O Planeta TV

O Fim do TP

Por: Nelson Gonçalves Junior E-mail para contato: [email protected]

Para quem não é familiarizado com os termos técnicos da televisão, aqui vai a explicação: TP é a abreviatura do termo “teleprompter”, aquele equipamento acoplado as câmeras filmadoras que exibem o texto a ser lido por quem está diante da telinha.

Muitos o consideram uma grande invenção, que dificulta erros ao vivo e facilita a compreensão da mensagem por quem está assistindo ao programa, afinal tudo o que é dito foi previamente redigido e formatado para que seja facilmente digerido por quem ouve.

Mas outros tantos acreditam que o famoso TP apenas engessa apresentadores, tirando a espontaneidade e a proximidade com o telespectador.

Ambos os lados tem lá suas razões, mas o interessante é notar que este aparelhinho vem sendo abandonado em alguns programas jornalísticos da TV Globo, reconhecidamente a emissora que mais busca um padrão em suas transmissões e que é muitas vezes cobrada por não permitir que seus funcionários expressem suas opiniões de maneira livre e independente.

O primeiro exemplo vem da versão paulista do “Globo Esporte”, apresentada pelo competente Tiago Leifert. Indo na contramão dos programas esportivos atuais, Tiago não lê nada do que diz, improvisa a todo o momento e o mais importante: a ideia agradou ao público por dar um ar menos sério e rígido a um jornal tradicional da casa, que por mais de 30 anos viu seu formato pouco se alterar.

Entretanto o que realmente comprova o sucesso deste “extermínio” do teleprompter é o fato de que, neste mês, a Plim Plim voltou a investir num programa jornalístico sem uso de TP. É o regional “RJTV”, com Ana Paula Araújo.

Nos primeiros dias ainda vemos alguma dificuldade de entendimento entre equipe técnica e apresentadora, mas isto também ocorreu no início deste novo “Globo Esporte”, o que demonstra a necessidade de termos um entrosamento perfeito entre todos os envolvidos no programa.

De qualquer forma, é válida a iniciativa de aproximação com o telespectador e fica o recado de que jornal televisivo não precisa ser algo sério, chato, mal humorado e sem opinião.

O verdadeiro problema

Apesar dos números decepcionantes, “A Fazenda 2” segue muito bem produzida e editada. O real problema da atração é o desgaste natural (e já esperado) de se explorar um reality show em todos os programas da casa exaustivamente e em duas temporadas praticamente consecutivas.


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