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De carreira promissora, Licia Manzo funcionaria no horário das 21h?

Autora surpreende com texto de qualidade e realista.

Por: Jeferson Cardoso

Foto: Divulgação/TV Globo

Sete Vidas é um encanto de novela. Lícia Manzo tem surpreendido com uma narrativa ágil e um texto maravilhoso. Ela, no entanto, pra mim, não tem perfil para escrever para a faixa das 21h.  Amo Sete Vidas, mas acredito que se fosse exibida no lugar de Babilônia, a audiência não seria tão surpreendente. Obviamente que não seria uma tragédia, como estamos presenciando com a trama de Gilberto Braga. 

Pra mim, Lícia Manzo sabe escrever (e muito bem) para o público das 18h. A sua Sete Vidas é uma novela leve, promissora. Uma Em Família, de Manoel Carlos, melhorada. Não é um grande sucesso, longe disso, mas consegue o que suas antecessoras (Meu Pedacinho de Chão e Boogie Oogie) não conseguiram: agradar a maioria (não apenas aos jornalistas cri-críticos) e, claro, emocionar.   

Lícia é uma grata revelação e, dificilmente, a Globo abrirá mão dela na faixa das 18h. Daqui a três anos, ela deve voltar com a bem-sucedida parceria com Jayme Monjardim. 

Enquanto surgem especulações de fila (enorme) de autores para o horário das 21h (daqui a pouco até Miguel Falabella é incluso na lista #Deboche), a única certeza é que sentirei muita falta de Sete Vidas. Aproveitarei, o máximo, os últimos capítulos. 

Elenco desanimado

O fracasso de Babilônia é consequência de uma série de fatores. Uma delas, pra mim, é falta de vontade dos atores e da direção. Adriana Esteves, por exemplo, repetiu os mesmos trejeitos de Carminha (Avenida Brasil); Gloria Pires parecia perdida, sem entusiasmo.  Bruno Gagliasso, que vinha de um vilão marcante – o Edu de Dupla Identidade -, acreditava que fosse repetir o sucesso com personagem de características semelhantes, o de conquistador de mulheres. Doce ilusão. As chamadas de lançamento da novela já apontavam que tinha tudo para dar errado. 

Após ajustes na sinopse e mudança nos perfis dos personagens, alguns atores de Babilônia não ficaram satisfeitos. Gloria Pires, por exemplo, exigiu o uso de ponto eletrônico; Adriana Esteves ficou livre para o uso de cacos (improvisações nos textos); e Gagliasso fez um desabafo no estúdio, pedindo mais destaque. 

A audiência não reage; a repercussão é baixa; o desânimo é geral. Gilberto Braga, desiludido, culpou os paulistas pelo insucesso de sua novela. Provavelmente, sob o efeito de Rivotril, remédio que ele diz consumir, o autor esqueceu-se da rejeição nacional. No Painel Nacional de Televisão (PNT), 15 praças onde o Ibope mede audiência de TV,  Babilônia acumula média de míseros 25 pontos. Babilônia não é fracasso. É uma tragédia. 

Em entrevista à Folha de São Paulo, o diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder, falou sobre o baixa repercussão de Babilônia e admitiu que a fraca novela de Gilberto Braga fortaleceu a concorrência. "Tem dois fatores: um, claro, a novela em si. Alguma coisa da trama não funcionou, óbvio. Mas, ao mesmo tempo, teve uma mudança com a estreia de Os Dez Mandamentos [Record] e a novela infantil que o SBT colocou. Algum público já tinha saído ali também. Não vou tirar o mérito de um lado e talvez a fragilidade do outro, mas as duas combinações aconteceram", admitiu. 

Agora, precisamos acreditar que João Emanuel Carneiro fará milagre e reerguerá o horário para, pelo menos, 30 pontos. Não vai ser fácil, no entanto, eu acredito. 

Merece uma chance

Infelizmente, a Record abriu mão de Cristianne Fridman, a sua melhor profissional. Provavelmente, devido a baixa audiência de Vitória, vítima de um horário ingrato, os diretores da emissora não ficaram satisfeitos. A novela teve sim problemas, mas, no contexto geral, foi boa e a autora, mais uma vez, apresentou uma narrativa com vilões  e viradas surpreendentes. 

Como sabem, a minha torcida sempre foi de vê-la na Globo. E continua sendo. Hoje em dia, na Globo, a fila de autores é grande. A emissora tem revelado alguns  nomes e entendo que a prioridade seja dos contratados. A emissora, no entanto, precisa dar uma chance ao talento de Fridman, nem que seja como colaboradora ou co-autora. 

Verdades Secretas: boa novela!

Acompanhei a primeira semana de Verdade Secretas, e tenho que confessar: gostei. É muito boa que nem o texto, às vezes repetetivo, incomoda. É uma novela ousada, aposta muito em cenas de nudez, mas apropriada para o horário das 23h. 

Destaque para Drica Moraes, que deu show de interpretação nos primeiros capítulos; para Camila Queiroz, grata revelação; Rainer Cadete, que tem surpreendido; Marieta Severo, que sabe dar vida a uma vilã; e claro para a direção de Mauro Mendonça Filho.

