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The Voice Brasil 3x12 – Top 12

E não é que foi bom?

Por: Daniel Melo - Contato: [email protected]

Ainda chorando pela eliminação de Carla Casarim, entrei nessa semana do programa sem perspectiva nenhuma de me impressionar. Tanto que nem fiz questão de assistir na quinta-feira. Mais uma vez, só que dessa vez por opção, assisti ao programa via internet no sábado. E se a minha falta de expectativa serviu para alguma coisa foi me fazer impressionar com a noite do programa como um todo, porque ela foi recheada de boas apresentações e nenhum desastre (nem de Jésus e nem de Leandro).

Claro, também não tivemos surpresas. Nem nas performances e nem nos resultados. Aliás, estou começando a ficar com medo desses resultados. Assim como muitos leitores haviam previsto semana passada e eu lutava de ir contra começo a achar que de fato, tem tudo para ser a final mais fraca das 3, e olha que ano passado já foi bem abaixo da média, hein. Nonô, Leandro e Romero são nomes que se chegarem à final, não conseguirão nem chegar perto do nível de perfeição musical que foi a final da primeira temporada e passarão vergonha. Anotem isso.

Para mim, não tem jeito. A final deve ser disputada entre Rose, Lui, Kim e quanto ao Team Lulu, eu não poderia me importar menos, é humanamente impossível, ainda mais agora com a eliminação de Edu Camargo e ainda mais depois de uma performance tão bacana. Que venha a 4ª temporada e com uma bancada totalmente reformulada. Depois de algumas escolhas desse ano, não consigo mais querer nenhum desses 4 nas cadeiras vermelhas e que venham: LUIZA POSSI, VICTOR CHAVES, SAMUEL ROSA E SAULO FERNANDES. Acho que só me dando um presente desses, eu seria capaz de relevar esses 2 anos de equívocos no programa.

Mas, voltando ao assunto principal, que é essa semana, vou repetir, porque até agora estou impressionado: FOI UMA EXCELENTE SEMANA. Não sei se os ensaios foram mostrados, porque assisti apenas às performances no site da globo e lá o programa não é mostrado na íntegra, mas parece que os cantores estão finalmente sendo de fato, treinados por alguém (Vinny, estou olhando para você!). De fato, essa semana, como um todo, pude perceber um crescimento musical e performático por parte dos participantes. Os excessos foram bastante cortados, mas ainda estão presentes de leve. Alguns cresceram mais do que outros, então vamos a eles:

12) Leandro Buenno – Love Runs Out (One Republic)

Foi a melhor performance de Leandro depois da sua perfeita audição. Mas nem de longe isso significa que tenha sido bom. Foi uma boa escolha musical? Sim! Mas as escolhas vocais de Leandro foram bem ruins e tiraram muito do impacto que eu esperava dessa música.  Leandro passou toda a performance tentando mostrar o seu ponto vocal mais forte: seu falsete. Acontece que essa música não foi feita para ser inteiramente cantada dessa maneira e com isso em nenhum momento eu senti o impacto que eu já tive quando ouvi Ryan Tedder cantar essa música. E por isso, mesmo se recuperando a passos lentos até demais, Leandro fica na lanterna aqui.

11) Nise Palhares – De Janeiro a Janeiro (Nando Reis)

Vou ser muito sincero aqui. Nise não funciona tão bem cantando baladas. O estilo mais agitado definitivamente funciona muito bem para a cantora (sdds, Pagu!). Vocalmente, Nise continua excelente, mas aqui sinto que ela perdeu muito do tesão de cantar (eu posso falar tesão aqui, certo?!). E essa sensação chegou no restante do Brasil também, porque Nise, que certamente é uma das cantoras mais populares que essa temporada já teve e foi pela segunda vez deixada para segundo plano nas votações. Nise poderia ser bem melhor trabalhada, porque exalava potencial desde a sua audição. Uma pena!

10) Danilo Reis e Rafael - Pagode/Chora Viola (Tião Carriero & Pardinho)

Estou adorando o fato de os dois estarem crescendo como uma dupla de verdade e deixado os dias de “Cantor principal com backing-vocal atrás” ficaram para trás. As escolhas musicais dessa semana destoam do que eles vinham apresentando até então, mas isso não me incomodou. É sempre muito válido mostrar diversidade de estilos e ainda mais dentro de um mesmo gênero musical. Apesar de até ter gostado, devo dizer que se eles não estão em uma posição mais alta nesse ranking , é por simplesmente não terem me surpreendido mais do que os nomes que os seguem.

