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O papa se foi. E a vida volta ao normal...

Cobertura jornalística brasileira teve contrapontos: completamente omissa ou presente até demais. E

Por: Por: Victor Rezende - Email: [email protected]

Com a presença do papa Francisco em solo brasileiro, muito se falou sobre a mídia brasileira, que pode ser dividida em três polos: a ignorante, a jornalística e a exagerada.

A ignorante pode ser traduzida pela cobertura realizada pela TV Record. Pertencente ao bispo dono da Igreja Universal do Reino de Deus, a emissora disse que faria uma cobertura correta, apenas com os principais momentos do papa no Brasil. Não foi o que se viu. Aliás, não se viu. Com exceção da chega de Francisco ao nosso País, quase não se viu notícias da Record sobre o Sumo Pontífice no Brasil.

A jornalística reflete a Band, a Rede TV! e, talvez, o SBT. Duas emissoras que se prepararam para o evento, mas não o cobriram como a Globo, a geradora oficial das imagens, nem como a Record, ignorando a tudo e a todos. Apenas uma transmissão correta sem atrapalhar muito a grade de programação e tudo mais.

Já a exagerada prima a cobertura da TV Globo. Sim, é verdade que o evento é algo mundial, que atraiu milhões de pessoas ao Brasil e que bateu todos os recordes de turistas em apenas uma cidade do País. Contudo, a Globo não se planejou muito bem, o que é de se espantar, visto que é a segunda maior emissora do mundo e líder em audiência e em planejamento acima de tudo.

Na segunda-feira, corta-se a “Sessão da Tarde”. Se já se sabia o horário em que o papa chegaria ao País, para que escalar a sessão? Não faz e não fez sentido. Alguns minutos a mais de “O Profeta” bastariam para que, posteriormente, a cobertura pudesse ser realizada. Quem estava assistindo ao filme talvez nunca mais veja o seu final...

Além disso, diversos cancelamentos sem sentido. Na sexta-feira da Via Crucis não havia motivo para “Malhação” não ser cancelada também. E a emissora deveria ter planejado um pequeno atraso no evento e elaborado “Sangue Bom” para diversos minutos possíveis a fim de que terminasse às 20h30, horário em que o “Jornal Nacional” começa sem atraso – neste caso, começou às 20h36.

No domingo, apenas a transmissão da missa seria plausível. Mas a emissora insistiu em passar, uma hora antes da missa, uma cobertura em que mostrava, novamente, a chegada do papa Francisco à praia de Copacabana. Sua estratégia surtiu efeito com picos de 14 pontos, mas houve uma overdose de catolicismo na Globo.

Afirmo, novamente: tanto a Jornada Mundial da Juventude quanto a visita do papa Francisco ao País são importantes e merecem uma cobertura jornalística de peso em cima. Não apenas porque o catolicismo é a religião de cerca de 60% dos brasileiras, mas sim porque trata-se de um evento mundial e que atrai holofotes ao País, que será, também, anfitrião de outros grandes momentos mundiais. 3,5 milhões de pessoas não é pra qualquer evento! Contudo deve-se saber diferenciar o muito pouco do demasiado. Equilíbrio é interessante e planejamento não faz mal a ninguém.


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