Série mostra que produções que tentam inovar são rejeitadas pelo público.
Por: Emerson Ghaspar - Contato: [email protected]
Hey pessoal, tudo bem?
Peço desculpas pela demora em atualizar a coluna, foram tantas coisas que me perdi totalmente. Como já estamos em dezembro estava elaborando os finalistas e os campeões do Jiló de Lata 2014. Não sabe o que é? Confira os campeões de 2013: http://oplanetatv.clickgratis.com.br/colunas/critica-tv/premio-jilo-de-lata-os-piores-de-2013-parte-01.html
Enfim, antes de escrever o habitual texto de dezembro gostaria de comentar sobre a série Sexo e as Negas, de Miguel Falabella. Vi muito burburinho sobre a obra e sinceramente achei nada interessante. Envolto em polêmicas, o semanal nada mais é uma história de quatro mulheres de diferentes faixas etárias que poderiam viver em qualquer subúrbio do mundo. E qual a polêmica? A palavra sexo e negas na mesma frase? Quer dizer que as negas não fazem sexo? Nem as loiras? Talvez o título tenha sido um equívoco para um público tão conservador em algumas partes e tão liberal ao deixar os filhos assistirem as chacinas expostas no fim de tarde. Mas Miguel Falabella sabe se virar bem nessas situações. Algo parecido já havia ocorrido em A Lua me Disse com as irmãs Latoya (Zezeh Barbosa) e Whitney (Mary Sheila), que eram negras e negavam suas origens. No final das contas, muito falatório a respeito do título, mas nada sobre a obra.
Algo parecido ocorre com Dupla Identidade, escrito por Glória Perez. Muitos falaram que seria um Dexter tupiniquim, mas a série foi além. Antes do fim, o vilão/protagonista foi preso e planeja um modo de se livrar das acusações. Antes de qualquer coisa, há um preconceito com as próprias produções nacionais. Quando elas podem ser inovadoras, caem no marasmo, ou surpreende e ninguém vê.
No canal HBO é exibido O Negócio, produção nacional que caminhou durante duas temporadas para uma série inovadora, mas que agora caiu no mais do mesmo. O público brasileiro - mesmo aquele com acesso a TV paga - vira um pouco a cara para as séries como se não fossemos aptos para criar algo engenhoso e cativante.
Durante muito tempo foi criada a imagem de que somos ótimos quando o assunto é telenovela, mas como explicar a queda vertiginosa nos números de ibope?. Pesquisas apontam que o público tem fugido para a TV paga ou para internet. Que é onde são exibidas as séries queridinhas dos telespectadores. Mas porque ver séries feitas lá fora quando produzimos algo por aqui? Sim, eles estão anos luz e gastam meses para gravar uma cena (Quem conhece Games of Thrones sabe do que estou falando), mas é necessário estar aberto para dar espaço às séries nacionais, mesmo que as premissas não sejam originais daqui.
Polêmica a parte, Sexo e as Negas confirma que não estamos prontos para as séries nacionais que fujam o estereótipo de humor barato ou de enredo previsíveis. Somos acostumados a novelas e até aceitarmos séries diárias, leva tempo. Até lá será impossível as negas fazerem sexo ou qualquer série nacional nos fazer ficar na expectativa para o próximo episódio.
Tem alguma sugestão para o Jiló de Lata 2014? Entre em contato.
Comentem, compartilhem!