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The Voice Brasil 4x02 - Audições Às Cegas, Parte 2

Depois de duas temporadas meia-boca, o The Voice Brasil aprende com seus erros

Por: Daniel Melo - Contato: [email protected]

Foto: Reprodução/TV Globo

Apesar de esta temporada não estar se destacando pelo alto nível dos candidatos, uma coisa é bem clara: Essa temporada está bem mais assistível que as duas últimas. E digo isso, claro, óbvio e evidente pelo excelente (dentro do padrão TVB) desempenho que os técnicos que mais amamos odiar no Brasil tem tido esse ano.

Podem achar que é a presença de Michel Teló na bancada, mas a verdade é que de fato, esse ano é perceptível um maior foco em cima de questões técnicas e estilísticas para os candidatos. Longe do ideal, mas incrivelmente melhor que em 2014. Tanto Lulu, quanto Cláudia e até mesmo Brown tem segurado o seus respectivos lados espalhafatosos e feito um trabalho respeitável. Cláudia, por exemplo, que sempre se mostrou a melhor técnica da bancada tem feito feedbacks mais técnicos e que poucas vezes ficam naquele estereótipo de “jurada fofa”, o qual Christina Aguilera, por exemplo, se recusou a seguir (e teve-se aí o sucesso da versão americana). Além de que é a única técnica que nunca teve um finalista que fosse menos que ótimo (Ju Moraes, Sam Alves e Lui Medeiros). Parece ser a única, junto com Michel agora, que entende que o The Voice é um jogo. Lulu sempre espera até as batalhas para atirar no próprio pé e Brown, querendo ou não, sempre consegue evoluir com seus artistas. Até quando sai das audições, o seu time chega nas finais bem fortalecido, o que mostra que por meios tortos (MUITO TORTOS), seu método é eficiente.

Mas nem só de técnicos vive o programa. Temos ainda nosso querido (ou não) Thiago Leifert, que querendo ou não, é um bom apresentador e o faz com uma naturalidade e leveza vista em poucas versões do programa. Ele essa semana, indo ao palco chamar a atenção dos técnicos é um bom exemplo disso.

Resta-nos apenas saber se daqui pra frente o programa vai continuar mostrando que aprendeu com seus erros ou se vai repetir velhos hábitos, como a sua falta de organização, apresentações corridas, votações ainda mais corridas e afins. Por hora, estou satisfeito com a temporada até aqui.

Agora quanto aos candidatos, essa semana não tivemos nenhum grande nome, na verdade, nenhuma grande audição, foi uma semana bem agradável e apesar de ver muitos nomes medianos na lista que segue, não comprometem a temporada como um todo.

Obs: Eles estão cantando menos em inglês e a temporada está bem mais agradável. E tem gente que não vê a relação.

Vamos então aos candidatos. Os eliminados não estão listados para não tomar muito espaço, mas nenhuma grande injustiça foi feita aqui e se daqui pra frente for feita, ela será lembrada.

Marcos Matarazzo (Foto: Isabella Pinheiro/GShow)

9) Marcos Matarazzo - Believe (Cher) - Team Lulu

Marcos até tentou, mas não conseguiu segurar a sua diva interior, o que fez dessa apresentação um tanto quanto bagunçada. Sobrou empolgação e faltou controle aqui. Apesar de gostar dele um pouco por trazer músicas não óbvias para o programa, ainda sinto que ele pode sair nas batalhas que ninguém vai notar.

8) Dani Lino - Meu Erro (Paralamas do Sucesso) - Team Brown

Dani tem um timbre lindo e rico, mas a voz estava meio tremida e isso dificultou bastante a análise dos técnicos e a minha também, talvez pela sua pronuncia bem americana no seu canto. Adorei essa versão mais lenta e sentida da música, que me fez fazer uma nova interpretação da música, que eu já ouvi 2146348965432356789765 vezes. Por isso, achei que a virada de Brown no último segundo até valeu a pena, mas ela vai ter que mostrar muito mais para ganhar minha torcida nas batalhas.

7) Franciele Karen - Real Love (Clean Bandit) - Team Michel

Acreditem, doi muito no meu coração, deixar Franciele em sétimo lugar. Ano passado a menina fez uma das melhores audições da temporada com a sensacional She Wolf (Falling To Pieces) da Sia e ainda assim não foi aprovada. Esse ano, Franciele fez uma audição quase apática e bem chata. Claro que a ideia de escolher uma música mais segura para ela é compreensível, mas preferi milhões de vezes a audição do ano passado, pop, forte, e cheia de energia. Contudo, ainda é uma das minhas favoritas porque já vi do que ela é capaz.

6) Paulynha Arrais - Chão de Giz (Zé Ramalho) - Team Michel

Por melhor que tenha sido sua escolha musical, Paulynha (já está na minha lista negra só por esse “y” no nome) não fez uma boa audição. Claro, a emoção estava lá impressa na voz da cantora, mas simplesmente não me atingiu, o que é imperdoável quando se trata de Zé Ramalho. Não estou dizendo que faltou emoção, apenas que ela não conseguiu externalizar toda a avalanche de emoções que ela sentiu. Vocalmente ela é okzinha, nada demais e só um pouco instável e tem cara de que já vai sair nas batalhas.

