Por: Nelson Gonçalves Junior E-mail para contato: [email protected]
Depois de muita expectativa, finalmente "Legendários" estreou na tela da Record. O programa atingiu respeitáveis 10 pontos de média no Ibope, garantindo a segunda posição no horário, porém nada que a emissora paulista já não vinha alcançando anteriormente com programas de orçamentos muito mais humildes.
De qualquer forma, a estreia foi promissora. Tecnicamente perfeito, bem editado, parte gráfica competente, com apresentação segura e competente de Marcos Mion, vinheta de abertura interessantíssima e cenário dos melhores que a Record já produziu. Mas em relação ao conteúdo, o programa se mostrou ainda muito cru e sem foco.
Legendários não apostou no humor escrachado do Pânico na TV; e nem no humor pseudo-intelectual do CQC. Acabou optando por um terceiro caminho, o sem graça.
Na ânsia de justificar o projeto para o público, se tornou explicativo demais. E a vontade em fazer um humor para toda a família, apostando no politicamente correto, acabou chato.
Os dois melhores quadros foram os de João Gordo e a indústria das multas, no melhor estilo CQC de denúncia; e o de Felipe Solari vestido de árvore pelas ruas de São Paulo, no melhor estilo Pânico. Ou seja, Legendários foi engraçado quando não foi Legendários.
Desnecessário também deixar todos os apresentadores de enfeite no palco durante toda a atração. Eles não acrescentaram nada, foram meros espectadores. Causaria muito mais impacto e destaque se fossem chamados ao palco aos poucos.
É louvável a intenção de se procurar um outro tipo de humor, porém ficou claro que este caminho ainda não foi encontrado. As próximas semanas do programa nos dirão se foi apenas uma sensação da estreia ou uma realidade consumada.