A emissora é uma incógnita no atual cenário da TV aberta brasileira.
Por: Victor Rezende - Email: [email protected]
Sendo destaque de diversas notícias relacionadas a televisão, a Record é uma incógnita no atual cenário da TV aberta brasileira. Disposta, antes, a brigar de igual para igual com a TV Globo pela liderança de audiência no Ibope, a emissora decaiu – tanto em qualidade quanto em audiência – chegando a perder a vice-liderança, antes consolidada, para o SBT – emissora a qual não considerava como rival.
Por que houve tal queda? É uma pergunta difícil de ser respondida, mas pode-se pensar que a Record fez diversas contratações de peso para tentar se equiparar à Globo e acabou caindo numa crise generalizada em todos os setores – crise esta que foi agravada com o atual panorama econômico vivido no Brasil.
Na segunda metade dos anos 2000, a emissora, sob o comando de Edir Macedo e da Igreja Universal do Reino de Deus, fez apenas contratações visando, primeiramente, a audiência. Sua real intenção nunca fora a atenção do mercado publicitário haja vista os grandes descontos fornecidos pela emissora.
Quando a Record atacava a Globo ou, até mesmo, o Ibope no “Domingo Espetacular” e nos outros jornalísticos da casa, sua real intenção era mostrar o seu crescimento em audiência comparado à “queda” sofrida pela Globo, a quem considerava como a principal rival e inimiga. Tempos passados.
Agora a emissora luta para tentar se organizar – uma missão difícil de ser efetuada com plena eficiência. A grade está uma bagunça e há uma plena dedicação, quase exclusiva, ao jornalismo hiperssensacionalista. A dramaturgia, setor que a emissora pretendia que fosse seu carro-chefe, foi jogada de lado e hoje vive às traças com “Dona Xepa” e sua audiência pífia.
A saída de Gugu Liberato dos domingos foi a gota d’água. A instabilidade é algo que assola toda a estrutura da Record no País. As demissões em massa apenas justificam a crise pela qual a Record vem passando. E o público se afasta.
É parar e refletir: qual a identidade da Record? Sabe-se quando algo é da Globo ou do SBT porque essas emissoras conseguiram criar e disseminar um padrão, uma identidade que se espalha por quase toda a sua grade, mas qual é o padrão da Record? Não há uma identificação. Talvez a emissora precise se organizar e decidir sua identidade, o seu interior, para, só a partir daí, procurar por uma audiência fixa e um público realmente fiel.