A novela da Record peca pela falta de convencimento.
Por: Jeferson Cardoso
Como sabem, estou acompanhando Vitória, mas não sei o que aconteceu com Cristianne Fridman, que resolveu tirar o pé do acelerador. Há uma semana, a novela não sai do lugar. Está um marasmo.
Antes dramática, bem mexicana, Vitória – do nada – muda o tom e caminha a passos lentos. Os núcleos paralelos – que não são poucos - já foram apresentados, só que nada acontece. Como telespectador, estou decepcionado. Faço parte de um público (acredito que seja a maioria) que gosta de novelas ágeis e, principalmente, com foco.
Os autores da Record estão mais preocupados em dar destaque para todos os atores do que centralizar suas histórias, o que atrapalha – e muito – o desempenho das novelas. Vitória, por exemplo, não tem um núcleo central. Todos os núcleos têm o mesmo peso. Não gosto disso. Penso que uma novela tem que ser guiada por um núcleo central e com as tramas paralelas amarradas a ele. Por falta dessa ligação, até o núcleo de neonazistas está ficando chato.
Assim como o romance dos protagonistas Artur (Bruno Ferrari) e Diana (Thaís Melchior), a morte de Felipe (Eduardo Pires) não convenceu. O público não lamentou, e tão pouco se interessou pelo assassinato de um personagem sem nenhuma importância na história. O mesmo acontece com o casal Edu (Claudio Gabriel) e Renata (Maytê Piragibe), que vivem uma crise no casamento, mas fica uma pergunta no ar: se separada, Renata se envolverá com Jorge (André Di Mauro), de quem sofria abuso? Não! Tudo indica que ela irá se aproximar de Caíque (Heitor Martinez), com quem apareceu uma vez batendo papo.
Resumindo....Vitória, pra mim, desde a estreia, peca pela falta de convencimento. Fridman tem um novelão nas mãos. Pena que não está sabendo costurá-la.
A audiência, de 5 pontos, é preocupante. Perde para Rebelde (SBT), e empata com a Band durante os (intermináveis) intervalos comerciais. Alguma coisa precisa ser feita – em conjunto – para reverter essa audiência. Só que uma mudança não pode ser feita sem planejamento. Não adianta mudar por mudar. É preciso analisar o novo cenário, onde nem as novelas da Globo registram uma audiência desejável. A vice-liderança, no entanto, é uma obrigação.
Falam em relançamento e até numa mudança no horário de exibição. Uma bobagem. Em crise, e quase ocupando o terceiro lugar de audiência, Record não tem força para relançar um programa, tão pouco uma novela que está há quase dois meses no ar. A troca de horário, como leigo, penso que não resolveria nada. Por falta de estratégia, a novela foi lançada no mês errado. Não adianta agora ficar chorando pelo leite derramado.
Não estou criticando Vitória porque Império está para começar. A novela mudou e quem assiste sabe do que estou falando. Como telespectador e fã da autora, mesmo que decepcionado com a narrativa, espero por uma virada. Confiante, acompanharei as "surpresas" dos próximos capítulos.
O Rebu
A nova novela das onze, com filtro de imagem todo cinza, estreia nesta segunda-feira (14). Considerada – por especialistas - uma das produções mais ousadas da teledramaturgia, o Rebu, escrita por Bráulio Pedroso em 1974, ganha remake e é uma das apostas da Globo para o ano.
Sei pouco sobre a história, confesso que assistirei ao primeiro capítulo sem muitas expectativas. Se dependesse das chamadas, não ligaria nem a TV. A divulgação foi fraca, mas o que importa mesmo são os capítulos no ar.
Espero que a Globo não abuse da tecnologia, e trate essa nova versão de O Rebu como novela.
Quanto à audiência... em se tratando de estreia, e com exibição às 22h30, será surpresa se a média for inferior a de 23 pontos.
Beijo gay (de novo?)
Espero que Aguinaldo Mago Silva não faça do beijo gay uma novela. Essa abordagem já deu o que tinha que dar. Existe a possibilidade de um possível selinho entre os personagens de Klebber Toledo e José Mayer, o que pode acontecer nos capítulos iniciais.
Estou muito mais interessado no conflito de pai e filho. Homofóbico ao extremo, o filho rejeitará o pai ao descobrir sua verdadeira orientação sexual.
Espero por uma grande novela, não por bobagens.
Credibilidade em xeque
A Copa do Mundo, segundo aferição do Ibope, alcançou uma média de 50 pontos (TV aberta e TV Paga). O índice surpreendeu muita gente, mas o único instituto que mede a audiência detectou que, em média, 45% dos paulistas assistiram ao Mundial fora de casa, reunidos em bares, restaurantes ou clubes. E aí?
Não combina
Onde há fumaça, há fogo. O padrão da Globo é questionável, mas não a ponto de contratar Marcelo Rezende para apresentar um "mundo cão". O trabalho que o jornalista desempenha na Record não combina com o seu perfil de programação. O profissional, no entanto, seria um ótimo reforço para o Fantástico, à frente de reportagens investigativas.
Líder isolada, e sem ameaça, Globo – visando lucros – planeja extinguir a Sessão da Tarde, que deve ser substituído por um programa de entretenimento.
Se você acha que a audiência das tardes está ruim, é por que você não sabe o que está por vir. Carlos Henrique Schroeder, diretor geral da Globo, é um gênio (só que não).
Sem divulgação
A Globo estreia na segunda, 14, sem nenhuma divulgação, a nova temporada de Malhação. A grande maioria, inclusive eu, não sabe do que se trata.
Cobras & Lagartos, a próxima reprise da emissora, também é tratada com descaso.
Oba!
Ufa, o pesadelo está acabando (ou não). Estamos na última semana de Em Família. Fica a torcida para que a sucessora seja um novelão, como prometido.
É isso. Quais as suas expectativas pela a estreia de O Rebu? O que a Record deve (ou não) fazer para evitar a derrota de sua dramaturgia? Vitória tem salvação?
Obrigado, e até a próxima. =)