Devido a mudança no horário de exibição, não acompanho mais. Mas, de vez em quando, darei aquela espiadinha. 

Fenômeno

Adriana Garambone em cena de Os Dez mandamentos. Foto: Divulgação

É impressionante o sucesso de Os Dez Mandamentos. Um fenômeno. Nem mesmo os mais otimistas imaginariam que a novela bíblica conseguiria facilmente a vice-liderança. 

Os fãs vinham cobrando de mim uma opinião, mas não estava assistindo. Decidi então espiar os últimos capítulos e levei um susto. A narrativa é incrível. Um novelão daqueles que você não consegue mudar de canal e fica ansioso para saber as cenas do próximo capítulo. 

Atuação do elenco também faz diferença. Adriana Garambone está incrível com a vilã Yunet. Outros nomes tem surpreendido, como Gisele Itié, Larissa Maciel e Guilherme Winter. Os efeitos especiais também são impressionantes. 

Enfim, Os Dez Mandamentos merece a audiência registrada. Viva a teledramaturgia, viva!

Remake

Daniel Ortiz está cotado para escrever a novela que sucederá Totalmente Demais,  com data de estreia prevista para maio de 2016. Estreante de sucesso, em menos de dois anos, o autor - responsável por recuperar a audiência da faixa das 19h - emplacará sua segunda novela. 

Ortiz pode fazer uma reeleitura de “Sasssaricando”, novela de sucesso da década de 80. Existe também a possibilidade de duas novelas em uma, assim como aconteceu com o remake de Tititi - que uniu Plumas e Paetês e Ti Ti Ti. 

Mônica Iozzi, que deixará o Vídeo Show no fim do ano, está reservada para um dos principais papéis. 

Briga pela vice-liderança

Não acredito no estouro de Xuxa na Record. Sou fã da apresentadora, mas tenho que ser realista. O programa dela pode começar com bons índices de audiência, mas depois deve brigar pela vice-liderança com Ratinho e Máquina da Fama, ambos do SBT. 

Claro, tudo depende do formato do programa. Mas, dificilmente, apresentará uma grande novidade. Deve vir com o mais do mesmo. 

Vale a pena ver de novo?

Depois de algumas especulações, a Globo confirmou a reprise de Caminho das Índias. Ufa, alívio. É bom saber que a emissora reprisará novelas "inéditas" no Vale a Pena Ver de Novo. Obviamente, não fui fã dessa novela de Gloria Perez. É um folhetim cansativo. Os primeiros capítulos são chatos, e dava a sensação de que a novela não saia do lugar. Há também personagens insuportáveis. Lembro que o público reclamava muito das cenas de amor, o romance era arrastado, e exigia mais da vilã Yone (Letícia Sabatella). 

Gloria Perez errou no começo, mas virou o jogo. Caminhos das Índias terminou com recordes, e é uma das maiores audiências dos últimos anos. Muitos não acreditam que ela irá segurar o público de O Rei do Gado. Acredito que sim. Há fatores que a favorecem. Provavelmente, será exibida - por duas semanas - entre os momentos finais de O Rei do Gado e Malhação. É importante destacar que a média geral de O Rei do Gado é de 17 pontos. Se Caminho das Índias conseguir marcar entre 15 e 16 pontos, é lucro. 

Vem com tudo

A Regra do Jogo será um novelão. Alexandre Nero, o protagonista, vai ser o destaque. Podem anotar. O elenco, no geral, é espetacular: Tony Ramos, Susana Viera, Eduardo Moscovis, Giovanna Antonelli, Renata Sorrah, José de Abreu, Deborah Evelyn, Cauã Reymond, Cássia Kiss Magro, Bruna Linzmeyer, Jonhy Massaro, Marcelo Novaes, Marcos Caruso, Maria Padilha, Vanessa Giácomo, dentre outros. Uau! 

A Regra do Jogo contará a história de Romero (Alexandre Nero), um bandido, que a princípio é mau. Mas se apaixona pela ideia de ser santo. O autor vai mostrar a redenção desse cara. Ele se envolve com duas mulheres (Giovanna Antonelli e Vanessa Giácomo). Um dos cenários principais da novela será uma comunidade num contexto pós a criação da UPP. Cauã Reymond fará um líder comunitário do bem, que também terá um envolvimento amoroso com a Giácomo. Giovanna Antonelli dará vida a uma vilã torta, a grande coringa da história. Uma mulher equivocada, com uma moral particular, mas é capaz de amar.

A Regra do Jogo tem previsão de estreia para 31 de agosto. 

O tempo ruge e a Sapucaí é grande! Um mês sem atualizar o Blog, parece que foi ontem. Por motivos pessoais, ausentei-me. Recebi emails e mensagens de pessoas estranhando a falta de atualização (e também de uma explicação). Não estava doente, apenas sobrecarregado.  Preciso de férias. Rsrsrsrs

Cristianne Fridman tem chance na Globo? Lícia Manzo funcionaria às 21h (refiro-me à audiência)? O que esperar de Xuxa na Record? E por que Babilônia, mesmo depois de alterações, continua sem despertar o interesse do público?

É isso. O que temos pra hoje é saudade. Obrigado pela atenção/compreensão e até o nosso próximo encontro. 


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