Por: Nelson Gonçalves Junior E-mail para contato: [email protected]
O mundo da televisão é incompreensível. A Record vinha ameaçando retirar os programas de Milton Neves da grade alegando que o “estilão Miltão” de fazer jornalismo esportivo é ultrapassado e não condiz com a nova imagem que a emissora quer passar. Ai nesse impasse do sai não sai, acabaram dando umas férias (que podem ser eternas) para o Esporte na Record neste final de ano.
Pois bem. E o que entra no lugar? O tal “Balanço Geral”, apresentado por Geraldo Luis (uma mistura piorada de Jorge Kajuru com Datena). E do que se trata o programa? É um telejornal com matérias comunitárias pouco interessantes à comunidade, que prezam basicamente por explorar o sensacionalismo. Em outras palavras, um “Cidade Alerta” mais light.
Tudo bem que o programa faz sucesso em vários estados no Brasil. Também não discuto que o IBOPE tende a subir, pois o povo brasileiro (inexplicavelmente) adora este tipo de jornalismo. A dúvida que paira sobre mim é o seguinte:
Se o Milton Neves não tem a cara da nova Record, o Geraldo Luis tem? Tudo bem que este tipo de programa atrai audiência. Só que os anunciantes fogem na mesma proporção, e a credibilidade da emissora despenca. Qual a vantagem então? Pra se pensar...
Ah sim, um ponto positivo para o “Balanço Geral”: ele consegue ser duas mil vezes menos irritante que o programa da Márcia Goldshmith na Band. Ou é bem menos lamentável que “Casos de Família” da Regina Volpato. Ou ainda é bem menos deprimente do que assistir três segundos da Íris Stefanelli na RedeTV.
Mas voltando ao devaneio inicial...O mundo da televisão, além de incompreensível, é repetitivo. Ao analisar a programação de final de ano das principais emissoras do Brasil, nenhuma surpresa: super shows, especiais (chatos) de Roberto Carlos e afins, filmes impactantes que todo mundo já viu no cinema ou alugou em DVD...Resumindo: tédio e falta de criatividade. A grande expectativa fica para os seriados que a Plim Plim coloca como especiais, para ver se agradam ao público.
Ideal
Canais por assinatura segmentados são o futuro da televisão fechada. E o grupo Abril acertou em cheio na criação do “Ideal”. Apesar de ter um conteúdo totalmente voltado ao mundo dos negócios e empregos, o canal atinge qualquer pessoa. Possui um visual agradável, com linguagem dinâmica e sabe ousar nas idéias e enquadramentos. Vale a pena conferir.