O Ibope se defende das acusações da Rede Record.
Por: Jeferson Cardoso
Quem acompanha esse espaço sabe o quanto a minha opinião oscilou em relação à "Sangue Bom". Uma hora gostava, outrora não. A novela, desde a sua estreia, teve seus altos e baixos.
Os fãs de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, como eu, esperavam por mais drama, e principalmente por vilões bem definidos. A personalidade dúbia de Amora – brilhantemente defendida por Sophie Charlotte – foi um achado, no entanto, não foi compreendido pelo público.
"Sangue Bom" apostou no humor inteligente e refinado, o que não agradou muito a Classe C. Algumas situações, como por exemplo, as cenas de Tina (Ingrid Guimarães), fazendo paródia à Carminha de "Avenida Brasil", não funcionaram.
A atuação de Josafá Filho decepcionou a direção; o ator – que tinha grande destaque – acabou sendo afastado. Giulia Gam esteve exageradíssima, e Malu Mader, coitada, diante de sua péssima atuação, deu vida a pior personagem da trama.
Pra mim, quatro nomes se destacaram em "Sangue Bom". Em primeiríssimo lugar, Sophie Charlotte. Esta atriz pegou uma personagem complexa e simplesmente arrasou.
Depois de ser bastante crítica pelo público, e principalmente pela imprensa, Fernanda Vasconcellos, sem dúvida, roubou a cena. A atriz acertou o tom da sua maravilhosa Malu.
Muitos podem ter raiva das atitudes de Bento, muito bem defendido por Marco Pigossi, mas elas foram fundamentais para a história central de "Sangue Bom". O Bento, às vezes, é extremamente ingênuo, mas - mesmo com oscilações - o personagem é muito querido pelo público. Sabe por quê? Porque Pigossi, desde o começo, impediu que o seu personagem fosse caricato. O Bento é generoso, romântico, e muito sentimental. Quem não se emocionou com ele quando constatou a verdadeira personalidade de Amora? Pigossi - um dos melhores atores jovens do país - brilhou em cena. Atores como Pigossi, hoje em dia, raramente as emissoras terão a proeza de encontrar. Num curto intervalo de tempo, ele já se destacou em 5 novelas, e pasmem, cada personagem mais complexo que o outro. É um tipo de ator que consegue roubar a cena, sem se repetir, com vários tipos de personagens.
Por fim, Joaquim Lopes se destacou na parte cômica da novela. Devido a boa atuação do ator, o divertido Lucindo cresceu e se destacou entre os núcleos paralelos.
Ressalvo ainda outros ótimos personagens, que tiveram boas autuações de seus intérpretes. São eles: Fabinho (Humberto Carrão), Giane (Isabelle Drummond), Maurício (Jayme Matarazzo), Dámaris (Marisa Orth), Érico (Armando Babaioff), Verônica (Letícia Sabatella), e Simone (Andreia Horta).
No quesito enredo, os autores perderam o foco. Infelizmente, estragaram o romance de Verônica e Érico, que considerava o melhor casal da trama. Eles chegaram ao ponto de tentar aproximar Malu de Érico. Muito sem noção!!! Outros personagens também perderam o sentido, alguns por demérito de seus intérpretes.
Enfim, mesmo com altos e baixos, gostei de "Sangue Bom". Pode não ter sido uma explosão de audiência, mas está longe de ser uma péssima novela. Se sentirei falta, não sei. Como pra mim, não foi um novelão marcante, isso depende muito de sua sucessora.
Joia Rara
Como já disse, Thelma Guedes e Duca Rachid vacilaram por dedicar dez capítulos à primeira fase de "Joia Rara". Se já não bastasse, o lenga-lenga inicial, o público teve que ter paciência para a apresentação dos novos personagens da fase seguinte.
Enfim, pra mim, só agora – depois do capítulo 30 – que a novela começa a ficar redondinha. Estou começando a ficar animado com ela. Não é aquela empolgação, mas é bem diferente da frustração inicial.
O capítulo de sábado, o de número 30, foi um dos melhores (sem maiores detalhes, quem acompanha o folhetim sabe do que estou falando!). Só lamento a escalação de Carmo Dalla Vecchia para dar vida ao vilão, e parabenizo Miguel Rômulo pela ótima interpretação. Por fim, sigo detestando o núcleo do bordel e a voz de Letícia Spiller (misericórdia!!!).
Sigo acompanhando a trama, e torço para que se torne um novelão, independe da audiência. Falando em números... Não espero que essa novela alcance bons índices no horário de verão. Se a excelente "Cama de Gato" foi injustiçada, imagine essa! Tadinha!
