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Após fracasso de Em Família, Globo espera reerguer seu Império

A emissora aposta em Aguinaldo Silva para recuperar preciosos pontos de audiência.

Por: Jeferson Cardoso

Algumas pessoas estão comentando que Império é um remake de Suave Veneno. Há semelhanças, mas não vejo como adaptação. Talvez seja uma homenagem do autor ou uma tentativa de corrigir o que deu errado. Enfim, o que importa na verdade é que Aguinaldo Silva vem com uma novela inédita. Ele promete um novelão alucinante. Se será ou não, só saberemos após as exibições dos 200 capítulos previstos.

Chay Suede e Adriana Birolli ensaiam cena de Falso Brilhante. Foto: Divulgação

Na verdade, não existe novela inédita. Todas são colchas de retalhos. Só muda a forma de contar. De Império (título definitivo), espero apenas que não lembre em nada Fina Estampa. E, que as vilãs, Maria Marta (Lília Cabral) e Cora (Drica Moraes) sejam memoráveis como Altiva, de A Indomada; Pérpetua, de Tieta; e Nazaré, de Senhora do Destino.

Em Família

Há algum tempo, Manoel Carlos avisa que não quer mais escrever novelas, e que gostaria de se dedicar as obras mais curtas, minisséries. Fez um ótimo trabalho em Maysa. Depois disso...

Maneco substituiria Salve Jorge, de Gloria Perez. Com problemas pessoais, ele pediu para que a Globo adiasse a estreia de sua novela. O pedido foi acatado e Walcyr Carrasco assumiu o seu lugar. O desejo (de escrever minissérie) do autor, no entanto, foi ignorado.

Sem força de vontade, e com a obrigação de entregar seis capítulos por semana, Maneco escreve a sua pior novela. Em família é um marasmo, um tédio, uma vergonha!    

O estilo de Maneco é o mesmo. Ele só não tem o mesmo tesão de antigamente. Uma pena, pois o seu texto ainda é um dos melhores da teledramaturgia.

Em Família, a um mês de seu término, acumula uma média de 29 pontos. São seis pontos a menos que Amor à Vida. Deve terminar em 30 pontos. Nunca na história da TV Globo...  Essa novela fez um grande estrago no horário nobre. O público fugiu, foi para TV paga. Se já era difícil se aproximar dos 40 pontos, agora então... Maneco tem sua parcela de culpa, mas a responsabilidade maior é de Manoel Martins e Carlos Henrique Schroder, que decidiram colocar no ar uma novela sem alma, sem espírito, ou seja, morta.

Império, certamente, recuperará alguns preciosos pontos de audiência. Pode até surpreender, e espero que surpreenda, mas acho que isso não acontecerá de imediato. Em Família deixará uma cicatriz muito grande.  Na Globo, a expectativa é de que Aguinaldo Silva recupere o 35 pontos.

A falta de um antagonista

Continuo empolgado com Vitória, mas com uma pulga atrás da orelha. A novela segue com núcleos paralelos vagos, sem relação com a história central. A saída de Dado Dolabella prejudicou a história do casal de protagonistas. Sem um antagonista, o romance de Diana e Artur está sem graça. A mocinha também é ingênua. Depois de se apaixonar perdidamente em questão de horas, a joqueta acredita que seu amado seja a pessoa mais correta desse mundo. Sabe de nada, inocente. O núcleo de neonazista é interessante. Priscila (Juliana Silveira) e Paulão (Marcos Pitombo) são ótimos personagens, e seria interessante que esses vilões se aproximassem dos protagonistas. Estou sendo exigente. Sim, sou um telespectador chato. É começo de novela, vamos dar tempo ao tempo. Que não demore muito.

A Record cutucou a Globo, e debochou da novela de Manoel Carlos. O tiro, no entanto, saiu pela culatra. No Ibope, Vitória tem uma média sete pontos. São dois pontos a mais que Pecado Mortal, mas não tirou nenhum décimo de audiência da novela da Globo.

A realidade da Record é outra, e ser vice-líder já é uma vitória para essa novela da Record.  Os primeiros capítulos foram bons, e Vitória merece ser vista. Que sua audiência seja ascendente ou pelo menos estável.

Nesta segunda-feira, 9, Vitória começou a ser exibida com intervalos comerciais. O último bloco, no entanto, é perda de tempo. Depois de intermináveis seis minutos de merchandising, o público se depara com cenas do próximo capítulo. Pode isso?

Loucura, loucura

Como noveleiro, estou preocupado com as próximas novelas das sete. Na verdade, há algum estou decepcionado com essa faixa.  Desde Cheias de Charme, com a exceção de Sangue Bom, não acompanhamos uma novela que preste.

