Por: Nelson Gonçalves Junior E-mail para contato: [email protected]
A ida da trupe do "Pânico" para a Band pegou muita gente de surpresa. E logo após a confirmação da contratação, já começaram as especulações sobre como será a turma de Emilio Surita dividindo espaço com o "CQC" , de Marcelo Tas já que, teoricamente, seriam atrações semelhantes, de mesmo estilo, formato e afins.
Sinceramente?
Os programas não se parecem nem teoricamente. É uma imensa bobagem dizer que vão dividir audiência simplesmente por estarem na mesma emissora.
Primeiro, é preciso considerar que os fãs do Pânico são muito diferentes daqueles do CQC. Portanto, são públicos-alvo opostos. Evidentemente que há quem goste e assista ambos, porém isso não é uma regra. Longe disso.
Em geral, o telespectador do Pânico é mais jovem e pertence as camadas mais populares. Já o telespectador do CQC é mais velho e pertence a classes sociais mais elevadas. Ou seja, não há marqueteiro que considere ambos os programas dentro do mesmo filão para investir sua marca, simplesmente porque são produtos de apelo totalmente distintos.
Outro argumento que se usa é que ambos irão dividir as mesmas pautas. Se esta afirmação realmente fosse verdadeira, então cada emissora só poderia ter um telejornal no ar. Ou as notícias que você vê no "Jornal Nacional" são muito diferentes do "Jornal da Globo" ou do "Jornal Hoje", por exemplo?
O assunto é o mesmo. O que muda são os enfoques e as formas de se apresentar determinado tema. A mesma coisa irá acontecer com o Pânico e o CQC. Ambos poderão entrevistar as mesmas personalidades, nas mesmas festas, e termos materiais totalmente diferentes. Aliás, isso já vem acontecendo desde quando os dois programas coexistem.
O que realmente pode causar problemas na Band é uma possível briga de egos, para ver quem é mais importante para a casa, quem fatura mais...isso sim pode azedar a relação dos dois programas e acabar por prejudicar a audiência dos dois lados.
A torcida é que Pânico e CQC saibam conviver sob o mesmo teto, e aproveitem a repercussão do momento para demonstrar que realmente importante é trazer um bom produto ao telespectador, e não interessa picuinhas ou disputa de vaidades, afinal, as duas equipes têm seu espaço garantido na telinha.