Pecado Mortal
Infelizmente, "Pecado Mortal" não funcionou. Eu, particularmente, estou gostando da novela. A única coisa que tem me incomodado é o exagero de cenas com o protagonista. Tudo acontece ao redor de Carlão (Fernando Pavão). Isso irrita bastante.
E cadê o vilão? Jussara Freire está ótima, mas por enquanto não teve nenhuma atitude digna de vilã.
Tenho a opinião de que uma novela precisa ter um vilão bem definido desde o primeiro capítulo. Carlos Lombardi acertou nas cenas de ação, no entanto, tem falhado na vilania.
As cenas de "Dona Xepa" eram ágeis e curtas, já as de "Pecado Mortal" são mais rápidas do que um foguete. Misericórdia, se piscar os olhos não entende nada. Sem falar que os diálogos rápidos (e sarcásticos) também têm dificultado o entendimento. É tudo muito rápido!
Tudo bem que a direção e o autor queiram imprimir uma narrativa de seriado, só não precisa fugir totalmente do convencional.
Apesar desses tropeços, "Pecado Mortal" não merece a pífia audiência de 5 pontos. Esse resultado é mais pela péssima fase em que a emissora se encontra.
The Voice Brasil
Mais uma vez preciso falar desse magnífico reality show. A Globo acertou em cheio ao transferi-lo para o horário nobre e mais ainda por ter colocado-o num horário carente, já que "A Grande Família" estava desgastada.
Sou fanzaço do "The Voice", adoro o seu formato. Uma pena que existe manipulação para que um candidato seja aprovado, mas isso não vem ao caso.
Nessa edição, muita gente boa está sendo aprovada para a fase das Batalhas, uma das mais aguardadas. É nessa fase que os jurados são obrigados a colocar dois integrantes de seu time para uma batalha, onde se salva apenas um.
Outro dia, assistindo a versão americana, fiquei boquiaberto. É um luxo.
Pena que no Brasil, e em boa parte do mundo, o que faz sucesso mesmo é um lixo batizado de funk ostentação.
Além do Horizonte
Gostei, e muito, da sinopse da novela de Marcos Bernstein e Carlos Gregório, mas as chamadas estão péssimas. A Globo parece que está anunciando uma nova "Malhação" no horário das 19h. A ideia central da novela não é explicada, e sequer convence o telespectador a acompanhá-la.
Claro, as chamadas não significam muita coisa, mas são fundamentais para despertar, de imediato, a curiosidade do telespectador.
Com "Lado a Lado 2", perdão, digo, "Joia Rara", e "novelinha das nove", quero dizer, "Amor à Vida", em baixa, se "Além do Horizonte" não manter os índices de "Sangue Bom", a Globo – novamente – entrará numa fase crítica. Cá entre nós, por merecimento.
O ibope consolidado
Acusado pela Record de "roubar" pontos no consolidado, o Ibope, perante à Justiça, se defendeu. O Instituto afirma que "sempre orienta seus clientes e a imprensa a utilizar apenas dados consolidados de audiência do dia seguinte à transmissão, e não os índices prévios do real time, porque eles podem sofrer ajustes".
O Ibope diz que a prévia – a medição minuto a minuto em tempo real – pode sofrer oscilações em função de problemas de transmissão de informações. Um dos problemas, segundo a empresa, seria a empresa de telefonia, responsável pelo fornecimento de transmissão.
"Dependendo da abrangência dessas falhas temporárias, ou seja, se a base estiver abaixo dos 60% da amostra prevista, o serviço real time deixa de publicar os dados. Entretanto, é importante ressaltar que as audiências desses domicílios podem ser recuperadas em até seis horas após esse minuto de falha de comunicação. Dessa forma, o Ibope Media recomenda a utilização do dado overnight _índices consolidados e oficiais de audiência, que ocorrem sempre no próximo dia útil ao da veiculação", disse, em defesa, ao jornalista Daniel Castro.
Não é segredo para ninguém, não confio nos dados do Ibope. Não que a empresa não seja séria, pelo contrário, só acho que sua metodologia está absurdamente defasada. Como pode apenas 750 aparelhos, na Grande São Paulo, ser o suficiente para computar a audiência de um programa?
No entanto, concordo com a defesa do instituto. O que vale mesmo é o Ibope consolidado. A empresa de telefonia do Brasil é precária, portanto as falhas são inevitáveis.
Como você analisa "Sangue Bom"? Será que "Além do Horizonte" emplacará no horário das 19h? E até que ponto podemos confiar nos números do Ibope?
Obrigado, e até a próxima! Abraços. ;)