Guerra dos Sexos e Além do Horizonte foram decepções, e Geração Brasil não me convence. Dessas três, a que melhor se enquadrou para o horário foi o remake de Silvio de Abreu, que era uma novela convencional, mas com humor tradicional. É isso que faixa pede.

Uma novela das sete pode ter os principais ingredientes de um folhetim, mas se não tiver humor, não emplaca. E não é qualquer tipo de humor. É preciso também acertar na escalação. O personagem pode ser engraçado, mas se o ator não convencer...  Geração Brasil peca nesse sentindo.  Decidiram repetir o elenco de Cheias de Charme, e prejudicaram até Claudia Abreu. Tecnologias à parte, essa novela das sete é sem sal, sem graça.

O que o futuro nos reserva? Vem aí Alto Astral e Lady Marizete (sim, isso é nome de novela). O texto de Daniel Ortiz, com supervisão de Silvio de Abreu, pode até ser agradável para as 19h, mas Alcides Nogueira é um muito arriscado. A Globo quer superar o recorde negativo de Além do Horizonte? Como assim? Alcides ganhou o Emmy com O Astro! E daí? Uma coisa é minissérie, outra coisa é novela. São narrativas diferentes. Alcides deveria continuar na faixa das 18h, com uma trama rural – que era de seu desejo.

A melhor novela

Sou muito apegado à audiência, não deveria já que sou apenas um telespectador, mas não deixo esse vício me consumir. Tanto que, mesmo sendo um fracasso, adoro Meu Pedacinho de Chão. Pra mim, ainda é a melhor novela em exibição.  Osmar Prado, Juliana Paes e Geytsa Garcia, a Pituquinha, estão de parabéns, com atuações impecáveis. Pena que esses atores serão indicados para a categoria de coadjuvantes.

Preparem os ouvidos

A diretora Amora Mautner está voltando. Ela será a responsável pela direção da próxima novela de João Emanuel Carneiro. Preparem os ouvidos para a gritaria e para os personagens falando todos ao mesmo tempo.

Os berros deram certos (porque deu audiência) em Avenida Brasil, mas não funcionaram em Joia Rara. Particularmente, detesto gritaria, a sobreposição de vozes, cacos, improvisos. Fica feio até no teatro.

Falando na diretora, ela já começou a convidar os seus queridinhos. Cacau Protásio é nome garantido. Essa tem fôlego, e deve fazer parte do núcleo dos "vuvuzelas".

Sei que não adianta ficar se lamentando, mas... Globo, por favor, deixa Ricardo Waddington com o Gênio João Emanuel Carneiro. Obrigado.

Cobras & Lagartos

Em agosto, provavelmente, no dia 11, a Globo estreia a tão esperada reprise de Cobras & Largatos. Um novelaço de João Emanuel Carneiro, de estilo – muito – mexicano.

Infelizmente, devido à censura, assistiremos a uma reprise limitada, com muitos cortes. Mas que valerá a pena ver de novo.

Aguardo ansioso pela estreia.

Falando nisso...

De Ivani Ribeiro, A Gata Comeu, de 1985, deve ser a nova aposta do Canal Viva. Antes, no dia 7 de julho, a emissora estreia A Viagem, de 1994, também escrita pela maravilhosa e inesquecível autora.

Quando acaba?

Falam que a reprise de Dancin Days no Canal Viva é uma versão da Globo Internacional. Os cortes são grotescos, e nem assim dá agilidade à trama. Alguém sabe quando acaba esse pesadelo? Pensa numa novela ruim... Saudade de Água Viva, que era lenta – mas prazerosa de assistir.

O novo TV Fama

O Domingo Espetacular, o TV Fama da Record, vem explorando a vida das celebridades. A revista eletrônica – que já foi excelente – hoje é uma vergonha alheia. São quatro horas de exibição e apenas duas dedicadas ao jornalismo.

A audiência desse programa só não impressiona porque tem como concorrente o Fantástico, que também perdeu muita qualidade.

Copa do Mundo

Com a transmissão da Copa do Mundo FIFA de 2014, a TV Brasileira – nos jogos da Seleção Brasileira de Futebol - deve atingir uma audiência histórica.

A TV Globo – emissora oficial do evento – só não alcançará números extraordinários porque não está sozinha. Band e SporTV, Globo, ESPN Brasil, Fox Sports e BandSports, graças a Santa Clara, são algumas das alternativas para os telespectadores. Sem a narração de Luciano do Valle na Band, serei telespectador do SporTV.

Na TV aberta, a Globo deve, facilmente, beirar a casa dos 50/55 pontos. Será?

Nossa Seleção não empolga, mas no futebol nem sempre o melhor ganha. Mesmo que não jogue bem, o importante é vencer.  Vamos ser Hexacampeão! Temos que ser otimistas! Rsrsrs


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