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Uma polêmica (des) necessária

Por: Nelson Gonçalves Junior E-mail para contato: [email protected]

O afastamento do humorista Rafinha Bastos do programa CQC ganhou contornos totalmente desnecessários. Será que realmente uma piada merece tanta manchete?

Primeiro, o mais importante: a fala de Rafinha em relação à Wanessa Camargo foi sim, de péssimo gosto. Talvez se tivesse sido dita em uma de suas apresentações no teatro ou na internet, seria menos grosseiro; mas na televisão, em rede nacional, jamais seria aceitável.

Agora isso não exclui o fato de que o único motivo que levou ao afastamento de Rafinha não foi a sua frase, mas sim a reação de pessoas influentes que se incomodaram com o fato. Será que a atitude da Band seria a mesma se a piada fosse feita com outra pessoa de menor reputação, de uma família menos famosa e com menos amigos ricos?

É inegável o talento e a criatividade de Rafinha Bastos. Gostem ou não do seu estilo de humor, ele é um dos expoentes do stand up brasileiro. Evidentemente que isso não o coloca acima de qualquer questionamento, agora realmente é para se pensar se devemos levar toda essa história tão a sério.

Lembrem-se que no mesmo horário em que Rafinha fazia a piada infeliz, é possível que tivéssemos desfile de lingeries na Luciana Gimenez, filme violento e sangrento no SBT, cenas de sexo e nudez em “O Astro” e “Repórter Record” com matéria sobre estupros e assassinatos.

Fica a dica: ao invés de perder tempo com toda essa besteira, por que não fazer um amplo debate - e quem sabe até um programa especial em horário nobre - sobre como combater e evitar os abusos contra crianças? Seria muito mais produtivo do que ficar discutindo uma piada ruim.

Não sejamos, mais uma vez, o país da hipocrisia e dos poderosos.


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