Das novelas produzidas em 2014, sinceramente apostava em Geração Brasil, Boogie Oogie foi a que mais me surpreendeu. A trama recheada de clichês e que lembrava em muitos aspectos a novela Pecado Mortal de Carlos Lombardi ou Dancin’Days, foi uma grata surpresa no horário das 6 por ser o típico novelão.
Claro que há algumas coisas que hoje em dia (e em dia nenhum) as pessoas aceitariam, como a trama central que é a paixão de Sandra (Isis Valverde) pelo homem que mesmo que indiretamente levou seu noivo Alex (Fernando Belo) a morte. Mas se a Luiza (Bruna Marquezine) de Em Família poderia viver um amor similar, porque a protagonista de Boogie Oogie não pode?
Tenho a impressão de que Boogie Oogie é uma novela que poderia se passar nos dias de hoje, sem nenhum problema, mas com medo de um possível erro a La pen drive de Nina (Debora Falabella) de Avenida Brasil, é melhor fazer algo nos findos anos 1970. A era disco que a telenovela tenta retratar mal é abordada na novela, que tem como fundo e trama quase central a história da troca de bebês. Não existem tramas paralelas, volta e meia algum personagem ganha vida, mas dura só alguns capítulos. Isso é um erro? Não, esse é o charme da novela das 6.
Com poucos personagens e todos ligados de algum modo, Boogie Oogie tem uma trama folhetinesca marcada pelas vidas trocadas de Sandra e Vitória (Bianca Bin), que coincidentemente são apaixonadas pelo mesmo homem. Mais comum impossível, mas o charme da trama fica na maneira como Rui Vilhena constrói sua trama. Nada de exageros, nada de mirabolante, mas com um toque especial sendo apresentado a cada semana. Tá aí, esse é o segredo dela. Diferente das novelas de época que tentam reproduzir um diálogo fidelíssimo, a novela tenta ser o mais natural possível. Ponto para trama.
Todos são humanos, todos tem segredos, todos devem e de alguma maneira vão pagar. Talvez seja esse o maior trunfo da trama. Humanizar dramas para chegar o mais natural até o telespectador. Boogie Oogie apesar de ser mais branda para o horário das 6, teria potencial para ser exibida as 21h. Clichês ou não, o público que assiste a trama foi cativado. Boa história não se recusa.
Com um puro folhetim na mão, Rui Vilhena faz sua lição direitinho: Ao fim de cada capítulo há um gancho para nos instigar a ver a novela no dia seguinte. Cada vez mais rara é a motivação para o próximo capítulo. Além disso, há sempre uma inquietação no ar: Qual será o segredo de Carlota (Giulia Gam)? Paulo (Caco Ciocler) é pai de Vitória? Cláudia (Giovana Rispoli) vai conseguir ficar rica? Rafael (Marco Pigossi) e Sandra ficarão juntos (dessa vez)? Onde está Suzana (Alessandra Negrini)? Entre outras questões. Boogie Oogie cria, inventa e reinventa uma maneira de atrair o público a cada dia.
Boogie Oogie, que de início foi criticada por não transmitir emoção, mostrou que não é bem assim. Tudo começou lentamente e tem revelado os momentos mais dramáticos aos poucos. A revelação de Sandra a Beatriz (Heloisa Perissé), de que não era sua filha, foi uma das mais belas vistas até hoje na novela. Boogie Oogie não é entretenimento barato, é entretenimento de qualidade.
A trama de Rui Vilhena é uma caixa de surpresas, que não apela para o piegas, mas para o naturalismo, que mesclado a um elenco, onde vale ressaltar a atuação de Betty Faria, Giulia Gam, Bianca Bin, Marco Ricca, Fabiula Nascimento, Alessandra Negrini e Isis Valverde, traz uma direção cuidadosa fazendo de Boogie Oogie uma novela excepcional, que se perder um dia parece que perdeu o fio da meada. Nos dias de hoje, a agilidade da trama, aliada ao puro folhetim é a garantia do sucesso. É parece que a era disco conquistou o público das 6.
