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Fazenda com ritmo de fazenda

Por: Nelson Gonçalves Junior E-mail para contato: [email protected]

O brasileiro gosta de reality shows. Isto é fato mais do que comprovado. Este tipo de programa apresenta bons resultados desde o estrondoso sucesso de “No Limite” nas noites de domingo globais no início da década. Mas isto não os transformam nos melhores produtos da televisão brasileira, muito pelo contrário.

Em relação a “Fazenda” da Record é indiscutível o investimento feito pela emissora paulista no programa. Equipamentos de primeira linha, ampla divulgação, espaço na programação e...paramos por ai.

Primeiramente gostaria de entender a escolha da cidade de Itu como locação. Nada contra a cidade, que é maravilhosa e merece ser visitada sempre. Mas o frio intenso na região nesta época deixa os participantes congelando quase que diariamente. A cena mais comum de se ver no programa é alguém batendo os queixos. Aliás, esqueceram de avisar a Mulher Samambaia e a mulher do Latino que elas não precisariam levar tantas mini saias para o reality...

Já a apresentação de Britto Junior não compromete. Apesar de muitas críticas, ele segura a atração com tranquilidade. O que incomoda é a necessidade desesperada de se ter que criar polêmicas entre os participantes. Ao invés de ser apenas um mediador, Britto serve como um incentivador de discussões, e em alguns momentos esta intenção soa falsa e constrangedora para ele próprio, que precisa arrumar fogo aonde não existe nem lenha.

Entretanto o mais impressionante é a falta de ritmo na edição. Tudo é extremamente lento, monótono. Sem contar as eliminações, que demoram praticamente uma hora para se definirem. Entendo a necessidade de se criar um suspense para atrair mais audiência, só que sem conteúdo fica complicado manter o interesse do telespectador fiel ao programa desde o início.

Aliás, este é o grande problema: faltam mecanismos para transformar o reality show em uma novela, que é um dos grandes méritos do “Big Brother Brasil”.

Pense bem no formato do BBB. Sempre temos os vilões, os mocinhos, o casal que passa por dificuldades para ser feliz, o palhaço bonachão. Enfim, a definição de um roteiro com personagens ajuda a construir o programa. Não é simplesmente jogar um bando de gente confinada e esperar que por serem famosas e por terem perfis diferentes, tudo estará resolvido.

Também é importante destacar que esta lentidão citada e outros problemas no programa tem sido melhorados desde a estreia, mas ainda está longe do ideal.

Em resumo, “A Fazenda” da Record é um bom produto, tem uma boa audiência, vai incomodar a liderança global com frequência, agora o projeto tinha um potencial de ser muito mais do que está sendo.

Duro de assistir

Totalmente desnecessário o “Jogo Duro” da Globo. Um bando de gente correndo atrás de dinheiro em ambientes inóspitos. A única coisa que se salva são os cenários construídos dentro do Projac, que demonstram a enorme capacidade da área cenográfica da Plim Plim.

O programa é curto demais para criar uma empatia do telespectador com algum participante, o que seria a única graça da atração; e longo demais para resistir ao sono.


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