selton Melo (Ligações Perigosas)
Melhor ator/atriz mirim: JP Rufino (Eta Mundo Bom)
Revelação Masculina: Renato Góes (Velho Chico)
Revelação Feminina: Lucy Alves (Velho Chico)
Melhor par romântico: Eliza (Marina Ruy Barbosa) e Jonatas (Felipe Simas) / Totalmente Demais
Melhor série: Justiça
Melhor minissérie/macrossérie: Ligações Perigosas
Melhor apresentador: Márcio Garcia (Tamanho Família)
Melhor Programa de Auditório: Tamanho Família
Melhor apresentadora: Ana Paula Padrão
Melhor jornalista: Ana Paula Araújo
Melhor reality show: Big Brother Brasil
Melhor talk-show: Programa do Porchat
Melhor telejornal: Jornal Nacional
Melhor programa de humor: Escolinha do Professor Raimundo
Mico do ano: Dudu Camargo dançando no Primeiro Impacto (SBT)
Um excelente 2017 para todos nós. Muito obrigado pela atenção, e até já. :D