Comentários (12) Postar Comentário
Trama ágil, trilha sonora muito bem selecionada, fotografia lindíssima, atuações expressivas e excelente direção do consagrado Ricardo Waddington e do iniciante, porém talentoso, Gustavo Fernandez. Por mais que a história seja clichê, a forma como ela é contada, graças ao autor, cativa os telespectadores pela originalidade. Vida longa a Rui Vilhena na Globo! Por favor!
Pela primeira vez..concordo com você tem tudooooo!!!!
Essa novela e muito boa nao perco um capitulo dela . rui vilhena esta de parabens sua estreia em novelas ta sendo um sucesso ele tem que ter cuidado quando for escrever a proxima novela pq outros autores nao tem tido sorte cheia de charme foi o maior sucesso ja geraçao brasil ta sendo uma porcaria e sao dos mesmo aotores a mesma coisa aconteceu com cordel encantado foi uma novela fantastica ja joia rara na minha opiniao foi um fiasco.
rui vilhena as 21 h ..pfv .globoo ... gostaria muito de boogie oogie sendo exivida as nove da noite ..
Com Toda certeza a melhor novela no ar!!
Quero o Rui no horário das 19h
...padrão 'joão emmanuel carneiro' rides again...agora na faixa das 18h...parabéns bianca bin, sua 'vitória' está impecável, no ritmo da novelinha! e a joana fomm, hein, que grata surpresa, com esta a 'carlota' não precisa nem voltar...rsrs!
Só digo uma coisa: BOOGIE OOGIE é a melhor novela das seis, desde o fim de Lado a Lado. Desde então só passa novelas chatas.
Após muitos anos de teledramaturgia, a antiga geração de autores brasileiros se esqueceu da essência de uma novela: cativar o publico através de uma trama instigante. Talvez isso tenha acontecido pelo fato de que, durante muito tempo, os telespectadores não terem outra coisa melhor pra fazer do que ficar vendo a televisão ociosamente, então por que não levar a trama no banho Maria? Mas, com o advento das series norte-americanas como Game of Thornes, Revenge, The Vampire Diares, The Originales, Hannibal etc e a consequente perda de audiência, alguns novelistas perceberam que a lentidão, o arrastamento e a falta de emoção na novela distanciavam o publico, fazendo com que o mesmo, com a ajuda das redes sociais, flopasse a tele produção. Em outras palavras, o telespectador ficou exigente, e, se ele pararia para acompanhar uma novela de mais de 100 capítulos, a mesma devia se mostrar digna de ser acompanhada e obter a audiência. João Emanuel Carneiro, o mais renomado teledramaturgo da Rede Globo, tomou este aviso e criou a inesquecível Avenida Brasil, alias, ele já havia provado que era um excelente autor quando criou os sucessos Da Cor do Pecado, Cobras e Lagartos e A Favorita. Quem viu percebeu o estilo: nas suas tramas há vilões antológicos feitos nos moldes clássicos, anti-heróis, reviravoltas e os famosos ganchos porque, afinal de contas, cada capitulo é uma oportunidade de conquistar mais um telespectador, não é mesmo?
Boogie Oogie, de Rui Vilhena segue, como todos perceberam, a concepção clássica do que é uma trama, é isso que a torna interessante. Para entendê-la, você tem de acompanha-la porque cada capitulo é uma surpresa (lembra o estilo das series citadas), e, com uma historia compreensível e personagens cativantes que estão em pouca quantidade, nós que assistimos não perdemos o fio da meada, e ela não cria a famosa barriga ou ciclo vicioso de fatos que se estendem por capítulos intermináveis. Claro que isso significa uma redução de números de capítulos, mas, o segredo do sucesso, também inclui saber a hora de parar ou acabar, outra coisa que as emissoras ainda não se deram conta.
Enfim, Boogie Oogie se mostra uma renovação na formula mais antiga e previsível possível do termo ficção, mas que garante sucesso.
Gosto da reconstituição de época, da ambientação no final dos anos 70 e do elenco. Mas a trama é o mais-do-mesmo, com todos os clichês já vistos e revistos. O roteiro não tem nada demais!