9) Jésus Henrique – Palco (Gilberto Gil)

Jésus é o participante com a identidade musical mais bem definida da temporada. E sem dúvidas, o que mais cresceu ao longo da competição. A maior prova disso é o fato de que essa foi a melhor performance de Jésus até aqui e venho repetindo essa frase semana após semana. Mas acontece que apesar da sua presença de palco ter chegado a um nível decente, Jésus ainda tem o carisma de um queijo prato e juntando isso ao fato de o cantor estar ocupando a vaga que deveria ser de Carla Casarim, não consigo de maneira alguma torcer pelo cantor. Sinto muito, pois nem a melhor técnica musical do mundo se sustenta sozinha nessa competição. Carisma é uma grande parte da coisa e isso falta imensamente a Jésus. #vazapraga

8) Nonô Lellis – De Repente Califórnia (Lulu Santos)

Pela primeira vez nessa temporada, acredito que Nonô escolheu uma música com a qual ela consegue se sustentar vocalmente e ainda entregar algo a mais (Let it Go a parte). Essa música, por possuir uma abordagem mais leve do que as escolhas musicais anteriores da cantora a permitiu pela primeira vez conseguir criar um elo acreditável entre voz, personagem, música e mensagem propagada. Além de eu definitivamente poder ver Nonô fazendo algo do tipo em sua carreira. Não me rendi a cantora, que ainda fica devendo muito no aspecto vocal, mas que esse foi um bom primeiro passo na tentativa de me fazer mudar de ideia. E um primeiro passo muito tardio, vale dizer. Ainda assim, antes tarde do que nunca!

7) Romero Ribeiro – Mineirinho (Alexandre Pires)

Relembrando o papo que tivemos sobre carisma com Jésus ali em cima, vale muito a pena retomar o assunto com Romero. Pela terceira vez o cantor canta Alexandre Pires, e vamos combinar, seria muito mais interessante que Romero pegasse músicas de outros gêneros musicais e as moldasse ao seu estilo. Romero precisa entender que não importa o quão forte a sua identidade musical seja, nenhum gênero musical é completamente fechado, e artistas que não conseguem pensar diferente do que o mercado já oferece rapidamente são engolidos e digeridos pela indústria musical. Ainda assim, com o fator originalidade pesando contra o cantor, o carisma dele faz com que a conta consiga fechar toda semana. Nunca vai ser uma tortura ouvir Romero cantar, mas em algum ponto, seja semana que vem, na final ou pós-The Voice, eu e o restante do público votante vamos nos cansar de Romero. Por isso, ainda acredito que há chance de o cantor nos surpreender na semana que vem e fazer por merecer a vaga na final que provavelmente ganhará, para a minha infelicidade.

6) Vitor e Vanutti – Se Deus me Ouvisse (Chitãozinho & Chororó)

Eis a perfeita maneira de mostrar versatilidade sem machucar a sua identidade musical muitíssimo bem defendida até aqui. Cantando Chitãozinho e Chororó, Vitor e Vanutti conseguiram emocionar, como até então não tinham feito. A única coisa que me incomodou demais foi o fato de a performance ter terminado aparentemente rápido demais, mas percebi que na verdade, se durasse mais ficaria arrastada. A melhor performance dos meninos que fizeram por merecer mais uma semana no programa! E quem ganha somos nós, o público, pois eu acredito que estamos diante de uma dupla sertaneja que não fica devendo nada em nenhum aspecto àquelas que fazem sucesso hoje em dia.

5) Kim Lírio – Iris (Goo Goo Dolls)

Muito medo de Kim cantando em inglês depois de “Dream On”. Felizmente, o resultado dessa vez foi infinitamente superior ao Tira-Teima. Eu não escolheria uma música em inglês para Kim cantar, porque sinto que é em português que os seus melhores resultados aparecem. De qualquer maneira, a maneira como a voz de Kim é capaz de flutuar sem sair do lugar nas notas mais altas é muito interessante, ainda que pareça para alguns uma falta de controle (dar uma encorpada na voz nesses momentos ajudaria muito!), mas eu gosto! Kim já fez melhor, mas aqui não ficou feio. O grave, aspecto do qual venho reclamando muito em diversos candidatos até que me agradou, mas ainda acho que Kim pode muito mais, tal qual ele fez em sua audição e em sua batalha.

4) Edu Camargo – As Dores do Mundo (Hyldon)

Nunca foi um grande fã de Edu. Desde o Tira-Teima reconheço os talentos do moço, mas nunca de fato fui arrebatado por uma performance dele. E não foi dessa vez também. Mas ao constatar que não conhecia a música que ele cantou, fui procurar e descobri que é uma música uns 20 anos mais velha do que eu, o que me fez questionar seriamente onde Edu se encaixaria no mercado atual. Lembrei também que com “Amor Perfeito”, eu acreditava que essa pergunta estava respondida, porque tive na versão de Claudia Leitte com o Babado Novo, meu primeiro contato com essa música, mas voltei a ter esse questionamento, que ainda não foi respondido. Quanto a essa performance em particular, novamente a banda impediu o cantor de criar um momento para ele no programa, já que o estilo musical de Edu não necessita de uma grande produção. Uma pena, que junto com Nise, Edu seja mais um que não foi bem trabalhado.

