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"The Voice Brasil" tem estreia morna e a culpa é dos jurados

Confira as três melhores performances da noite segundo a coluna e o que falta para o programa deslanchar

Por: Daniel Sena - Contato: [email protected]

A estreia do "The Voice Brasil" mostrou aquilo que todo mundo já esperava. A Globo segue fiel ao formato americano, sem erros, com um cenário de qualidade, programa redondo e tecnicamente regular. O "som" em alguns momentos deixa a desejar, mas é só um detalhe. No horário nobre, a atração não teve nenhuma mudança significativa e isso não quer dizer que foi ruim. Mas falta alguma coisa ali para ter o "reallity musical" o "boom" que atinge no resto do mundo. 

A Globo se esforça, mas falta "emoção e alma" a atração e creio que o problema seja com os jurados, já que os candidatos são de regulares a bons. Nos Estados Unidos, Inglaterra e Holanda, países que acompanhei versões através da internet, os técnicos são o "acontecimento" do "The Voice". Aqui fica difícil alçar Lulu Santos, Carlinhos Brown, Daniel e Claudia Leitte ao posto de "divos pop" da música comercial brasileira. Sim, eles arrastam multidões, Lulu e Brown são indiscutivelmente talentosos, fazem comentários pertinentes, mas lhes faltam o "sex appel" para coisa andar. Claudinha e Daniel são artistas de massa, mas ainda não conseguiram invocar isso no palco. 

A ideia dos técnicos é competir pelos melhores cantores. No Brasil isso não acontece. Não que o público espere que os artistas se peguem no palco, mas a cordialidade entre eles faz a "função" perder o sentido. A impressão que se tem, é que seria melhor seguir o formato do "Ídolos" e colocar os quatro jurados para indicarem os selecionados. Não há a competição que faz o público de casa torcer pelo time de cada um. O telespectador se apega a um ou outro candidato. Exibido depois da novela, a Globo bem que poderia jogar uma pimenta, fazer um programa mais glamouroso, continuou com cara de domingo a tarde. 

Outra ressalva que acho digno de nota é o fato dos candidatos cantarem em inglês. O repertório da música nacional é tão extenso, tão cheio de possibilidades e muitos competidores insistem em levar músicas em inglês para o palco, afim de impressionar. Não curto muito. 

Entre os candidatos da estreia, os candidatos apresentaram mais do mesmo e o melhor da noite foi o cantor de 47 anos, apelidado de "Dom" que trouxe a soul music para o público e já desponta como uma boa possibilidade (ficou no time do Lulu Santos). Depois Gaby Moura cantando samba foi para o time de Claudia Leitte e também é promessa. E fechando o top 3 dos melhores, fico com a Luana Camara, que trouxe estilo e rock pro time de Lulu. 

Uma composição própria, "Gasolina" de Julie (Time de Claudia Leitte) pareceu que foi só para fazer propaganda. A menina já tem um EP na rua e acabou se auto-divulgando. De todo jeito ela foi esperta, caso não tivesse sido selecionada já tinha entrado com o pé direito, apresentando a canção ao Brasil em plena Rede Globo. Fica a dica! 

E por fim, o bom programa passou rápido (Gosto da "Globo" especialmente por sua regularidade, intervalos comerciais divididos em blocos "coesos"). Tiago Leiffert continua bem na apresentação, seguro e competente, não compromete, já a Mia Melo que entrou no lugar de Daniele Suzuki, faz figuração desnecessária. 

De todo jeito, "The Voice Brasil" é um formato que certamente vai durar muitos anos na emissora, principalmente pelo esquema de temporadas e organização da equipe de produção. Mas falta emoção. Quem puder dá uma olhada na versão de outros países vai entender que poderia ser melhor. Que os jurados, comecem a virar o jogo! 
 


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