5) Agnes Jamille - Azul (Djavan) - Team Brown

Se Agnes estivesse no Team Lulu, eu estaria certo de um pareamento entre Tori Huang e ela, porque ambas tem uma certa malícia muito atraente na sua presença de palco, fazendo que não prestemos muita atenção na sua voz mediana, apesar de controlada e limpa. Apenas Brown virou e apesar de tudo, consigo ver Agnes nos shows ao vivo.

4) Tabatha Fher - Marina (Dorival Caymmi) - Team Milk

A beleza da audição de Tabatha está na simplicidade. Desde uma escolha musical muito boa até o seu timbre, delicado e suave, essa audição foi um acerto atrás do outro, até esbarrar nas limitações vocais da menina, que nos deixou querendo ver um pouco mais de extensão vocal em suas apresentações. Como Cláudia falou, essa performance foi pop sem ser pop.

3) Del Feliz - Espumas ao Vento (Fagner) - Team Milk

Del Feliz é uma das vozes mais experientes e seguras da competição. Foi uma audição perfeitamente executada e teve o que eu chamo de carisma musical, mas seu maior (e mais gritante) defeito é a sua presença de palco que é meio qualquer coisa. Mas o que mais me chamou a atenção aqui é a sua escolha por Cláudia. Claro que fico feliz de ver que a cantora tem o seu bom trabalho reconhecido, mas não sei para onde ela pode levar um cantor com uma identidade musical tão bem definida e longe da realidade musical dela (até dentro do programa mesmo).

2) Ayrton Montarroyos - Força Estranha (Cetano Veloso) - Team Lulu

“Força Estranha” é uma música conhecida por versões como as de Talita Pertuzatti e Rose Oliver, cantoras que se destacavam por sua grande extensão vocal e grande poderio vocal. Eu meio que esperava ver Ayrton indo por um caminho parecido com esse e me surpreendi positivamente vendo-o ir por uma abordagem completamente contrária e apostando no suave, no sutil e no sentimento. O resultado foi a promessa de uma boa temporada para ele com Lulu.

Thaís Moreira arrasa com Masterpiece no The Voice Brasil (Foto: Isabella Pinheiro/GShow)

1) Thaís Moreira - Masterpiece (Jessie J) - Team Lulu

A melhor audição da noite nem foi essas coisas todas, mas aqui posso estar sendo injusto porque Masterpiece é dessas músicas que na minha cabeça, apenas a própria Jessie J consegue cantá-la dessa forma, cheia dos seus improvisos e ondulações de uma forma natural e tudo que Thaís conseguiu foi fazer um karaokê da coach britânica. Thais é um exemplo muito claro de um brasileiro que não domina o inglês ir cantar em inglês. Apesar de tudo, ela mostrou uma voz bem potente e interessante. Da próxima vez, se cantar em português acredito que sai coisa boa.

Vou ser bem sincero e dizer que não assisti a performance de Lulu no final por falta de interesse mesmo. Se vocês acharem que foi uma coisa muito incrível e absolutamente perfeita, falem nos comentários e aí sim assistirei. Com o fim da segunda semana de audições, os times ficaram assim:

1) Team Lulu: Tori Huang, Rebecca Sauwen, Thaís Moreira, Ayrton Montarroyos, Sarah Lorena, Marcos Matarazzo.

Incrível a força que o Team Lulu ainda tem, conquistando os dois melhores nomes do meu ranking das duas primeiras noites de audições. Se continuar nesse nível, todos os “pegueis” da temporada sairão daqui. Anotem!

2) Team Michel: Franciele Karen, Edu Santa Fé, Renan Ribeiro, Paulynha Arrais.

Franciele é o grande motivo de o Team Michel estar em segundo. A menina pode ter feito um audição quase ruim, mas é a única não -sertanejo em um time de um técnico sertanejo e pode ser facilmente um destaque. Os demais também são bons ou na média (Paulinha, porque me recuso a escrever com “Y”)

3) Team Milk:Lorena Ly, Del Feliz, Tabatha Fher, William San’Per, Nikki.

Ainda não vejo nenhum grande nome no Team Milk, mas Del e Tabatha aumentaram consideravelmente a média do time, possibilitando que Milk possa ter um time ao menos decente daqui para o fim das audições.

4) Team Brown: Agnes Jamille, Dani Lino, Selma Fernandes, Maurílio de Oliveira.

Mais uma vez Brown vai se cercando de cantores com chances baixíssimas de ganhar a competição e vai ficando na lanterna. Agnes é a melhor candidata até agora e Dani possui bastante potencial.Os demais podem tanto surpreender quanto decepcionar.

Muito Obrigado pessoal e até semana que vem!


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