Por: Nelson Gonçalves Junior E-mail para contato: [email protected]
Mais um Carnaval se aproxima e a mesmice das transmissões da televisão brasileira parece não ter fim. Desde a TV Manchete, nos anos 90, não temos nenhuma inovação interessante que mereça destaque nas coberturas dos eventos carnavalescos, sejam estes de escola de samba, trio elétrico ou o que for.
2010 chegou e nada parece que será muito diferente. A Globo investindo pesado nas coberturas dos desfiles em São Paulo e no Rio de Janeiro; a Band com o axé baiano; Record e SBT com coberturas jornalísticas frias e sem graça.
Apesar deste quadro desanimador, um fato que merece ser destacado é a qualidade das vinhetas que estão sendo exibidas por Globo e Band para divulgar os eventos que virão.
Na Plim Plim, o espaço tomado pela mulata Globeleza é cada vez menor. Duvido que alguém saiba o nome da menina atual que tem este posto. Valéria Valença marcou época e é impossível de substituí-la. Percebendo isso, a emissora tem investido nas chamadas com as escolas de samba apresentando seus enredos, mas ao invés de um estúdio, tudo foi gravado ao vivo em uma casa de shows, dando muito mais vivacidade e calor as apresentações.
Fora isso, destaque para o ótimo "Samba da Globalização", que apresenta toda a programação de um jeito descontraído, totalmente adequado à época do ano e com o esperto refrão "O povo escolheu a Globo. Isso é Globalização". Mais atual, impossível. E a repetição da música nos últimos anos já causa uma identificação do telespectador com o evento. Estratégia eficiente e fundamental para qualquer produto.
Agora o grande destaque deste ano fica para a vinheta feita pela Band. É impressionante a qualidade do "Eu tô na Band", nos intervalos comerciais do canal. A música é agitada, gostosa de se ouvir, com um trabalho bem realizado de edição e videografismo, contando com os principais nomes atuais do carnaval baiano, que é o carro chefe da transmissão.
Algo de extremo bom gosto.
Por fim, fica a pergunta: por que as emissoras conseguem fazer grandes e criativas chamadas para seus eventos carnavalescos; mas as transmissões em si são tão chatas e sonolentas?
Mais uma dúvida
Silvio Santos está rindo, brincando e tirando sarro de sua plateia. Uma rápida zapeada na Record, e vemos Gugu mostrando mais uma entrega longa, interminável e sem fim de uma casa para uma família sofrida.
Ai fica a pergunta: num domingo à noite, que precede o início de mais uma longa semana de trabalho, o telespectador vai preferir rir ou chorar?
Nem precisa responder. Os números do Ibope falam por mim.