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As jogadas do sistema

Por: Nelson Gonçalves Junior E-mail para contato: [email protected]

A estréia de “O Sistema”, na TV Globo, foi fraca. Confesso que aguardava com grande expectativa esta minissérie (inicialmente serão apenas seis episódios). E confesso que a decepção foi na mesma proporção.

Falar sobre um assunto tão atual como o caos do sistema que guia nosso mundo é interessante. Ter um elenco com liberdade de improvisar na criação das falas dos personagens é muito interessante. O ótimo Selton Mello estar neste elenco e o roteiro ser de Alexandre Machado e Fernanda Young (aqueles que um dia já assinaram o texto de “Os Normais”) também é muito interessante. Em outras palavras: vários elementos de um sucesso. Certo?

Errado.

Buscar mesclar gêneros tão diferentes como ficção científica e humor pastelão é bem complicado e não funcionou. A abordagem escolhida para a história ficou surreal e simples demais para um tema tão complexo. Aliás, é tão simples que fica bobo. Mas lamentável mesmo foi ver o papel destinado a Maria Alice Vergueiro. Fraquíssimo, tendo que apelar para piadas relacionadas ao hit cibernético “Tapa na Pantera”, interpretado recentemente por ela.

O grande problema é que faltou sentido e ritmo a história. Talvez a entrada nos próximos episódios de atores experientes e talentosos como Ney Latorraca e Zezé Polessa ajudem a dar dinamismo e coerência a trama.

Depois de tanta porrada, vamos aos pontos positivos: As boas atuações de Selton Mello e Graziela Moretto nos fazem ter esperanças em uma melhora nos próximos episódios. O constante uso de ironias ao longo do programa também agrada.

Na verdade parece que “O Sistema” caiu em uma de suas próprias armadilhas, e na ânsia de ser diferente, acabou sendo incompreensível.

Falando em decepção...


Se você não percebeu, chegou ao final “Eterna Magia”, a novela global das seis.

E cá entre nós, ninguém vai sentir falta. Há muito tempo não tínhamos uma novela tão sem carisma e apática como esta, que nem em seus capítulos finais atingiu média de 30 pontos no Ibope...

Agora é importante ressaltar que um dos facilitadores para este pífio desempenho (além da história fraca e sem sal de Eterna Magia) é o fato de que novelas de época com caráter religioso estão extremamente desgastadas. A Globo investiu pesado neste formato nos últimos anos e ele se esgotou.

Outra coisa: muito se comenta dos baixos índices de audiência de “Sete Pecados”. Só que não há nada de errado com a novela. Ela é comum, tem os elementos básicos de um bom folhetim. Entretanto querer médias de 45 pontos no horário das sete não faz mais parte da realidade. A concorrência aumentou, o público ficou mais exigente. E principalmente aprendeu a apertar o botão DESLIGAR do controle remoto.


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