A ousadia da Globo e Record em produzir novelas de qualidade.
Por: Lucas de Souza - Contato: [email protected]
O mês de setembro começou muito bom para fãs de novelas boas. Em primeiro lugar, é preciso parabenizar a TV Globo e a Rede Record que estão de parabéns por colocar no ar novelas de tamanha qualidade e ousadia na nossa tevê.
Escrita pela dupla de sucesso Duca Rachid e Thelma Guedes e dirigida pela dupla de mais sucesso ainda Amora Mautner e Ricardo Waddington, a novela “Joia Rara” é aquele tipo de novela que agrada em absolutamente tudo, desde a cenografia ao elenco digno de novela das nove que vemos todos os dias nas nossas casas a partir das seis da tarde. Com a proposta inicial de mostrar uma cultura budista onde se almeja a paz e uma busca implacável por um mundo melhor, “Joia Rara” também traz personagens bastante embasados no clichê, como o personagem de Ernest Hauser (José de Abreu) que faz de tudo para separar a mocinha e batalhadora Amélia Fonseca (Bianca Bin) de seu filho Franz Hauser (Bruno Gagliasso) que por sua vez tem o seu amor invejado por Manfred (Carmo Dalla Vechia) e Sílvia (Nathalia Dill) que se fingem de amigos para o mocinho. Enfim, basicamente a história de “Joia” se resume a unção do novo com o tradicional, o que dá muito certo e é o que as autoras sabem lidar muito bem. Ainda há bastante coisa a ser apresentada, como a trama de Pérola, que será a reencarnação de Ananda, que vimos na primeira semana da novela e alguns núcleos antagônicos e coadjuvantes que vão se aprofundando mais durante a exibição. O fato é que “Joia Rara” faz jus ao nome que leva, e tem tudo para elevar, ainda mais, os números de audiência deixados pela antecessora de sucesso que foi “Flor do Caribe”, que havia levantado 3 pontos de audiência em comparação com “Lado a Lado”, que a antecedeu. Questão de tempo.
Intitulada de “superprodução”, a novela “Pecado Mortal, de autoria de Carlos Lombardi, fez cumprir com o que prometeu. A nova novela da Record e a primeira de Lombardi na emissora tem surpreendido por ser ágil, surpreendente desde o texto a performance dos atores que ali atuam. Confesso que nunca fui fã das novelas do autor e a última (Pé na Jaca) foi um tanto terrível para a minha pessoa, mas com as chamadas magníficas que a Record produziu, “Pecado” me cativou desde o início, e tem nos trazido valiosos encontros de atores, como o de Betty Lago, queridinha do Lombardi e de Jussara Freire. Ambas há muito tempo não tinham papéis à suas respectivas alturas e elas tem protagonizado grandes embates na tela da Record, com direito a um tapa de rachar a cara logo no primeiro capítulo. Chama muita atenção também, os homens descamisados que perambulam pela novela, uma marca registrada de Carlos Lombardi. Atores como Fernando Pavão e Marcos Pitombo tem aparecido constantemente sem camisa, esbanjando beleza e também, uma atuação convincente. Paloma Duarte, Carla Cabral e Simone Spoladore chamam bastante atenção e podem render muito futuramente na trama. O texto de Carlos Lombardi, que já era altamente picante vem se apresentando cada vez mais ousado e é bem conveniente que seja, já que o horário até permite que o autor ouse mais, coisa que nas duas novelas antecessoras, não tivemos, já que “Balacobaco” e “Dona Xepa” eram histórias com trama e texto leves e foram tachadas de “novelas das sete exibida às onze horas”. Vale parabenizar o diretor Alexandre Avancini e sua equipe, que tem feito um trabalho digno de salva de palmas desde a cenas externas de acidentes e de tiroteio a cenas gravadas em estúdio e parece que tem dado o tom certo a tudo presente na novela. A novela tem começado com índices de audiência ainda muito tímidos, oscilando entre 7 e 11 desde a estréia, mas com tamanha qualidade, não me surpreenderia se subisse esses números.