O Planeta TV

Quantidade versus Qualidade: A batalha das eras!

Números de ibope e a influência total na TV.

Por: Emerson Ghaspar - Contato: [email protected]

Como prometido anteriormente, vou fazer uma crítica positiva sobre uma produção televisiva. Mas não pense que vou encher a bola de uma ou outra emissora porque essa não é a minha praia. Mal chegou e o horário de verão tem despencado a audiência de grande parte das produções televisivas e isso poderia ser uma justificativa para falar bem ou mal de algum programa que assisto, mas a TV vai muito além de números, qualidades e gostos.

Vejamos nossas novelas: “Jóia Rara” não consegue engrenar no ibope e ser um sucesso estrondoso como a novela antecessora de Thelma Guedes e Duca Rachid, vide Cordel Encantado. Mas isso seria motivo para transformá-la em um fracasso retumbante a Lá Bang Bang? Claro que não. A novela tem um elenco afinado, uma história interessante, mas a iluminação as 18h deixa a maioria dos telespectadores cansados. Podia melhorar, torcemos para isso.

A recém terminada “Sangue Bom”, que durante meses foi minha novela preferida, não triunfou com audiência, como esperavam alguns. Mas isso não desmerece o seu texto caprichado, sua direção segura e um elenco afinado e disposto a trabalhar em conjunto. Valeu pelo esforço coletivo em transformá-la em uma obra a ser lembrada.

Já na Rede Record nos deparamos com “Pecado Mortal”, primeira novela de Carlos Lombardi na emissora. Com uma trama adulta interessante (a única, diga-se de passagem) envolvendo a disputa ente bicheiros no Rio de Janeiro de 1977, vemos um texto caprichado, redondo, direção e fotografia coerente, cenografia e reconstituição belíssimas, além de um elenco seguro e confiante. Tudo para ser um sucesso, mas que não é.

As três obras citadas são noticiadas a cada dia como um fracasso retumbante e volta e meia lemos: “Jóia Rara cai no ibope”, “Pecado Mortal registra recorde negativo”, mas daí te perguntam: Você se influencia por aquilo que lê?

As redes sociais funcionam como termostato para TV, aquilo que assistimos, não quer dizer que estamos gostando. Audiência não qualifica sucesso.  Leio comentários favoráveis a todas essas novelas no Twitter. Inclusive vários pedindo o retorno de “Sangue Bom” (chegam a ser hilários).

O que realmente preocupa é quando a audiência influencia no produto em si. Cortam-se custos, gastos com publicidade ou a novela é cortada e seus capítulos reduzidos. Foi assim com “As Filhas da Mãe”, de Silvio de Abreu em 2001, que era uma novela com linguagem moderna e revolucionária que não caiu no gosto popular e foi reduzida, o que poderia acontecer com as atuais novelas em exibição. “Os Maias”, minissérie de Maria Adelaide Amaral foi um caso de que nem sempre sabemos apreciar uma boa obra. Uma adaptação de Eça de Queiroz de quem poucos lembram e que foi marcada pelo péssimo ibope. Mas isso em momento algum diminuiu a interpretação de seus atores, o texto ou até mesmo a direção.

Entre obras boas com baixa audiência e péssimas produções com sucesso estrondoso no ibope, a questão é saber escolher o que assistir. A TV existe para todos os gostos, tipos e saber o que merece ganhar sua atenção e sua audiência não é uma das tarefas mais fáceis, afinal tudo é feito pra você. O destino das produções está em suas mãos, mais precisamento no controle remoto.


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