3) Lui Medeiros – The Long and Winding Road (The Beatles)

Fico muito feliz de Lui nos mostrar que ele é capaz de ir de Djavan a Usher e Ja Rule e de Usher e Já Rule a The Beatles. E ainda nos impressionar em cada uma dessas camadas. Talvez essa tenha sido a apresentação mais fraca do cantor até agora, mas ainda assim, merece um lugar nesse Top 3 da semana. Ainda quero que Lui volte a cantar em português, porque é lá que ele consegue brilhar. Em inglês, sempre acho que Lui se atrapalha com a pronúncia e apesar de acreditar que ele consegue se conectar perfeitamente com a música, essa emoção não consegue chegar até o público, diferente do que ele fez em “Drão” e “Oceano”. Mas como sempre, Lui sempre arrasa no gogó e fez por merecer essa colocação aqui.

2) Joey Mattos – Conversa de Botequim (Noel Rosa)

Uau! Que recuperação hein Joey Mattos! Cantando esse sambinha maravilhoso de Noel Rosa, o cantor parecia estar em casa, ainda que o seu estilo urbano estivesse um pouco diluído, mas ainda assim aparecendo. Vocalmente, Joey permaneceu na sua zona de conforto e em condições normais, eu me incomodaria muito com isso, mas não dessa voz. Eu simplesmente me desliguei da competição e passei a encarar o que estava vendo como um cantor em um programa apresentando a sua nova música. Apenas com o áudio, pude me transportar para os bares da Lapa (e nesse caso, um cantor de barzinho com uma identidade musical própria, ou seja, isso foi um elogio) e aproveitar cada momento como se fosse o último, porque baseado no fenômeno “Romero Ribeiro” e na paixão de Brown por Rose, esse momento pode ser o último dele, infelizmente.

1) Rose Oliver – A Voz do Morro (Zé Keti)

Chega a ser muito irônico que em uma noite em que todo o Team Brown cante samba/pagode, seja Romero Ribeiro o que menos me agrade e Rose, a melhor da noite.  Foi a performance mais poderosa de Rose no programa. Lembrei-me muito da audição da cantora. Com “Aquarela do Brasil”, mesmo com firmeza, a cantora apresentava certa artificialidade na sua movimentação no palco, o que aqui não aconteceu. Rose foi intensa, foi poderosa, e tudo isso sem perder em nenhum momento o seu brilho interior. Assim, como o colega de time, Joey Mattos, a cantora estava em casa e naquele momento, pouco me importava a competição. Até porque todos nós sabemos que se Brown puder escolher entre Rose e qualquer outro cantor, Rose será sempre a escolhida. E assim, Rose Oliver segue como a minha favorita na competição. E torço muito para que ela consiga chegar à final! #TEAMROSE!

Bem, quanto aos resultados, no Team Milk, o público continua apostando em Leandro Buenno, que foi aprovado com 53% dos votos (POR QUE, BRASIL?) e Cláudia, prezando a razão e a justiça acima de tudo (e do seu ego), fez a escolha certa e escolheu avançar Lui para as semifinais! No Team Lulu, com o qual eu não poderia me importar menos, apenas me surpreendi com a expressiva porcentagem de aprovação de Nonô Lellis. 57%, MINHA GENTE! Índices parecidos com os do nosso campeão Sam Alves. Lulu escolheu a sua dupla sertaneja para ir adiante (sabe Deus  por que!). No Team Daniel, mais uma vez Kim Lírio foi aprovado e mais uma vez, Daniel escolheu Jésus para ir adiante. Sério galera, errar é humano, mas cometer o mesmo erro 3 vezes seguidas é falta de respeito com a gente! Já no Team Brown, Romero, com 41% dos votos foi aprovado e Rose escolhida. Fico triste pela saída precoce de Joey, mas ainda tenho esperanças de que Rose consiga virar o jogo e virar a finalista do Team Brown!

Tivemos ainda as esquecíveis performances de Brown e Lulu! Mas vamos pular essa parte, até porque, né?...

Já disse que a semana foi ótima e me surpreendi muito. Só me resta ficar esperando que essa semana que vem seja tão boa quanto ou ainda melhor. Deixo vocês aqui com o nosso já costumeiro ranking.

8) Leandro Buenno

7) Jésus Henrique

6) Danilo Reis e Rafael

5) Nonô Lellis

4) Romero Ribeiro

3) Kim Lírio

2) Lui Medeiros

1) Rose Oliver

Até semana que vem, pessoal!  Curtiram a semana tanto quanto eu? Ou desistiram depois da eliminação de Carla? Cansaram de Daniel escolhendo Jésus? O que esperam para a semana que vem? Abraços e até lá!!


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