Por: Jonathan Pereira E-mail para contato: [email protected]
Há 15 anos, a Globo entrava na onda dos seriados policiais com "A Justiceira", estrelado por Malu Mader. Gravado em película, novidade para o padrão brasileiro na época, a série contava a história de Diana, policial que deixou a carreira após matar seu parceiro por acidente, mas que precisou voltar a encarar o mundo do crime quando o filho, Pedrinho (Marcelo Lins) foi seqüestado.
Ela entra para uma organização internacional que luta contra o crime organizado, onde passa a atuar em parceria com juiz Salomão (Daniel Filho), Marlene (Danielle Winits), Beto (Leonardo Brício), Augusta (Nívea Maria), Diego (Lui Mendes) e Paco (Anselmo Vasconcelos). Enquanto não acham o garoto, eles investigam outros casos pelo país, como o tráfico de mulheres brancas às margens do Rio Negro, em Manaus, o contrabando de pedras preciosas em Ouro Preto (MG) ou a busca de um assassino de homossexuais em Brasília (temas infelizmente ainda bem atuais).
O mandante do sequestro foi interpretado pelo ator chileno Felipe Armas. E a "integração" latino americana não parou por aí. Com cenas de ação abundantes, a equipe de dublês do mexicano Javier Lambert, que também trabalhava para Hollywood, foi contratada. Entre suas tarefas estava pular de um helicóptero em movimento.
Tanto Malu quanto os outros atores estão convincentes nos papeis, e o clima de ação, se não envolveu o público a clamar por novos episódios, cumpria seu papel de prender a atenção na hora em que eram exibidos. Diana aparece com vários disfarces, como garota de programa, profissional liberal e stripper. Com os cabelos bem loiros, Winits exibia, mesmo em roupas sérias, a sensualidade que seria constante em seus papéis a partir do ano seguinte, quando fez "Corpo Dourado".
Como não estava acostumada a produzir dramaturgia desse tipo, a Globo teve de investir pesado em efeitos especiais, com pistolas elétricas, armas de cápsulas com sangue artificial ou poeira, além de torres que proporcionassem gotas de chuva mais grossas no ar. Todos os episódios foram finalizados em Nova York, com cuidado principalmente na sonorização.
Participações especiais pontuaram os episódios, como as de Edson Celulari como um criminoso e Francisco Cuoco na pele do pai de Diana, logo na estreia. Também colocaram seu nome nos créditos da atração Carolina Ferraz, Elizabeth Savalla, Felipe Camargo, José Wilker, Débora Duarte, Paulo José, Mylla Christie, Reginaldo Faria, Oscar Magrini e Odilon Wagner.
A ideia era que a atração, exibida nas noites de quarta-feira em um tempo em que o futebol ainda não dominava o horário depois da novela das 20h, tivesse 32 episódios. Mas Malu ficou grávida de Antonio, seu segundo filho com Tony Bellotto, e as gravações tiveram de ser reduzidas para 12 episódios. Como a audiência não foi fenômeno nem chegou a comprometer a tranquila liderança do horário, não cogitou-se uma nova temporada depois que terminou sua licença-maternidade.
A série foi exportada para países, como França, Argentina, Lituânia, Portugal, México, Turquia e Rússia. Para quem ficou com saudade, em 2009 foi lançado o box com toda a saga. E em fevereiro de 2011 o canal Viva voltou a exibi-la aos domingos.