Por: Jeferson Cardoso
Quando "Morde & Assopra" estava prestes a estrear disse que dificilmente perderia a novela de Walcyr Carrasco, já que, a princípio, parecia lembrar "Chocolate com Pimenta" e "O Cravo e a Rosa".
Com 18 capítulos exibidos, a nova novela das sete soa estranha e de longe tem semelhanças com os últimos folhetins do autor. Comenta-se nos bastidores que ele precisou assumir a edição dos capítulos, uma vez que, a direção estava cortando cenas importantes para o entendimento da história.
Nesses dias, observei muitos elogios à direção de Rogério Gomes. Fiquei quieto e, mesmo discordando, continuei tendo bons olhos para com a novela. Em alguns dias, pensei em desistir. Pensava: o que tem de errado nesta novela, ora bolas?!?!?! Não conseguia entender porque tudo estava de pernas para o ar. Uma comédia totalmente sem graça e não vejo química entre Adriana Esteves e Marcos Pasquim. Muito estranho, uma vez que as novelas de Walcyr são caracterizadas por seu humor e romance.
Rogério Gomes é um bom diretor, mas não está conseguindo dar a "Morde & Assopra" o tom certo. A trilha sonora é fraca e o elenco, em si, idem. Explico: Para que o público consiga achar graça, o ator precisa ter o dom para a comédia. Nesta novela, muitos não têm. Não vou citar nomes porque não vejo necessidade. A culpa é de quem escala!!! Falta humor em cenas que exigem humor e um sentimento mais forte entre os protagonistas. A sonoplastia também não ajuda!
Veja bem, não estou aqui crucificando o diretor! É o primeiro trabalho entre ele e o autor, então é normal esse desencontro. O que não pode é ficar perdido até o último capítulo. Nada que uma conversa não resolva! O autor escreve e o diretor geral que se encarregue de editar os capítulos. Acumulo de funções pode acarretar em um péssimo resultado final.
"Morde & Assopra" tem uma sinopse simples e repetitiva, porém agradável. Acredito que essa novela cairia melhor às 18h, mas... O texto, em alguns momentos, parece fraco. Detalhe bobo para o quem sempre consegue dar a volta por cima. Walcyr, com toda a sua simplicidade, consegue popularizar e dramatizar muito bem. Quem acompanha a trama percebe que há alguns mistérios que darão reviravoltas importantes.
Não suporto a personagem de Flávia Alessandra. Há muitos equívocos na construção desse robô. Por enquanto, não convence. Marcos Pasquim ainda não encontrou o tom certo para o Abner e irrita com seu "eitaaaa". Elizabeth Savalla repete os mesmos trejeitos de outras novelas do mesmo autor, porém é a que “salva” o núcleo insosso da prefeitura. São chatos os personagens de Carol Castro e Sérgio Marone. A chatice, na verdade, deve ser porque a simplicidade atinge o seu limite quando somos obrigados a escutar frases do tipo: "Minha mãe é uma santa! Jamais faria mal a uma barata!".
Por outro lado, somos surpreendidos com a interpretação de Cássia Kiss e o destaque de Klebber Toledo. Ela emociona; ele chama atenção pelo talento. Destaco também: Paulo Vilhena (hilário com sua gagueira); Barbara Paz e Joaquim Lopes (muito boa a química entre eles); Klara Castanho (essa garota arrasa!); e Adriana Esteves que está ótima. Torço para que aconteça um romance entre Julia e Tiago (André Bankoff).
Resumindo: "Morde" não é excelente, nem ruim. É boa. Sem opção no horário (e Rebelde?!?!?!!?), continuarei assistindo. E torço para que as reviravoltas que estão por vir possam elevar os índices de audiência, que por sinal, são bons. Por fim, quero explicar as ironias relacionadas à jornalista Patrícia Kogut. É tudo brincadeira, meus queridos! Só quis brincar com a situação, já que ela tanto crucificou os mutantes da Record. O que não pode é baixar o nível e denegrir o trabalho de outras pessoas. Enfim, opiniões são opiniões e devem ser respeitadas. Que Walcyr Carrasco, by Júlia, continue sonhando com os dinossauros.
Estreia Cordel Encantado
Fantástica! Sensacional! Espetacular!... Preciso dizer algo mais? Calma, Jeferson. O primeiro capítulo foi tudo isto, e os próximos serão? Espero que sim!!! U-hu!
Tchau!