Na primeira semana, Globo reedita os capítulos e antecipa terceira fase da trama de Manoel Carlos.
Por: Jeferson Cardoso
Meus queridos, tudo bem? Finalmente voltei a assistir uma novela das nove. Não faço parte do público que está com saudades de Amor à Vida, tampouco daqueles que estão amando Em Família.
A última novela de Manoel Carlos, pra mim, começou errada. A segunda fase foi extensa e apostou em atores desconhecidos e de atuação fraca. O trio de protagonistas, de tão fraco, prejudicou o texto do autor. Bruna Marquezine, Guilherme Leicam e Fernando Rodrigues, pra mim, são apenas rostinhos bonitos.
Acho, apenas um achismo, que Maneco e Jayme Monjardim deveriam ter escolhidos atores com mais experiências. Bruna Marquezine arrasou na cena da morte do pai de Helena, mas pecou em cenas anteriores. A atriz sequer conseguia chorar. Já Guilherme Leicam e Fernando Rodrigues se esforçaram, mas foram prejudicados pelo nervosismo. Bruna, Guilherme e Fernando não são ruins, só não estão preparados para protagonizar uma novela das nove.
Leicam, por exemplo, não convenceu com Laerte. Ele não conseguiu dar sentimento ao personagem, prejudicando a química entre os protagonistas. Helena e Laerte foram apresentados de uma maneira fria, que não agradou a maioria. Manoel Carlos também errou, com falas repetitivas. Por três vezes, o casal trocou juras de amor.
Em resumo não curti as atuações, e principalmente não fiquei convencido do amor de Laerte por Helena, e vice-versa. Maneco deveria ter suprimido a segunda fase em apenas três capítulos. A terceira fase, no meu ponto de vista, deveria ter começado no quinto capítulo.
A Globo, percebendo que Maneco estava repetindo os erros de Viver a Vida, solicitou aos diretores para que antecipassem a nova fase, que começará no capítulo desta segunda-feira (10).
É complicado fazer a análise de uma novela com apenas uma semana de exibição. Como Em Família é dividida em duas fases, preciso fazê-la. Confesso que gostei da primeira semana da novela. Os quatro primeiros capítulos foram tediosos, mas os dois últimos foram esplendidos. Apesar de detestar a atuação dos novatos, tentei ficar focado na história, que ganhou agilidade e drama. Pronto, o suficiente para prender minha atenção.
A reedição dos capítulos, compactando 5 em 2, foi um presente para nós telespectadores. Hoje, somos exigentes e mal acostumados. Com isso, a direção da novela e o autor Manoel Carlos tiveram que "sumir" com as cenas com histórias do cotidiano.
Em resumo, estou gostando de Em Família, apenas gostando. Não estou frustrado porque já sabia a segunda fase seria extensa e protagonizada por atores de atuações nada convincentes. Sei também que o início da terceira fase será tedioso, uma vez focado na relação Helena, Laerte e Luiza, e com a apresentação das tramas paralelas. Com isso, os "vilões maniqueístas", como a Shirley (Viviane Pasmanter), só entrará mais a diante.
Manoel Carlos ainda não entendeu que os vilãos têm dominado as novelas. Uma pena. Não precisa ser uma Nazaré Tedesco, tão pouco uma Flora. Mas, acredito, que uma vilã ou vilão tem que estar em cena desde o primeiro momento.
A primeira semana de Em Família teve uma audiência aquém do esperado. Óbvio, é normal uma novela que esteja começando não registrar uma média próxima da meta, seja ela de 35 ou 40 pontos. O que não é normal é uma novela das 21h ficar abaixo dos 30 pontos. É assustador!
A audiência de Em Família, de 29 pontos, é equivalente ao que apresentou durante a semana. O primeiro capítulo foi fraco, fraquíssimo, e os três seguintes idem. Só começou a despertar a atenção no capítulo de sexta e sábado. Um pouco tarde, já que nesses dias o número de televisores ligados (share), normalmente, fica abaixo do esperado.
É isso, como telespectador, fico na expectativa para que a terceira fase seja agradável, e de preferência com muitos dramas e vilões ciumentos capazes de tudo por amor.
Antes, preciso comentar sobre a abertura e encerramento dos capítulos.
Para a abertura da novela a Globo usou como referência o projeto chamado “Photo Gallery on a Sunny Afternoon”, de uma empresa norte-americana, e mostra uma árvore cheia de fotos que retratam as relações dos personagens da trama, ao som da música de Tom Jobim "Eu sei que vou te amar", interpretada por Ana Carolina. Confesso que curti, só não consigo ler os créditos de tão rápido que são apresentados. Também pudera são quase cem personagens. Um absurdo!
Quanto ao encerramento batizado de "Momentos em Família", considero uma grande bobagem. As historinhas são bonitinhas, comoventes, mas para a novela em si é uma cafonice. Eu, particularmente, troco de canal assim que começa. Tenho pena dos programas que sucederão a novela. Eles deixarão de receber os picos altíssimos, pois entendo que a Globo perderá muita audiência com esse tipo de "encerramento depressivo". Esses momentos em família deve fazer um estrago na audiência do BBB, por exemplo.
Uma reflexão sobre a audiência...
Durante muitos anos cometi um gravíssimo erro, o de comparar audiências. Sou um telespectador bastante viciado em audiência (sendo os números confiáveis ou não), principalmente de novelas. Os índices são irrelevantes para nós telespectadores. É vício, uma bobagem que não prejudica ninguém. Penso que é melhor do que ficar falando da vida alheia. Tem gente que adora os números, mas finge esnobá-los quando o seu programa preferido não faz sucesso.
Como Ibopemaníaco, hahahaha, aprendi uma coisa: a não fazer comparações com a audiência de hoje com a do passado. Por exemplo, que lógica tem comparar a média da primeira semana de Em Família com os de Amor á Vida. Se Em Família está em baixa, cabe a ela se recuperar, independente de a antecessora ter sido um sucesso. Posso até considerá-la um fracasso, mas levando em consideração uma possível meta (de 35 pontos).
Em Família está marcando 29 pontos, e daí se a antecessora marcou 20 ou 40? São períodos e situações diferentes. São histórias e estilos diferentes. Comparar a audiência é sim uma coisa sem fundamento e praticamente inútil! Claro, se a meta é de 35 pontos (ou 40 pontos), isso é responsabilidade de Manoel Carlos, sem se preocupar com antecessora, tão pouco com sucessora. O que importa é o momento, e o presente é Em Família!
Quando comecei a ter essa visão? Há mais ou menos um ano e meio, quando Lado a Lado, Guerra dos Sexos e O Profeta não vingaram. Tentei compreender o fracasso de audiência dessas novelas. Foi daí que percebi que é inútil a comparação de uma novela exibida no horário de verão com uma exibida no inverno, dentre outros fatores. Que lógica tem? Tentava compreender por que a antecessora foi um "fenômeno" e a sucessora é um "fracasso". Uma bobagem, que não leva a lugar nenhum.
Por isso, de um tempo pra cá, sempre que brinco ou debocho da audiência de um determinado programa, levo em consideração apenas a sua média em relação à meta de seu horário de exibição.
Há um ano praticamente, o Portal OPTV deixou de fazer comparações de audiência. Hoje, temos a coluna Ranking das Novelas (http://oplanetatv.clickgratis.com.br/novelas/ranking/), e nas notícias – na página principal - referentes às estreias e exibições de último capítulo postamos as médias de antecessoras, sem compará-las. Passamos a informação precisa para o leitor, e caberá a ele chegar a uma conclusão.